O pavilhão de Portugal na Expo 2010, em Xangai, recordará as relações históricas e culturais entre Portugal e a China, mas também aproveitará para mostrar as inovações tecnológicas e ambientais do nosso país
A cortiça irá marcar o pavilhão que representará Portugal na Expo 2010, que decorre de Maio a Outubro em Xangai, da autoria do arquitecto português radicado em Macau Carlos Couto.
Foi esta a forma encontrada pelo arquitecto para reforçar o sentido de identidade do pavilhão com Portugal, uma vez que, segundo a proposta, é um material nacional, reciclável e ecológico. A proposta procura ainda dar resposta ao mote do evento em Xangai, que é "Better City, Better Life", (Melhor Cidade, Maior Qualidade Vida) , pois entende que o projecto "é um exemplo de inovação e de boas práticas ambientais que potenciam a imagem de Portugal na maior exposição universal alguma vez realizada. Montra do país enquanto praça comercial e cultural para o mundo, o Pavilhão de Portugal reflecte o conceito de sustentabilidade dos edifícios das cidades contemporâneas e realça-o como elemento-chave das políticas nacionais em termos económicos e ambientais".
Do ponto de vista conceptual, o pavilhão é extremamente simples: para além do revestimento das fachadas a cortiça, material disposto perpendicularmente e alternado com lâminas verticais de vidro, o pavilhão é composto por um paralelepípedo com cerca de dois mil metros quadrados, pontualmente prismado e facetado. O que resulta numa caixa negra, densa e opaca, introspectiva e solene, que contrasta com o ambiente festivo do evento.
No interior, o espaço expositivo dará especial importância ao papel de mediador de Portugal, em particular através das relações históricas e culturais entre Portugal e a China. Procurará ainda ser representativo da realidade tecnológica portuguesa, demonstrada em sistemas de operação por simulação computorizada, liderada pela empresa portuguesa Y-Dreams, coordenada pelo professor António Câmara e por sistemas de energias renováveis. Esta conteúdo temático será organizado em quatro momentos distintos no interior do pavilhão, detalhadamente descritos pela coordenação da participação portuguesa.
1"Portugal-China, 500 anos de encontros" será o primeiro deles e proporcionará ao visitante uma apresentação de oito momentos fundamentais das relações históricas entre os dois países. Neste primeiro momento, é relevante a presença simbólica das arcadas do Terreiro do Paço, como porta de entrada no Pavilhão de Portugal na Exposição Universal.
2"Portugal, uma praça para o mundo" será o segundo e permitirá o visionamento de um filme alusivo à experiência portuguesa enquanto dinamizador de trocas comercias e culturais ao longo dos tempos.
3Num terceiro momento, em "Portugal, um mundo de energias", apresentar-se-ão as realizações portuguesas face a energias renováveis, mostrando a forma como o País aproveita e transforma as energias naturais - água, sol e vento - em energia fotovoltaica, hídrica e eólica.
4Num quarto e último momento, o visitante chega a uma praça, que se define como " A marca Portugal", um local de informação turística e um ponto de encontro com os produtos portugueses, com destaque para a criatividade associada à energia das matérias-primas, à preocupação com o ambiente, à reciclagem e ao novo design. Neste espaço, os visitantes terão ainda à sua disposição uma zona com cafetaria, uma zona de vinhos e uma loja com produtos portugueses.
Sóbrio e discreto, eis o Pavilhão de Portugal.
dn
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