sábado, 30 de abril de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Francesinha entre as dez melhores sanduíches do mundo
 O Aol Travel elegeu a Francesinha como uma sanduíche "de babar", numa lista de dez exemplos internacionais. O site norte-americano considerou que a iguaria portuense, apesar do seu diminutivo, de "pequena tem muito pouco".
O Aol Travel elegeu a Francesinha como uma sanduíche "de babar", numa lista de dez exemplos internacionais. O site norte-americano considerou que a iguaria portuense, apesar do seu diminutivo, de "pequena tem muito pouco".          Como afirma, essa adaptação "significou juntar duas fatias de pão em torno de uma combinação de carne de salsicha e presunto, coroando-a com queijo derretido e encharcá-lo com um molho de tomate e cerveja", resultando na famosa iguaria portuense.
O Aol Travel apresenta "uma lista de alguns exemplos dignos de babar", num total de dez sanduíches com origens espalhadas pelo mundo: Roujimao (China), Smorrebrod (Dinamarca), Kati Roll (Índia), Pan Bagnat (França), Gelato Sandwich (tália), Indian Taco (EUA), Chip Butty (Reino Unido) e Cemita (México).
A Francesinha é uma sanduíche recheada com linguiça, salsicha fresca, fiambre e bife, coberta de queijo, sendo depois "regada" com um molho picante, considerado a alma da receita, que tem por base tomate e cerveja. Esta especialidade portuense surgiu na década de 60, pelas mãos do português Daniel da Silva.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Carta aberta ao Povo Finlandês
Encontrei por bem contar aqui  os pormenores de uma história que, por muito que pareça pertencer ao passado,  tão facilmente nos lembra a todos das travessuras partidas de que a História é  capaz de pregar. E por muito incompreensível que possa parecer, as travessuras e  partidas que a História às vezes prega, surpreendem em especial aqueles com a  memória mais curta.O local foi Lisboa, e o ano, 1940, mais concretamente o  trigésimo nono dia após o final da primeira e heróica guerra combatida pelo  perseverante povo Finlandês contra a tentativa estrangeira de apagar a vossa  pequena nação do mapa dos países livres e independentes da Europa. A Guerra do  Inverno na qual a Finlândia contrariamente ao que todos julgavam poder ser  possível derrotou o bolchevismo o imperialismo Russo, teve na altura um impacto  muito maior do que o que julga hoje a maior parte dos finlandeses.Os gritos de  sofrimento e os horrores da primeira guerra Russo-Finlandesa e os terríveis  sacrifícios impostos ao vosso pequeno país, comoveu e tocou o coração do povo  Português no outro longínquo canto deste velho continente chamado Europa.
Talvez fosse por causa de um sentimento de  irmandade, ou mesmo de identificação com os sacrifícios para que uma outra nação  pequena e periférica acabava de ser atirada…mas a ânsia de ajudar a Finlândia  rapidamente emergiu entre os Portugueses, tão orgulhosos que são hoje quanto  orgulhosos eram então dos valores da independência e da nacionalidade. A nação  europeia com as fronteiras mais estáveis e com a paz mais duradoura de todas,  não podia permitir-se, e não permitiu, permanecer no conforto da passividade de  nada fazer relativamente ao destino para o qual a Finlândia tinha sido  atirada,confrontada que esta estava com o perigo iminente de se tornar em apenas  mais uma província Estalinista.Portugal era na altura um país encruzilhado,  submergido em pobreza e constrangido por uma ditadura cruel e fascista. Os  Portugueses eram nesses tempos quase todos invariavelmente pobres,analfabetos,  oprimidos e infelizes, mas também trabalhadores, honestos, orgulhosos, unidos e  cheios de compaixão, mobilizados em solidariedade para oferecerem o que de mais  pequenino conseguiram repescar para ajudarem o necessitado e desesperado povo  Finlandês.Em cidades e vilas e aldeias de Portugal, agricultores, operários e  estudantes, pais e mães, que aos milhões talvez possuíssem não mais do que  apenas 3 mudas de roupa, ofereceram os para si mais modestos e preciosos bens  que, mal grado a penúria, conseguiram prescrever como dispensáveis:cobertores,  casacos, sapatos e casacões, e para os mais felizardos sacos de trigo e quilos  de arroz cultivados à mão nas lezírias e terras baixas dos rios portugueses. As  ofertas foram recolhidas por escolas e igrejas do norte e do sul, e embarcadas  para Helsínquia com a autorização prévia da Alemanha Nazi e Aliados. Num  extraordinário gesto de gratidão, o Sr. George Winekelmann, que era o então  representante diplomático da Finlândia em Lisboa e Madrid, publicou um  apontamento na primeira página do prestigioso jornal “Diário de Noticias” para  agradecer ao povo Português a ajuda e assistência prestadas à Finlândia no mais  difícil de todos os inconsoláveis tempos.O bem-haja a Portugal foi publicado no  vigésimo primeiro dia de Abril de 1940, há quase exactamente 70 anos neste dia  presente que corre, e descreve que “Na impossibilidade de responder directamente  a cada um dos inumeráveis testemunhos de simpatia e de solidariedade que tive a  felicidade de receber nestes últimos meses, e que constituíram imensa consolação  e reconforto moral e material para o meu país, que foi objecto de tão dolorosas  provações, dirijo-me à Nação Portuguesa, para lhe apresentar os meus profundos e  comovidos agradecimentos. Nunca o povo finlandês esquecerá a nobreza de tal  atitude. Estou certo de que os laços entre Portugal e Finlândia se tornaram mais  estreitos e que sobreviverão ao cataclismo do qual foi o meu país inocente  vítima, contribuindo assim para atenuar as consequências de tão injustificada  agressão”.Em virtude de um outro esforço de ajuda à Finlândia organizado por  estudantes Portugueses, o Sr.George Winekelmann mais uma vez voltou à primeira  página do mesmo jornal para, numa nota escrita no dia 16 de Julho de 1940,  expressar o seu imenso agradecimento: “O Sr. George Wineckelmann, ministro da  Finlândia, esteve ontem no Ministério da Educação Nacional (…) a agradecer o  interesse que lhe mereceram as crianças do seu país por ocasião do conflito com  a Rússia (…) e o seu reconhecimento pela importante dádiva com que os estudantes  portugueses socorreram os pequeninos da Finlândia”.Por irónico que seja, o  nacionalismo e as formas pelas quais alguns Europeus escolhem para o expressar  nos dias presentes, estão em completo contraste com o valor do conceito de Nação  expresso há 70 anos por um país bem mais velho, e por um povo bem menos rico e  bem mais analfabeto, quando confrontado com a luta pela sobrevivência de uma  nação-irmã, que é bem mais rica, bem mais instruída e….bem mais jovem.Todos  devemos ao passado a honra de não esquecer os feitos e triunfos daqueles que já  não vivem.O conceito de verdadeiro nacionalismo não pode jamais ficar dissociado  do dever de honrarmos o passado. Ao cabo de 870 anos de História, por vezes com  feitos tremendos e ainda maiores descobertas, um dos sucessos de Portugal como  nação tem sido a capacidade de o seu povo unido e homogéneo, olhar serenamente  de mãos dadas para lá do horizonte da sua terra, sem nunca ter me dodos desafios  desconhecidos dos sete mares em frente, sem nunca fechar a ninguém as portas  hospitaleiras e da amizade, e sem nunca fugir dos contratempos que possam  defrontar-se-lhe na senda do seu destino.Por mais irónico que seja, algo não  parece bater certo quando a condição a que chegou a economia de um Estado de uma  pequena nação, por maneira curiosa se torna talvez decisiva nas escolhas  eleitorais tomadas por um povo de uma outra e ainda mais pequena nação, no outro  canto tão longínquo da Europa. Por mais que merecida ou desejável que possa ser,  a recusa de auxiliar e ajudar uma nação dorida e testada pelos ventos de um  cataclismo financeiro não é provavelmente o passo mais sábio de países unidos  por espírito e orgulhosos de honrarem os verdadeiros intrínsecos valores de  solidariedade e mútua amizade, em especial quando atormentados por adversidade e  ventanias de crise.Por mais corrupta que a sua elite se comporte, por mais  desgovernado que o seu país ande, e por mais caloteiro que o seu Estado seja, os  homens e mulheres comuns de Portugal, filhos e filhas e netos e netas daqueles  que viviam há 70 anos atrás, sentem-se e são os reféns e vítimas inocentes de  uma Guerra financeira que viram ser-lhes declarada contra os seus bolsos e  carteiras, e que ameaça as suas honestas e modestas poupanças.Mas não obstante  confrontados nos agora tempos de hoje, em aparente insolvência e nas mais  sozinhas de todas as suas horas, com o desespero e adversidade, eu estou  confiante e seguro de que os Portugueses de hoje, mães e pais, agricultores,  trabalhadores, padres e estudantes, e até mesmo crianças, de lés a lés naquele  país se elevariam da consciência, a fim de mostrar os seus mais sinceros e  genuínos sentimentos de nacionalismo e humildade para ajudarem e confortarem  Finlândia e o povo finlandês, se alguma outra vez cataclismo ou desastre batesse  à porta da Finlândia e iluminasse a ideia obscura da extinção da heróica nação  Finlandesa, tal como aconteceu há sete décadas passadas.Todos nós podemos  aprender com as pequenas e genuínas lições dos tempos que lá vão.
Hélder Fernandes
Correspondente da TSF
Correspondente da TSF
segunda-feira, 18 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Portugal já pediu auxílio financeiro externo
As más notícias para os chamados países periféricos da zona euro têm-se repetido desde o início do ano passado. Hoje, com grande probabilidade, deverá surgir mais uma, vinda directamente de Frankfurt.
A maior parte dos analistas está a antecipar que Banco Central Europeu (BCE) coloque um ponto final ao período de 23 meses consecutivos em que manteve a sua principal taxa de juro de refinanciamento em um por cento, o valor mais baixo desde a criação do euro. E isso pode, numa fase em que as economias mais fortes da Europa estão já a crescer a um ritmo elevado, prejudicar os países mais debilitados, um grupo onde se inclui Portugal.
Aos problemas de uma era de subida de taxas de juro na zona euro, para Grécia, Irlanda e Portugal, os países que já pediram ajuda aos seus parceiros europeus e estão a enfrentar programas de austeridade severos, poderá juntar-se uma política monetária restritiva e a uma política orçamental já com efeitos recessivos. Isto é: as economias que já estão a contrair-se sofrem ainda mais, o que poderá acabar por ter efeitos nocivos no próprio processo de consolidação.
E não se pense que as preocupações estejam apenas centradas nos países que já pediram auxílio financeiro externo. A Espanha - que, nas últimas semanas, parece ter conseguido afastar-se de forma decisiva do contágio dos seus parceiros - corre o risco de estar entre as economias mais afectadas pela subida de taxas de juro. O seu sistema bancário ainda está em stress com a queda dos preços do imobiliário e poderá sofrer com o efeito sobre o malparado que uma subida de taxas poderá ter num país em que a maior parte dos empréstimos está indexada à Euribor. Um problema semelhante ao que se pode assistir em Portugal.
A dimensão do problema depende, é claro, da dimensão da subida das taxas pelo BCE. De acordo com os mercados de futuros, prevê-se uma subida de 0,25 pontos hoje e mais duas idênticas até ao final do ano.
O medo da inflação
Perante este cenário, o que leva o BCE a actuar desta forma? O problema é que, para o banco, existem duas regras que não se podem quebrar: a política monetária é decidida para toda a zona euro e garantir a estabilidade de preços é o objectivo principal.
Na zona euro, a inflação está já acima dos dois por cento, a meta definida pelo BCE como objectivo e os responsáveis do bancos têm vindo a mostrar uma preocupação crescente com os efeitos que a escalada dos preços dos alimentos e da energia pode vir a ter numa economia que, no seu todo, já começa a apresentar taxas de crescimento razoáveis. A Alemanha, com um peso muito significativo na zona euro, já está com taxas de crescimento próximas de três por cento, o desemprego a diminuir e a inflação a aumentar a cada mês que passa. Perante isto, a recessão de Portugal, Irlanda e Grécia acaba por ter uma importância relativa.
"Estes países são os danos colaterais na guerra contra a inflação e, aos olhos do BCE, este é um preço que vale a pena pagar", afirmava ontem ao Financial Times um analista da firma de investimentos Evolution Securities. A expectativa existe ainda em relação ao que Jean-Claude Trichet irá dizer relativamente às outras medidas extraordinárias que o banco central lançou para socorrer as economias da zona euro com maiores dificuldades durante a crise.
Por um lado, o programa de compras de obrigações de tesouro que serviu para, de forma indirecta, ajudar os Estados dos países periféricos a financiarem-se nos mercados. Sobre esta matéria, têm sido evidentes as diferenças de opinião entre os vários responsáveis do BCE. Axel Weber, o ex-governador do Bundesbank, manifestou-se várias vezes contra este programa, enquanto Trichet tem optado por um discurso muito mais prudente. De qualquer forma, é evidente o desconforto que existe em Frankfurt com esta tarefa, que o BCE gostaria de ver ser desempenhado pelos governos da zona euro. Nas duas últimas semanas, o banco não efectuou qualquer compra de obrigações no mercado secundário - apesar de Portugal precisar dessa ajuda quase desesperadamente - e Trichet pode dar hoje indicações preciosas sobre o que irá acontecer nos próximos meses.
A outra questão é a da manutenção das emissões de dinheiro a taxa fixa e em montantes ilimitados, que, desde o início da crise, substituíram os leilões que eram feitos para emprestar dinheiro aos bancos da zona euro. Não se esperam aqui quaisquer alterações, já que neste caso seria o mesmo que tirar o tapete aos bancos gregos, irlandeses, portugueses e espanhóis que ainda dependem do financiamento fácil do BCE para a sua sobrevivência.
Aos problemas de uma era de subida de taxas de juro na zona euro, para Grécia, Irlanda e Portugal, os países que já pediram ajuda aos seus parceiros europeus e estão a enfrentar programas de austeridade severos, poderá juntar-se uma política monetária restritiva e a uma política orçamental já com efeitos recessivos. Isto é: as economias que já estão a contrair-se sofrem ainda mais, o que poderá acabar por ter efeitos nocivos no próprio processo de consolidação.
E não se pense que as preocupações estejam apenas centradas nos países que já pediram auxílio financeiro externo. A Espanha - que, nas últimas semanas, parece ter conseguido afastar-se de forma decisiva do contágio dos seus parceiros - corre o risco de estar entre as economias mais afectadas pela subida de taxas de juro. O seu sistema bancário ainda está em stress com a queda dos preços do imobiliário e poderá sofrer com o efeito sobre o malparado que uma subida de taxas poderá ter num país em que a maior parte dos empréstimos está indexada à Euribor. Um problema semelhante ao que se pode assistir em Portugal.
A dimensão do problema depende, é claro, da dimensão da subida das taxas pelo BCE. De acordo com os mercados de futuros, prevê-se uma subida de 0,25 pontos hoje e mais duas idênticas até ao final do ano.
O medo da inflação
Perante este cenário, o que leva o BCE a actuar desta forma? O problema é que, para o banco, existem duas regras que não se podem quebrar: a política monetária é decidida para toda a zona euro e garantir a estabilidade de preços é o objectivo principal.
Na zona euro, a inflação está já acima dos dois por cento, a meta definida pelo BCE como objectivo e os responsáveis do bancos têm vindo a mostrar uma preocupação crescente com os efeitos que a escalada dos preços dos alimentos e da energia pode vir a ter numa economia que, no seu todo, já começa a apresentar taxas de crescimento razoáveis. A Alemanha, com um peso muito significativo na zona euro, já está com taxas de crescimento próximas de três por cento, o desemprego a diminuir e a inflação a aumentar a cada mês que passa. Perante isto, a recessão de Portugal, Irlanda e Grécia acaba por ter uma importância relativa.
"Estes países são os danos colaterais na guerra contra a inflação e, aos olhos do BCE, este é um preço que vale a pena pagar", afirmava ontem ao Financial Times um analista da firma de investimentos Evolution Securities. A expectativa existe ainda em relação ao que Jean-Claude Trichet irá dizer relativamente às outras medidas extraordinárias que o banco central lançou para socorrer as economias da zona euro com maiores dificuldades durante a crise.
Por um lado, o programa de compras de obrigações de tesouro que serviu para, de forma indirecta, ajudar os Estados dos países periféricos a financiarem-se nos mercados. Sobre esta matéria, têm sido evidentes as diferenças de opinião entre os vários responsáveis do BCE. Axel Weber, o ex-governador do Bundesbank, manifestou-se várias vezes contra este programa, enquanto Trichet tem optado por um discurso muito mais prudente. De qualquer forma, é evidente o desconforto que existe em Frankfurt com esta tarefa, que o BCE gostaria de ver ser desempenhado pelos governos da zona euro. Nas duas últimas semanas, o banco não efectuou qualquer compra de obrigações no mercado secundário - apesar de Portugal precisar dessa ajuda quase desesperadamente - e Trichet pode dar hoje indicações preciosas sobre o que irá acontecer nos próximos meses.
A outra questão é a da manutenção das emissões de dinheiro a taxa fixa e em montantes ilimitados, que, desde o início da crise, substituíram os leilões que eram feitos para emprestar dinheiro aos bancos da zona euro. Não se esperam aqui quaisquer alterações, já que neste caso seria o mesmo que tirar o tapete aos bancos gregos, irlandeses, portugueses e espanhóis que ainda dependem do financiamento fácil do BCE para a sua sobrevivência.
 público
domingo, 3 de abril de 2011
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