Voluntários precisam-se para ajudar na limpeza da mancha de petróleo no golfo do México. Desde que a plataforma explorada pela British Petroleum (BP) explodiu, a 20 de Abril, o derrame já triplicou de tamanho. Barack Obama já dissera que a empresa proprietária da exploração "teria de pagar a conta". Além de assumir os custos, agora a BP está a oferecer uma recompensa a quem se disponibilize para ajudar na árdua tarefa: 1200 euros diários é quanto a empresa está disposta a pagar e já disponibilizou um número de telefone para angariar ajuda. Os pescadores das costas do Luisiana são os candidatos mais fortes aos lugares de voluntários, já que não podem iniciar a temporada de apanha de camarão - que vai de Maio a Setembro. As despesas com o combustível das embarcações, a alimentação e o salário de um ajudante, porém, serão suportados pelos voluntários.
A BP tenta assim uma vez mais fugir ao pagamento dos pedidos de indemnização das pessoas afectadas pela maré negra. Até ao final da semana passada, o acordo era de 1200 euros diários em troca da renúncia dos pescadores a tomarem qualquer posição legal contra a empresa. No entanto, as autoridades do Alabama denunciaram a proposta e a BP foi forçada a alterar o texto do contrato. Ontem a direcção da empresa divulgou um comunicado que reforçava a intenção de pagar compensações por danos pessoais, materiais e perdas comerciais a todos os cidadãos da zona afectada.
Para LuAnn White, directora do Centro de Saúde Pública da Universidade de Tulane, em Nova Orleães, "não bastará um punhado de voluntários para limpar a praia". Cerca de 5 mil barris de petróleo continuam a ser derramados diariamente nas águas do golfo do México, confirmou ontem David Nicholas, porta-voz da BP, desmentindo informações veiculadas pela imprensa local, que dava como certa a contenção do vazamento.
Os esforços estão a sair caros à BP, que está a gastar mais de 4,6 milhões de euros por dia para travar o derrame. Além disso, desde a explosão, as acções da BP já desvalorizaram 17%. Só ontem tiveram uma queda de 4,7%.
Ontem a empresa começou uma nova operação, que deve estar finalizada até ao final da semana, e que deverá vedar de vez os pontos de fuga. A nova técnica, a terceira desde o início dos trabalhos (ver infografia), consiste na instalação de cúpulas de aço no fundo do mar, sobre os locais secundários da fuga. O tubo principal, localizado a 3960 metros de profundidade e que se partiu no acidente, será selado com cimento.
Vida ameaçada Cerca de 20 tartarugas, que deram na segunda-feira à costa do golfo do Mississípi, são as primeiras vítimas desta maré negra. Apesar de não apresentarem manchas no corpo, os cientistas acreditam que os animais comeram peixe contaminado com petróleo. As tartarugas foram descobertos ao longo de uma faixa de 50 quilómetros. Algumas pertencem a espécies em vias de extinção - exemplo da kemps ridley. Os Serviços Nacionais Marítimos de Pesca dos EUA foram encarregados de determinar a causa da morte.
Para além destas tartarugas, há mais 4 mil espécies em perigo no golfo do México, que dependem do ecossistema do estuário e da foz do rio Mississípi, castigado duramente, há cinco anos, pelo furacão Katrina.
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