domingo, 26 de setembro de 2010
E agora?
«Portugal manteve a sua posição relativa no mundo, e nomeadamente na Europa: continuamos no pelotão dos mais atrasados, dos mais periféricos, dos mais aflitos. Não progredimos suficientemente mais do que os outros, como precisávamos de fazer para alterar a nossa posição no conjunto dos países. E, na última década, foi mesmo o contrário que aconteceu.»
Manuel Maria Carrilho, E agora? - Por uma nova República
domingo, 19 de setembro de 2010
Santa Comba Dão,20 de Setembro de 1810
"Foi esta ponte cortada em 20 de Setembro de 1810 pela invasão do exército francez commandado por Massena foram reedificadas as suas ruínas e de novo feitas estas cortina dos lados e a estrada e calçada da parte sul mediante o paternal desvelo do excelso imperador e rei o senhor D. João VI em 1825 e gastarão se 3:898$055 anno domini MDCCCXXV."
OS LOUCOS DA SEMANA
«O país vai cada vez mais depressa a caminho de um desastre. Mas vai sem a identificação dos culpados. Tudo se passa como se o destino nos levasse para o fundo contra a vontade de toda a gente. O que não é manifestamente verdade. A lista dos loucos da semana - e só desta semana - chega para mostrar a nossa complacência com a irresponsabilidade, o erro e o delírio. José Sócrates - A dívida pública aumentou 14,2 mil milhões de euros do princípio de Janeiro ao fim de Agosto. A dívida directa líquida do Estado está hoje em 147 mil milhões de euros, 90 por cento do PIB (quando devia ser no máximo de 60 por cento). O défice excedeu no segundo trimestre em 6,2 por cento o défice do ano passado e o volume previsto no Orçamento (quando devia diminuir). Os peritos falam em recessão e numa intervenção iminente do Fundo Monetário Internacional. Angela Merkel prometeu sanções. O sr. primeiro-ministro (onde foram descobrir este homem?) mandou um secretário de Estado garantir à populaça que as coisas correm lindamente. E anda, entretanto, em campanha eleitoral, como campeão do "Estado social", para que não tem, ou terá, dinheiro. Pedro Passos Coelho - A Constituição da República, por obra da esquerda (sempre lúcida) e em particular por obra do ilustríssimo dr. Cunhal, é programática e deve ser revista. Acontece que a revisão não é uma prioridade, excepto para o sr. Pedro Passos Coelho, que não consegue perceber a evidência, mesmo se tropeça nela. Desviar Portugal para uma questão neste momento frívola e teórica (e descer nas sondagens) não o incomoda. Consta que o eng. Ângelo Correia (onde foram descobrir este homem?) o aconselha e o aprova. Alegremente, o suicídio do PSD continua. Ribeiro e Castro - Quem convenceu esta soturna mediocridade que alguém o queria para Presidente? Se por acaso, num espasmo de loucura, a que frequentemente é sujeito, Portugal lhe desse meia dúzia de votos, dividindo a direita, metade da população fugia a nado para Marrocos. Não se compreende como Paulo Portas não lhe aplicou ainda uma urgente e necessária martelada. Deputados do PS, PSD e CDS - Anteontem, os deputados do PS, do PSD e do CDS recusaram condenar Sarkozy pela expulsão dos ciganos. Não vale a pena comentar. A Assembleia da República é hoje o centro da desvergonha nacional. Merecia que a deportassem para a Bulgária.»
Vasco Pulido Valente, Público
portugaldospequeninos
Vasco Pulido Valente, Público
portugaldospequeninos
Conservatório de Música de Coimbra começa o ano a funcionar em casa nova e definitiva
O estabelecimento esperou 25 anos por instalações que o seu director considera "um palácio". Este será o segundo conservatório do país com formação na área da dança.
sábado, 18 de setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
Comemorações dos 200 anos da Batalha do Bussaco
A Batalha do Bussaco está a marcar o calendário cultural do concelho da Mealhada. No bicentenário desta importante batalha histórica, a Câmara Municipal da Mealhada preparou um programa de comemorações que se estende até ao final do ano e inclui várias exposições, concertos, lançamento de livros, de selos e de um carimbo comemorativo, cerimónias militares, uma recriação histórica da Batalha do Bussaco e um Congresso Internacional.
As comemorações dos 200 anos da Batalha do Bussaco arrancaram a 12 de Junho com uma exposição evocativa da data e o lançamento de dois livros sobre a temática, prosseguiram com um concerto da Banda Sinfónica do Exército e seguem, agora, com muitas outras iniciativas. O programa, que tem vindo a ser elaborado pela Câmara da Mealhada, em colaboração com o Estado Maior do Exército, a Academia Portuguesa de História, a Associação Napoleónica Portuguesa, a Fundação Mata do Buçaco e algumas associações locais, ainda nem está fechado e já conta com acções até ao final do ano.
Confirmada está já a recriação histórica da Batalha do Buçaco, nos dias 25 e 26 de Setembro. Uma iniciativa que conta com cerca de 200 recriadores de associações napoleónicas de vários países e que se divide em dois momentos: no dia 25, está marcado um desfile pela Av. Emídio Navarro, no Luso, às 15h45, ao qual se seguirá uma escaramuça junto ao monumento da batalha, pelas 18h30; já no dia 26, será possível assistir à recriação da Batalha do Bussaco, pelas 11h, junto às portas do Sula (onde se realiza a feira).
O Congresso Internacional sobre a Batalha do Bussaco está também confirmado para os dias 29, 30 e 31 de Outubro no Cine-Teatro Municipal Messias. Uma iniciativa que terá um preço simbólico (as inscrições ainda não estão a decorrer) e que engloba uma série de outras acções, como um percurso nocturno de recriação da Via Sacra pelos Monges Carmelitas, um concerto de Vox Angelis intitulado “Lamento em Memória das Vítimas da Batalha do Bussaco” e uma visita guiada dos congressistas ao Bussaco.
A programação não se esgota aqui. Pelo meio, está já confirmada a exposição de fotografia “O(s) Rosto(s) da Batalha”, do Coronel Ribeiro de Faria, de 11 a 30 de Setembro, o lançamento de um livro de Banda Desenhada sobre a temática, da autoria de José Pires, também no dia 11 de Setembro e a apresentação dos selos e do carimbo comemorativo no dia 27 de Setembro, pelas 18h, sendo que todas estas iniciativas decorrem no Convento de Santa Cruz do Bussaco.
O programa conta ainda com as cerimónias militares e protocolares do Exército Português no dia 25 de Setembro e com mais outras duas mostras sobre a Guerra Peninsular na sua generalidade. Um calendário rico em iniciativas, que pretende assinalar da forma mais nobre um acontecimento que não marcou só a História de Portugal, mas as gentes do concelho da Mealhada e de toda a região.
“Só daqui a 100 anos se comemorará o terceiro centenário, portanto esta data tem de ser devidamente assinalada. O 27 de Setembro de 1810 é uma data inesquecível para nós. Não há ninguém do concelho que não saiba o que ela representou”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal da Mealhada, a propósito desta aposta da autarquia no programa de comemorações dos 200 anos de tão importante batalha da História Universal.
As comemorações dos 200 anos da Batalha do Bussaco arrancaram a 12 de Junho com uma exposição evocativa da data e o lançamento de dois livros sobre a temática, prosseguiram com um concerto da Banda Sinfónica do Exército e seguem, agora, com muitas outras iniciativas. O programa, que tem vindo a ser elaborado pela Câmara da Mealhada, em colaboração com o Estado Maior do Exército, a Academia Portuguesa de História, a Associação Napoleónica Portuguesa, a Fundação Mata do Buçaco e algumas associações locais, ainda nem está fechado e já conta com acções até ao final do ano.
Confirmada está já a recriação histórica da Batalha do Buçaco, nos dias 25 e 26 de Setembro. Uma iniciativa que conta com cerca de 200 recriadores de associações napoleónicas de vários países e que se divide em dois momentos: no dia 25, está marcado um desfile pela Av. Emídio Navarro, no Luso, às 15h45, ao qual se seguirá uma escaramuça junto ao monumento da batalha, pelas 18h30; já no dia 26, será possível assistir à recriação da Batalha do Bussaco, pelas 11h, junto às portas do Sula (onde se realiza a feira).
O Congresso Internacional sobre a Batalha do Bussaco está também confirmado para os dias 29, 30 e 31 de Outubro no Cine-Teatro Municipal Messias. Uma iniciativa que terá um preço simbólico (as inscrições ainda não estão a decorrer) e que engloba uma série de outras acções, como um percurso nocturno de recriação da Via Sacra pelos Monges Carmelitas, um concerto de Vox Angelis intitulado “Lamento em Memória das Vítimas da Batalha do Bussaco” e uma visita guiada dos congressistas ao Bussaco.
A programação não se esgota aqui. Pelo meio, está já confirmada a exposição de fotografia “O(s) Rosto(s) da Batalha”, do Coronel Ribeiro de Faria, de 11 a 30 de Setembro, o lançamento de um livro de Banda Desenhada sobre a temática, da autoria de José Pires, também no dia 11 de Setembro e a apresentação dos selos e do carimbo comemorativo no dia 27 de Setembro, pelas 18h, sendo que todas estas iniciativas decorrem no Convento de Santa Cruz do Bussaco.
O programa conta ainda com as cerimónias militares e protocolares do Exército Português no dia 25 de Setembro e com mais outras duas mostras sobre a Guerra Peninsular na sua generalidade. Um calendário rico em iniciativas, que pretende assinalar da forma mais nobre um acontecimento que não marcou só a História de Portugal, mas as gentes do concelho da Mealhada e de toda a região.
“Só daqui a 100 anos se comemorará o terceiro centenário, portanto esta data tem de ser devidamente assinalada. O 27 de Setembro de 1810 é uma data inesquecível para nós. Não há ninguém do concelho que não saiba o que ela representou”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal da Mealhada, a propósito desta aposta da autarquia no programa de comemorações dos 200 anos de tão importante batalha da História Universal.
Santacombadense José Calado sagrou-se Campeão Europeu de Pesca Desportiva
Realizou-se em Coruche, no rio Sorraia, nos dias 4 e 5 de Setembro, o 16.º Campeonato da Europa de Pesca Desportiva.
A prova contou com a presença das principais Selecções dominantes no panorama internacional, nomeadamente Inglaterra, Itália, Hungria e França, as quais não facilitaram a vida à Selecção Nacional.
Dos seis atletas que compõem a Selecção Portuguesa, dois são da Associação de Pesca Vega de Santa Comba Dão, José Calado e Márcio Gaio, este natural de Gondomar.
Até à realização deste 16.º Campeonato Europeu e 57.º Campeonato Mundial, Portugal nunca tinha conseguido uma vitória por Nações no seu historial. O melhor resultado conseguido foi no ano de 2002 em Coimbra, ano em que se sagrou Vice-Campeão do Mundo e em que José Calado também participou.
Com esta vitória, José Calado conseguiu finalmente quebrar o enguiço após a participação em 9 Mundiais de Nações, 7 Campeonatos do Mundo de Clubes e 8 Campeonatos da Europa, acumulando um título de Campeão do Mundo em 2005, dois títulos de Vice-Campeão do Mundo em 2002 e 2008 e agora o título de Campeão Europeu.
Nesta prova, que contou com a presença de 102 atletas, as principais técnicas de pesca praticadas foram a “Inglesa”, em que se utilizam canas curtas com passadores e recurso a carreto, que permite a pesca a grandes distâncias, e a “Roubassienne ou Francesa”, que recorre à utilização de canas de carbono com um comprimento máximo de 13 metros e com pesos inferiores a 1kg.
Os pesos médios das capturas foram na ordem dos 2.2Kg e, como curiosidade, todo o peixe capturado foi mantido dentro de água numa manga de rede especial com um comprimento mínimo de 3 metros para que se mantivessem vivos durante as 3 horas de prova. No final da prova procedeu-se à pesagem e todo o peixe foi imediatamente devolvido à água vivo e em perfeitas condições de sobrevivência.
Foram capturados 3.846 exemplares, totalizando um peso de 373,43 Kg.
Classificação Final:
1.º Portugal 30 Pts,
2.º Inglaterra 32 Pts,
3.º Itália 45 Pts,
4.º Espanha 61 Pts.
Farol da nossa terra
A prova contou com a presença das principais Selecções dominantes no panorama internacional, nomeadamente Inglaterra, Itália, Hungria e França, as quais não facilitaram a vida à Selecção Nacional.
Dos seis atletas que compõem a Selecção Portuguesa, dois são da Associação de Pesca Vega de Santa Comba Dão, José Calado e Márcio Gaio, este natural de Gondomar.
Até à realização deste 16.º Campeonato Europeu e 57.º Campeonato Mundial, Portugal nunca tinha conseguido uma vitória por Nações no seu historial. O melhor resultado conseguido foi no ano de 2002 em Coimbra, ano em que se sagrou Vice-Campeão do Mundo e em que José Calado também participou.
Com esta vitória, José Calado conseguiu finalmente quebrar o enguiço após a participação em 9 Mundiais de Nações, 7 Campeonatos do Mundo de Clubes e 8 Campeonatos da Europa, acumulando um título de Campeão do Mundo em 2005, dois títulos de Vice-Campeão do Mundo em 2002 e 2008 e agora o título de Campeão Europeu.
Nesta prova, que contou com a presença de 102 atletas, as principais técnicas de pesca praticadas foram a “Inglesa”, em que se utilizam canas curtas com passadores e recurso a carreto, que permite a pesca a grandes distâncias, e a “Roubassienne ou Francesa”, que recorre à utilização de canas de carbono com um comprimento máximo de 13 metros e com pesos inferiores a 1kg.
Os pesos médios das capturas foram na ordem dos 2.2Kg e, como curiosidade, todo o peixe capturado foi mantido dentro de água numa manga de rede especial com um comprimento mínimo de 3 metros para que se mantivessem vivos durante as 3 horas de prova. No final da prova procedeu-se à pesagem e todo o peixe foi imediatamente devolvido à água vivo e em perfeitas condições de sobrevivência.
Foram capturados 3.846 exemplares, totalizando um peso de 373,43 Kg.
Classificação Final:
1.º Portugal 30 Pts,
2.º Inglaterra 32 Pts,
3.º Itália 45 Pts,
4.º Espanha 61 Pts.
Farol da nossa terra
DESPEDIMENTOS POR SMS, UMA VERGONHA NACIONAL
Só neste país onde o patrão faz o que quer, podem acontecer situações destas. Um novo-rico dos muitos que por ai proliferam e contribuem para os quase 700 mil desempregados, teve esta ideia original, que eu chamaria de cobarde, avisou os seus operários que ia encerrar a fábrica através de mensagem SMS.
O que lhe falta em coragem sobra-lhe em cobardia. As causas para que tal acontecesse não me interessam muito, ou seja, segundo as operárias, trabalho não faltava, encomendas muito menos, prova que a empresa ia no bom caminho. Se o senhor a geria mal, é incompetência, se é incompetente nunca poderia ser "empresário" e aqui, o sistema actual tem muitas culpas neste cartório, ou seja, qualquer bichocareta é patrão, quer ter satatus, quer ser "empresário", quer mandar, ter bons pópós, tudo à custa de quem trabalha e se sacrifica pela empresa, muitas vezes pondo esta acima da própria família, tentando que a dita não encerre, fazendo sacrifícios de vária ordem (abdicando de aumentos salariais, subsídios vários, fazendo horas extra sem a devida compensação, etc.), enquanto o patrão se pavoneia em orgias várias, sempre e sempre à conta do operário. Num país onde isto acontece é um país de mentira, de ignorância e de sacanas. São os defensores desta gente que querem retirar da Constituição da Republica o Artigo 61º - Nº-2 e 5, entre outros. ferroadas
O que lhe falta em coragem sobra-lhe em cobardia. As causas para que tal acontecesse não me interessam muito, ou seja, segundo as operárias, trabalho não faltava, encomendas muito menos, prova que a empresa ia no bom caminho. Se o senhor a geria mal, é incompetência, se é incompetente nunca poderia ser "empresário" e aqui, o sistema actual tem muitas culpas neste cartório, ou seja, qualquer bichocareta é patrão, quer ter satatus, quer ser "empresário", quer mandar, ter bons pópós, tudo à custa de quem trabalha e se sacrifica pela empresa, muitas vezes pondo esta acima da própria família, tentando que a dita não encerre, fazendo sacrifícios de vária ordem (abdicando de aumentos salariais, subsídios vários, fazendo horas extra sem a devida compensação, etc.), enquanto o patrão se pavoneia em orgias várias, sempre e sempre à conta do operário. Num país onde isto acontece é um país de mentira, de ignorância e de sacanas. São os defensores desta gente que querem retirar da Constituição da Republica o Artigo 61º - Nº-2 e 5, entre outros. ferroadas
domingo, 5 de setembro de 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
Sentença do processo Casa Pia
Carlos Cruz apoiou-se ligeiramente na barra, quando ouviu a juíza Ana Peres ditar-lhe a sentença de sete anos de prisão. Carlos Silvino, o único arguido que não se levantou para ouvir a pena, esteve sempre a tirar notas num bloco A4. Jorge Ritto, Manuel Abrantes, Ferreira Diniz e Hugo Marçal mantiveram a expressão fechada. Gertrudes Nunes, absolvida por razões técnicas, e não por convicção do tribunal de que estivesse isenta de culpa, chorou copiosamente.
Foram penas pesadas as que sexta-feira o tribunal aplicou a seis dos sete arguidos do processo Casa Pia. Penas que originaram reacções violentas dos arguidos - Manuel Abrantes chegou a dizer que a partir de hoje começa a sua "caça ao homem" contra quem lhe lançou "esta maldição" - e que os advogados de defesa consideraram não terem sido devidamente justificadas pelo tribunal.
Assim que Ana Peres se preparava para encerrar a sessão, Ricardo Sá Fernandes (um dos advogados de Carlos Cruz) pediu a palavra alegando nulidade. As leis processuais permitem que, quando o acórdão é extenso, seja lida apenas uma súmula, mas Sá Fernandes sustentou que não houve uma verdadeira fundamentação, mas apenas "referências descosidas, notas desgarradas, com considerações psicologicamente vagas" para justificar as condenações.
O advogado foi ao ponto de questionar se a fundamentação estaria escrita, sendo prontamente interrompido por Ana Peres. Habitualmente calma, e com um tom de voz baixo, a presidente do colectivo exaltou-se: "Isso é que não, senhor doutor!" Interrompendo a arguição de nulidade que o advogado ditava para a acta, a juíza decidiu, mesmo sob protesto de Sá Fernandes, que só poderia continuar por escrito.
A única absolvida Gertrudes Nunes, proprietária da famosa casa de Elvas onde foram cometidos abusos, foi a única arguida que saiu do tribunal em liberdade. A explicação está numa alteração legislativa de 2007, em que passou a ser considerado que para haver prática do crime de lenocínio (incentivo à prostituição) tem de haver dolo, ou seja, intencionalidade. "Por essa razão é absolvida de todos os crimes", explicou Ana Peres.
Antes, a magistrada tinha tecido largas considerações sobre a casa e as razões para acreditar que os factos descritos pelas vítimas foram verdadeiros. A interpretação cruzada e global dos testemunhos foi a chave da decisão, tendo o tribunal admitido que seria impossível uma "certeza absoluta" do que aconteceu .
À excepção de Carlos Silvino, que confessou parte dos crimes, os restantes cinco condenados anunciaram o já esperado recurso. Carlos Cruz deu uma conferência de imprensa em que se chegou a comparar a decisão aos tribunais plenários do Estado Novo , enquanto Manuel Abrantes, transtornado, admitia recorrer a outras armas. "Quem me fez mal vai ter de pagar", repetiu, dizendo que se sente livre das regras do tribunal a que esteve sujeito.
Satisfeitos mostraram-se "os rapazes". Sete estiveram sentados atrás dos advogados, mas mais alguns misturaram-se com a assistência. No final, Francisco Guerra fez questão de dar a cara e o nome aos jornalistas, numa declaração em que a expressão mais usada foi "valeu a pena". "O dia de hoje [ontem] prova que o que dissemos é verdade."
Referindo a certa altura o visível sofrimento a que as vítimas estiveram sujeitas, a juíza Ana Peres terminou a decisão condenando os arguidos a pagar indemnizações que variam entre 15 e 25 mil euros a cada vítima. Mas todos foram absolvidos nos pedidos que eram feitos pela instituição, que não sai bem na fotografia. "A Casa Pia teve responsabilidades no que se passou", sublinhou Ana Peres.
A juíza explicou ter ficado claro que não houve suficiente atenção ao que se passava com as crianças, mas acrescentou que essa ignorância não é sinónimo de negligência. Fazendo o paralelismo com a família, Ana Peres sublinhou que "nem sempre os pais se apercebem do que está a acontecer" com os filhos, apesar de os acompanharem de forma mais intensa do que acontece num colégio. Adelino Granja - antigo aluno da Casa Pia, que colaborou na denúncia dos abusos - reagiu dizendo que o Estado "devia ser condenado pelo que aconteceu", depois de o tribunal se pronunciar.
Foram penas pesadas as que sexta-feira o tribunal aplicou a seis dos sete arguidos do processo Casa Pia. Penas que originaram reacções violentas dos arguidos - Manuel Abrantes chegou a dizer que a partir de hoje começa a sua "caça ao homem" contra quem lhe lançou "esta maldição" - e que os advogados de defesa consideraram não terem sido devidamente justificadas pelo tribunal.
Assim que Ana Peres se preparava para encerrar a sessão, Ricardo Sá Fernandes (um dos advogados de Carlos Cruz) pediu a palavra alegando nulidade. As leis processuais permitem que, quando o acórdão é extenso, seja lida apenas uma súmula, mas Sá Fernandes sustentou que não houve uma verdadeira fundamentação, mas apenas "referências descosidas, notas desgarradas, com considerações psicologicamente vagas" para justificar as condenações.
O advogado foi ao ponto de questionar se a fundamentação estaria escrita, sendo prontamente interrompido por Ana Peres. Habitualmente calma, e com um tom de voz baixo, a presidente do colectivo exaltou-se: "Isso é que não, senhor doutor!" Interrompendo a arguição de nulidade que o advogado ditava para a acta, a juíza decidiu, mesmo sob protesto de Sá Fernandes, que só poderia continuar por escrito.
A única absolvida Gertrudes Nunes, proprietária da famosa casa de Elvas onde foram cometidos abusos, foi a única arguida que saiu do tribunal em liberdade. A explicação está numa alteração legislativa de 2007, em que passou a ser considerado que para haver prática do crime de lenocínio (incentivo à prostituição) tem de haver dolo, ou seja, intencionalidade. "Por essa razão é absolvida de todos os crimes", explicou Ana Peres.
Antes, a magistrada tinha tecido largas considerações sobre a casa e as razões para acreditar que os factos descritos pelas vítimas foram verdadeiros. A interpretação cruzada e global dos testemunhos foi a chave da decisão, tendo o tribunal admitido que seria impossível uma "certeza absoluta" do que aconteceu .
À excepção de Carlos Silvino, que confessou parte dos crimes, os restantes cinco condenados anunciaram o já esperado recurso. Carlos Cruz deu uma conferência de imprensa em que se chegou a comparar a decisão aos tribunais plenários do Estado Novo , enquanto Manuel Abrantes, transtornado, admitia recorrer a outras armas. "Quem me fez mal vai ter de pagar", repetiu, dizendo que se sente livre das regras do tribunal a que esteve sujeito.
Satisfeitos mostraram-se "os rapazes". Sete estiveram sentados atrás dos advogados, mas mais alguns misturaram-se com a assistência. No final, Francisco Guerra fez questão de dar a cara e o nome aos jornalistas, numa declaração em que a expressão mais usada foi "valeu a pena". "O dia de hoje [ontem] prova que o que dissemos é verdade."
Referindo a certa altura o visível sofrimento a que as vítimas estiveram sujeitas, a juíza Ana Peres terminou a decisão condenando os arguidos a pagar indemnizações que variam entre 15 e 25 mil euros a cada vítima. Mas todos foram absolvidos nos pedidos que eram feitos pela instituição, que não sai bem na fotografia. "A Casa Pia teve responsabilidades no que se passou", sublinhou Ana Peres.
A juíza explicou ter ficado claro que não houve suficiente atenção ao que se passava com as crianças, mas acrescentou que essa ignorância não é sinónimo de negligência. Fazendo o paralelismo com a família, Ana Peres sublinhou que "nem sempre os pais se apercebem do que está a acontecer" com os filhos, apesar de os acompanharem de forma mais intensa do que acontece num colégio. Adelino Granja - antigo aluno da Casa Pia, que colaborou na denúncia dos abusos - reagiu dizendo que o Estado "devia ser condenado pelo que aconteceu", depois de o tribunal se pronunciar.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Morreu José Torres
O antigo avançado do Benfica e da selecção nacional José Torres faleceu esta madrugada, aos 71 anos de idade, avança o site oficial do Sport Lisboa e Benfica.
José Torres destacou-se no Benfica e na selecção nacional na década de 1960, tendo representado o clube entre 1959 e 1971. O "bom gigante", que há anos sofria da doença de Alzheimer, faleceu hoje no hospital dos Lusíadas, onde estava internado há cerca de 15 dias.
O seu currículo desportivo inclui a conquista de nove campeonatos nacionais, seis Taças de Portugal e a presença em três finais europeias (1963, 1965 e 1968) pelo Benfica e um terceiro lugar no Mundial de 1966, em Inglaterra.
O Mundial de 1966 foi o ponto alto da carreira do "bom gigante" na selecção nacional, que representou entre 1963 e 1973, tendo marcado 14 golos em 34 encontros. José Torres foi ainda seleccionador nacional, tendo levado Portugal ao Mundial de 1986. Como técnico orientou ainda equipas como Estrela da Amadora, Varzim e Boavista.
José Torres destacou-se no Benfica e na selecção nacional na década de 1960, tendo representado o clube entre 1959 e 1971. O "bom gigante", que há anos sofria da doença de Alzheimer, faleceu hoje no hospital dos Lusíadas, onde estava internado há cerca de 15 dias.
O seu currículo desportivo inclui a conquista de nove campeonatos nacionais, seis Taças de Portugal e a presença em três finais europeias (1963, 1965 e 1968) pelo Benfica e um terceiro lugar no Mundial de 1966, em Inglaterra.
O Mundial de 1966 foi o ponto alto da carreira do "bom gigante" na selecção nacional, que representou entre 1963 e 1973, tendo marcado 14 golos em 34 encontros. José Torres foi ainda seleccionador nacional, tendo levado Portugal ao Mundial de 1986. Como técnico orientou ainda equipas como Estrela da Amadora, Varzim e Boavista.
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