segunda-feira, 8 de março de 2010

Era a mulher — a mulher nua e bela,


Sem a impostura inútil do vestido

Era a mulher, cantando ao meu ouvido,

Como se a luz se resumisse nela...

Mulher de seios duros e pequenos

Com uma flor a abrir em cada peito.

Era a mulher com bíblicos acenos

E cada qual para os meus dedos feito.

Era o seu corpo — a sua carne toda.


Era o seu porte, o seu olhar, seus braços:

Luar de noite e manancial de boda,

Boca vermelha de sorrisos lassos.

Era a mulher — a fonte permitida

Por Deus, pelos Poetas, pelo mundo...

Era a mulher e o seu amor fecundo

Dando a nós, homens, o direito à vida!

Pedro homem de melo

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