O Presidente da Republica, Cavaco Silva, referiu-se à abstenção afirmando que “não é aceitável que existam portugueses que se considerem dispensados de dar o seu contributo”. Ou seja: “O alheamento não é a forma adequada – nem certamente eficaz – de enfrentar os desafios e resolver as dificuldades”. “Pelo contrário, níveis de abstenção como aquele que se verificou nas eleições de domingo passado são um sintoma de desistência, de resignação, que só empobrecem a democracia”, garantiu.
Empobrecem de facto esta democracia, mas os portugueses começam a aperceber-se que afinal esta democracia não é realmente uma verdadeira democracia no sentido etimológico da palavra. Democracia quer dizer, Demo, povo, Kracia, povo, ou seja governo do povo. Isto quer dizer que uma verdadeira democracia é a democracia directa, em que tenhamos a possibilidade de decidir em cada passo do nosso caminho. A outra, aquela que nos impingem sob a capa de democracia representativa, considera-nos incapazes de decidir sobre o nosso destino e por isso coloca só os melhores, aqueles que aceitam fazer parte do sistema a decidir por nós, a dizer-nos o que devemos fazer e que caminho devemos seguir. De tempos a tempo lá metemos um papelinho para que nos convençamos que temos alguma influência nas decisões. Transformam as eleições num jogo e criam o espectáculo que o rodeia. O poder, esse nunca o largam nem nos dão a possibilidade de sequer o cheirar. Sr. Silva, as pessoas estão a desistir é de vocês, da vossa maneira de governarem este país e de fazerem de nós parvos. Estão a ficar fartos da corrupção, da impunidade, dos abusos, dos enriquecimentos rápidos, do compadrio, da mentira. Esta é a lição que deviam tirar desta abstenção de 63% e dos 6,5% de votos brancos e nulos é a de que os estão a avisar que assim quem vai ser dispensado são vocês. Enquanto tentarem transferir a culpa para os eleitores e descartar a dos eleitos estão mesmo a pedi-las.
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