terça-feira, 8 de setembro de 2009

1939: Alemanha invade a Polônia


A Alemanha, derrotada na Primeira Guerra Mundial, havia perdido seus territórios ultramarinos, a Alsácia Lorena e parte da Prússia. As altas indenizações impostas pelos Aliados causaram o colapso da moeda e desemprego em massa, fatores que, explorados pelos nazistas, contribuíram para o fortalecimento de Hitler no poder (assumido em 1933).
As relações entre a Alemanha e a Polônia já eram tensas desde a República de Weimar. Nenhum governo do Reich nem partido alemão concordava com a nova delimitação da fronteira leste do país (com um corredor polonês, neutro, separando o país da Prússia Oriental), imposta no Tratado de Versalhes.
Ambicionando as matérias-primas da Romênia, do Cáucaso, da Sibéria e da Ucrânia, Hitler começou a expansão para o Leste. Embora as potências ocidentais temessem o perigo nazista, permitiram seu crescimento como forma de bloqueio ao avanço comunista soviético.

Conquistas passo a passo
Em 1935, a Alemanha havia reiniciado a produção de armamentos e restabelecido o serviço militar obrigatório, contrariando o Tratado de Versalhes. Ao mesmo tempo, aproximou-se da Itália fascista de Benito Mussolini; de Francisco Franco, na Espanha; do Japão; e anexou a Áustria (Anschluss), em 1938, por tratar-se de um povo de língua alemã.
No ano seguinte, com a conivência da França e da Inglaterra, incorporou a região dos Sudetos, que abrigava minorias alemãs, na Tchecoslováquia. Por fim, aproveitou o ceticismo ocidental em relação à União Soviética e assinou com Josef Stalin um acordo de não-agressão e neutralidade de cinco anos.
Estava aberto o caminho para atacar a Polônia, exigindo a devolução da zona conhecida por "corredor polonês" e do porto de Danzig (neutra, a atual Gdansk).
Diante da negativa da Polônia em ceder Danzig, as tropas alemãs invadiram o país em 1º de setembro de 1939 e travaram uma guerra-relâmpago (blitzkrieg) com a frágil resistência local. Dois dias depois, a Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha, fazendo eclodir a Segunda Guerra Mundial.A Alemanha, a sofrer as consequências do Tratado de Versalhes, que se seguiu à I Grande Guerra, iniciara um processo de rearmamento e lançara-se numa vaga de anexação de territórios vizinhos, que culminou com a ocupação da Áustria.

Os Estados europeus aliados, nomeadamente o Reino Unido e a França, foram seguindo uma política de apaziguamento - ou de capitulação, para alguns historiadores -, até que os exércitos nazis invadiram a Polónia.
Londres e Paris declararam guerra à Alemanha, mas nada parecia capaz de travar o avanço das forças armadas alemãs. Depois da Polónia, foi a vez da Dinamarca e Noruega se renderem. E seguiram-se a Bélgica, o Luxemburgo e a Holanda.
Estava criada a base para a invasão da França, que se entregou em 1940.
Em Portugal, apesar de manifestas simpatias pela Alemanha, o Estado Novo de Salazar conseguiu manter a neutralidade, evocando até a Aliança velha de séculos com a Grã Bretanha, e o território português ficou conhecido como um “ninho” de espiões de todos os países envolvidos, que se aproveitavam da neutralidade lusa para tecer as suas teias.
Por outro lado, Lisboa foi também ponto de acolhimento e de passagem para refugiados de todas as etnias e de todos os países envolvidos no conflito, que queriam seguir para um mundo melhor.
Ao longo de todo o ano de 1941, o Reino Unido, alvo de bombardeamentos consecutivos dos aviões alemães, resistiu praticamente sozinho, apenas com ajuda material dos Estados Unidos, que resistiam a envolver-se numa guerra na Europa.
E Estaline, acatando o pacto nazi-soviético Molotov-Ribbentrop, que previa o não-envolvimento de qualquer dos países num confronto externo, não tencionava imiscuir-se.
Depois, foi o alastrar da guerra ao norte de África e Mediterrâneo, com Hitler a ter que apoiar os seus aliados italianos de Mussolini.
E, finalmente, a primeira grande derrota das forças alemãs nas estepes soviéticas, de que é retrato exemplar a batalha de Estalinegrado.
Entretanto, estavam abertos os grandes campos de concentração nazis, dedicados à purga de judeus, ciganos, homossexuais e outros cidadãos «indesejáveis» para a pureza da raça ariana. Eram os trabalhos forçados e as câmaras de gás. Era o Holocausto.
Os Estados Unidos entraram finalmente na guerra, depois do bombardeamento da sua base naval de Pearl Harbor, no Havai, em Dezembro de 1941 por forças japonesas. E o Japão, um outro elemento decisivo do “Eixo” de Hitler, controlava, já em 1942, uma vasta extensão de território, da Manchúria às Filipinas.
Os Estados Unidos empenharam-se profundamente na guerra do Pacífico, em batalhas ilha a ilha, até que, depois de assegurarem Iwo Jima, começaram a bombardear território japonês.
O exército britânico começou a recuperar as zonas asiáticas em poder das forças do “Eixo” e a União Soviética juntou-se à guerra.
A Alemanha rendeu-se em Maio de 1945, dias após o suicídio de Hitler, mas o Japão resistiu até Agosto desse ano, quando os Estados Unidos lançaram bombas atómicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Dos cerca de 50 milhões de mortos na II Guerra Mundial, metade eram civis.

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