quinta-feira, 2 de abril de 2009

Igualdade-Programa 'de Mulher para Mulher' desafia jovens para a acção cívica

Trinta jovens raparigas vão poder aprender, com mulheres que ocupam posições de liderança na sociedade portuguesa, competências de intervenção cívica, como falar em público ou lidar com a comunicação social.
O programa em causa chama-se 'de Mulher para Mulher' e tem abertas, até dia 17, inscrições para jovens com entre 16 e 25 anos que desejem envolver-se na vida pública e aceder a postos de responsabilidade, revelou Marta Daniela Costa, da Rede Portuguesa de Jovens para a Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens, responsável pela iniciativa.
De acordo com a responsável, as participantes vão também poder visitar «órgãos de poder político e da sociedade civil e terão de desenvolver pequenos projectos nas suas comunidades ou organizações de origem».
As jovens que forem seleccionadas para o programa irão trabalhar com mulheres mais velhas, que estão numa posição de liderança - na Assembleia da República, no Parlamento Europeu, em associações, partidos, sindicatos, serviços da administração e organizações não governamentais - e que, como tal, dispõem de experiência acumulada, de influência e de contactos diversificados que poderão partilhar.
O trabalho será desenvolvido num «esquema de pares»: uma mentora para uma mentorada. Na primeira edição do programa, que decorreu entre Maio de 2005 e Setembro de 2006 na zona Norte do país, foram mentoras mulheres como a eurodeputada comunista Ilda Figueiredo, a ex-ministra para a Igualdade Maria de Belém Roseira, a ex-secretária de Estado das Artes e Espectáculos Teresa Caeiro ou a antiga secretária de Estado da Igualdade Maria do Céu Cunha Rego.
Regina Tavares da Silva, do Comité para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres, Isabel Romão, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, a deputada socialista Sónia Fertuzinhos e a deputada do Bloco de Esquerda Helena Pinto foram outras das convidadas para um projecto que se afirma «apartidário».
Para este ano ainda não foram endereçados convites, «pois as mentoras são escolhidas em função das jovens, de modo a que se criem pares de trabalho adequados».
«Além disso, e dado o carácter desta segunda edição - em que haverá um contingente para pessoas oriundas de minorias étnicas, religiosas, sociais, bem como imigrantes -, queremos encontrar modelos de mulheres activas que sejam oriundas desses grupos», esclareceu Marta Costa, coordenadora na primeira edição.
A edição de estreia teve a participação de jovens dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Lisboa e Setúbal.
«A segunda edição difere também da primeira ao contar com dois grupos, um em Lisboa e outro no Porto, de 15 jovens cada, e porque os projectos das jovens serão dirigidos aos rapazes, numa estratégia que visa envolvê-los na questão da igualdade de género», revelou a mesma responsável, de 32 anos e a exercer Psicologia.
Com uma duração de 18 meses, entre o corrente mês e Setembro de 2010, o programa 'de Mulher para Mulher' (designado também como dMpM2) sustenta que o género feminino está sub-representado no que respeita à participação nos processos e posições de tomada de decisão.
«As mulheres têm menos redes e redes menos influentes ao nível de contactos, o que as lesa, nomeadamente na vida político-partidária», exemplificou Marta Costa, adiantando que o projecto procurará «motivá-las a envolverem-se na vida pública», procurando apoiar «as jovens que desejam aceder a postos de responsabilidade».
Outros dos objectivos passam por consciencializar as jovens quanto às questões da igualdade entre mulheres e homens no contexto nacional, europeu e internacional e por sensibilizar o género masculino para a importância das questões da igualdade entre homens e mulheres, nomeadamente as que se referem à reconciliação entre responsabilidades familiares, profissionais e pessoais/cívicas.
Lusa / SOL

2 comentários:

Clara Alexandre disse...

Estes programas são de extrema utilidade, uma vez que a participação das mulheres na esfera pública é muito reduzida, por factores diversos e um dos quais se prende com o esteriotipo que a politica é para os homens, ficando uma parte da população ( as mulheres) arredada do processo.Alguns passos têm sido dados no sentido de inverter a situação, por exemplo a aprovação da lei da paridade. No entanto, esta de nada serve se não fôr acompanhada também por este tipo de medidas que visam promover a formação e motivação para a participação das nossas jovens mulheres.
Já agora, posso pôr este post também no blog do meu curso?

Clara Alexandre disse...

E já agora só mais uma, claro que estes projectos têm, obviamente, que ser dirigidos também aos homens, senão nada feito...