Tem fama de engordar, de ser um alimento proibido para diabéticos (que na verdade o podem comer, ainda que dando preferência ao integral) e um dos principais alvos a abater em qualquer dieta. Mas haverá quem resista a um pãozinho quente, com manteiga a derreter e o sabor genuíno dos artigos caseiros? Pois é. A resposta é não e o nutricionista Rodrigo Abreu explica porque não nos devemos sentir culpados por isso. Comer pão faz bem, sobretudo se soubermos o pão que comemos. Ora arregace lá as mangas e faça da sua cozinha a melhor padaria do mundo. Qualidades nutritiva
Os cereais, onde se inclui o pão, estão na base da pirâmide alimentar. Razões para não o dispensar à mesa: é uma excelente fonte de energia; rico em minerais (fósforo, magnésio, potássio); rico em vitaminas do complexo B (B1, B2, B6) e rico em fibras e hidratos de carbono (amido) de absorção lenta. É um alimento óptimo para incluir no pequeno-almoço ou no lanche, diariamente, embora se recomende moderação no seu consumo - para a maioria das pessoas, duas a três fatias de pão por dia é uma quantidade adequada.Verdades e mentiras
Será mesmo que o pão engorda? Por si só, não. O que interfere na balança é a quantidade de queijos, enchidos ou doces que se lhe junta; o facto de o comer com outros hidratos de carbono complexos (como arroz, massas ou batatas) ou comê-lo em grandes doses. Já em relação ao pão branco versus pão escuro, é preciso reconhecer que o branco tem mais calorias enquanto o mais escuro é nutricionalmente mais rico. E sim, o pão industrial tem, de uma maneira geral, muito sal - em média, cada fatia (integral ou não) soma cerca de 125mg de teor de sódio. Convém recordar que a OMS recomenda uma ingestão diária de apenas 2 gramas. Quanto ao colesterol, a quantidade presente no pão é mínima (inferior a 5mg/100g), embora seja necessário repetir que o perigo pode estar no que se lhe adiciona. Ou seja, se tem valores de colesterol elevados, prefira gorduras vegetais e queijo ou fiambres magros. Vantagens de o fazer em casa
Desde logo, poder escolher os ingredientes, de forma a tornar o pão mais nutritivo, adicionando-lhe fibras ou sementes. Além de ser possível adequar o teor de sal, prepará-lo com as próprias mãos permite escolher farinhas de diferentes cereais - usando nomeadamente as menos refinadas (com mais fibra e um valor calórico mais baixo). Para quem sofre de algumas patologias gastro-intestinais (doença de Crohn ou síndrome do cólon irritável, por exemplo) é particularmente útil poder utilizar farinhas sem glúten ou preparar pão sem fermento. Ficam os conselhos: preferir pães feitos com farinhas integrais, não exceder 14g de sal por cada quilo de pão e acrescentar com moderação todo o tipo de ingredientes - leite, açúcar, ovos ou frutas cristalizadas - susceptíveis de o tornar uma bomba calórica. Em relação às máquinas de fazer pão, na hora da compra deve atender-se à respectiva capacidade de produzir pesos diferentes e ao tipo de programas disponíveis. Recomenda-se um aparelho com revestimento antiaderente e que permita, além do pão, confeccionar bolos, compotas ou massas, o que rentabilizará o investimento. Na alimentação infantil
Nos lanches e merendas, optar pelo pão garante uma boa saciedade e ajuda a evitar que as crianças petisquem doces e guloseimas entre as refeições. É uma base óptima para fornecer a energia e os nutrientes necessários a um crescimento saudável, sobretudo quando complementado com frutas ou lacticínios. Por outro lado, usar vários tipos de pão (integral, com cereais, etc.) e alternar os seus acompanhamentos pode facilitar a adesão dos miúdos à primeira refeição do dia, com a vantagem extra de evitar os cereais de pequeno-almoço muito açucarados. Uma última dica: excepto nos primeiros anos de vida, não é necessário escolher pão sem sal para as crianças.
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