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Coordenador do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses diz que não ficou surpreendido com os resultados
João Carvalho considera que deve ser repensado papel das empresas municipais
Lisboa, Porto e Gaia lideram a lista das autarquias que registam um maior endividamento.
Mais de metade dos municípios não têm receitas suficientes para pagar as dívidas a curto prazo. Ao todo, são 195 autarquias que no final de 2007, apresentavam uma falta de liquidez de 685 milhões de euros.
Na altura, só a Câmara de Lisboa tinha um saldo negativo de quase 267 milhões. No total, a dívida de todos os municípios era superior a 6600 milhões de euros, mais 0,4 por cento do que no ano anterior.
O coordenador do Anuário Financeiro dos Munícipios Portugueses até estava à espera de pior. João Carvalho diz que ficou surpreendido pela positiva.
«Não me parece que a situação seja dramática salvo meia dúzia de municípios que têm uma situação que merece algum cuidado», salienta.
João Carvalho sublinha que as receitas aumentaram e as despesas também, mas houve um esforço das autarquias para equilibrar as contas.
As despesas com o pessoal continuam a representar a fatia maior, quase 30 por cento, dos gastos dos municípios, enquanto os impostos e as transferências são a principal fonte de receita.
João Carvalho deixa uma sugestão às autarquias, para que seja repensado o papel das empresas municipais.
As contas das empresas de serviços municipalizados foram analisadas pela primeira vez neste anuário, que coloca Lisboa, Vila Nova de Gaia e Porto no "top" das câmaras com maior endividamento.
Cristina Lai Men
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