terça-feira, 7 de abril de 2009

Portugal vai-se preparando para um eventual sismo

Se o sismo desta segunda-feira se verificasse em Portugal, estariam as autoridades preparadas para actuar? Susana Silva, da ANPC, diz que "estamos mais bem preparados" do que há uns meses, mas que "aconteceria mais ou menos a mesma coisa".
Sem querer ser alarmista, a directora nacional de Planeamento de Emergência da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) começa por dizer que "nunca estamos preparados para uma situação destas", para logo acrescentar que "o país está a ser preparado" para um eventual sismo.
Recorda o simulacro realizado em Novembro do ano passado, na região de Lisboa, que permitiu detectar algumas fragilidades, nomeadamente quanto à gestão de informação para a população e falhas nas comunicações, com especial incidência entre hospitais.
Susana Silva lembra ainda que para Maio está previsto mais um exercício do género, desta vez envolvendo equipas de protecção civil também de Espanha, França, Itália, Grécia e Chipre.
O Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e a orla costeira desde Sagres até à Figueira da Foz são as áreas, no continente, com maior perigosidade sísmica. A AML já tem um Plano de Emergência de Risco Sísmico, que envolve 65 entidades públicas e privadas, enquanto que o do Algarve "está quase pronto", sublinha. "Prevemos, em Novembro, realizar um exercício em sala para esta área do país". Susana Silva explica que é "muito diferente falarmos do Algarve no Inverno ou no Verão, quando está cheio de turistas estrangeiros".
A responsável frisa, no entanto, que em caso de sismo em Portugal sucederia "mais ou menos o mesmo que em Itália". "As pessoas estariam a dormir e, por isso, demorariam algum tempo a racionalizar o que se estava a passar", explica. Além disso, acrescenta, "os bombeiros, polícias e médicos também são pessoas que podem estar em infra-estruturas em risco e, por isso, demorarem a responder ao pedido de socorro".
Em termos de ajuda internacional, a ANPC consegue mobilizar, no período máximo de quatro horas, um Módulo de Busca e Salvamento em Ambiente Urbano, constituído por 49 elementos (entre bombeiros e polícias) e o equipamento necessário para que a equipa possa ser auto-suficiente durante sete dias. Segundo Patrícia Gaspar, adjunta do comando nacional de operações, este módulo permite uma resposta mais rápida e adequada em caso de catástrofe.

jn

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