"Os casos sinalizados pelo observatório como tráfico de seres humanos têm origem na América Latina e nenhum deles está relacionado com o Iraque", afirmou Victor Santos, a propósito de Portugal ter sido referenciado num jornal britânico como possível destino de tráfico de crianças iraquianas.
Todas as "situações referenciadas estão em processo de investigação policial", pelo que Victor Santos se recusou a prestar qualquer informação específica sobre os casos.
Em relação a 2009, Victor Santos disse que ainda "não estão contabilizados os dados" e que o Observatório está a trabalhar sobre os processos em colaboração com "as autoridades policiais, os responsáveis pelas investigações".
Contactado pela Lusa, o director nacional adjunto da Polícia Judiciária Pedro do Carmo disse que a PJ "não tem conhecimento de nenhuma situação, em concreto, de tráfico de seres humanos com origem no Iraque".
"A PJ vai aprofundar as investigações", afirmou Pedro do Carmo, admitindo que a PJ pode contactar as autoridades iraquianas sobre a questão.
"Os casos que existem em relação ao tráfico de crianças são muito pontuais", frisou, acrescentando que em Portugal "ocorreram apenas dois casos de tráfico de crianças", em 2005.
Os dois casos referem-se a casais portugueses, que impossibilitados de terem filhos, contrataram búlgaras grávidas que se deslocaram a Portugal para os partos e forneceram os nomes das mulheres portuguesas à entrada dos hospitais.
A possibilidade de crianças iraquianas poderem estar a ser traficadas para vários países da Europa, incluindo Portugal, e para o Médio Oriente, foi admitida por autoridades de Bagdad ao jornal inglês The Guardian, segundo a edição de hoje do Diário de Notícias.
Segundo a investigação da polícia do Iraque, cerca de 15 crianças são alegadamente traficadas mensalmente por redes internacionais, a preços que variam entre 150 e 3.000 euros, para a Jordânia, Turquia, Síria, Irlanda, Reino Unido, Suíça, Suécia e Portugal.
dn
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