Há mais e melhor vinho na Região Demarcada do Dão (RDD). Condições climatéricas favoráveis concorreram para o apuro da maturação das uvas, sem pôr em causa a quantidade. A colheita de 2009 pode chegar aos 40 milhões de litros.O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD), Valdemar Freitas, fala numa das "melhores campanhas" dos últimos anos para os vinhos da região. "Este ano o tempo esteve do nosso lado. As condições climatéricas favoráveis que se fizeram sentir, durante o período de maturação das uvas, ajudaram a fazer aquele que esperamos venha a confirmar-se como um dos melhores vinhos dos últimos três a quatro anos", declarou o dirigente.
A par da qualidade, o mesmo responsável estima que a produção registe um aumento de 15% relativamente à campanha anterior, o que se traduzirá num total de 40 milhões de litros. "A região tem normalmente uma produção média que se situa entre os 45 e os 50 milhões. Nos últimos anos, por razões de vária ordem, tem havido um decréscimo. O ano de 2008 ficou-se apenas pelos 35 milhões de litros", explica Valdemar Freitas. A CVRD reconhece que 40 a 50% dos vinhos anualmente produzidos na região são "susceptíveis" de obter a Denominação de Origem. Uma percentagem que aumenta ou diminui, esclarece o presidente do organismo, proporcionalmente à qualidade maior ou menor da produção de cada campanha.
Dos vinhos produzidos na RDD cerca de 40% destinam-se à exportação. Os mercados prioritários, a exemplo do que sucede com outros vinhos nacionais, são Angola, Estados Unidos da América, Brasil e Canadá.
"Angola é neste momento um dos principais mercados dos vinhos portugueses, nomeadamente do Dão. É um filão em que vamos continuar a apostar, nem que para isso seja necessário um esforço acrescido de todos os intervenientes", diz, ao JN, Valdemar Freitas.
A promoção da Região Demarcada do Dão, fora de portas, levou a CVRD a partilhar com as congéneres da Bairrada e Beira Interior uma candidatura à Organização Comum de Mercado (OCM) no valor de 1,3 milhões de euros.
A candidatura tem garantido um financiamento de 65%, a fundo perdido, sendo que o restante terá de ser assegurado por capitais dos produtores de cada uma das regiões. "No caso do Dão, como o objectivo é intensificar o processo de internacionalização em curso, estamos dispostos a adiantar cerca de 50% da parte que cabe aos produtores", explicou o presidente da CVRD.
Apesar do que garante ser "um dos melhores momentos do vinho do Dão", graças a uma conjugação de factores que não exclui "o trabalho da CVRD, dos seus técnicos, dos produtores e das adegas cooperativas", Valdemar Freitas admite que a região não escapou à crise. "Calculámos uma quebra nas vendas de vinhos com Denominação de Origem, na ordem dos 9%. Era quase inevitável que isso não acontecesse".
Distribuída pelos distritos da Guarda (Aguiar da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia e Seia), Coimbra (Arganil, Oliveira do Hospital e Tábua) e Viseu (Carregal do Sal, Mangualde, Mortágua, Nelas, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, Sátão, Tondela e parte de Viseu), a RDD ocupa uma área total de cerca de 388 mil hectares, sendo que 20 mil são de vinhas.
dn
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