terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Oliveira milenar do Algarve é a mais velha do Continente


Para a abraçar são necessários cinco homens e tem mais de dois mil anos: a oliveira do aldeamento turístico de Pedras D'El Rei, no Algarve, é a árvore mais velha de Portugal Continental e uma das 409 classificadas de Interesse Público.

A classificação, restrita a espécies do Continente, é feita pela Autoridade Florestal Nacional (AFN) com base na longevidade, no porte, no desenho e na raridade das árvores, mas também em motivos históricos e culturais.
Segundo dados da AFN, que tem no seu portal a lista de "Árvores de Interesse Público", o sobreiro é a espécie mais classificada, com 42 exemplares.
Um deles é o de Águas de Moura, Palmela, considerado o mais produtivo do mundo: dá cortiça suficiente para o fabrico de cem mil rolhas, 25 vezes mais a quantidade normal fornecida por um sobreiro.
Portugal, aliás, em matéria de recordes, orgulha-se de ter a azinheira com maior projecção de copa da Europa, em Lugar das Matas, Santarém, e o carvalho mais antigo da Península Ibérica: carvalho-roble ou carvalho-alvarinho de Calvos, Braga, que tem 500 anos.
Tem ainda o eucalipto mais alto da Europa, com 72 metros, na Mata Nacional de Vale de Canas, Coimbra, que está a ser recuperada depois de, há quatro anos, ter sido fustigada por um incêndio.
Uma das árvores mais altas de Portugal, a araucária de Vila Praia de Âncora, Viana do Castelo, é, graças aos seus 47 metros, um ponto de referência para os barcos de pesca que andam no mar.
De acordo com informação prestada à agência Lusa pela Autoridade Florestal Nacional, a árvore mais velha é a oliveira do aldeamento turístico de Pedras D'El Rei, em Tavira, que é contemporânea da civilização romana: para abraçar o seu tronco são necessários cinco homens.
Com a invejável idade de 800 anos, o castanheiro da Quinta com o mesmo nome, em Caminho de Frades, Sintra, é um dos mais idosos de Portugal.
Já não pela idade mas pelo seu feitio bizarro, destaca-se o pinheiro rastejante do Litoral, um pinheiro-bravo na Mata Nacional de Leiria com cem anos e cujo tronco faz lembrar uma serpente, por "culpa" do vento que o entortou.
Os troncos dos 37 plátanos que ornamentam uma alameda do Jardim da Cordoaria do Porto são igualmente invulgares: são curtos e grossos, assemelhando-se a cones, possivelmente devido a uma doença que os deformou quando eram jovens.
Já na Quinta da Parra, em Olhão, uma alfarrobeira com 600 anos tem cavidades internas que se parecem com pequenas casas ou grutas.
As árvores também contam histórias, são testemunhos de lendas, mitos, factos históricos importantes e curiosidades e, por isso, são preservadas.
O "Carvalho da Forca", um carvalho-roble ou carvalho-alvarinho de Montalegre, Vila Real, deve o seu nome ao facto de no centro da Praça do Município ter sido erguido um patíbulo para enforcar os condenados, o último dos quais em 1844.
Uma azinheira em Cova de Iria, Fátima, ainda hoje é associada aos três pastorinhos-videntes, que se terão abrigado à sua sombra para recitar o rosário antes das aparições de Nossa Senhora.
O castanheiro de Lagarelhos, Bragança, é famoso por ser um dos da espécie com maior perímetro de tronco: para o abraçar são necessários nada mais, nada menos, do que 13 homens.
Mas, para os habitantes mais velhos da povoação, ele é, sobretudo, a "Árvore Casamenteira": é que, reza a tradição popular, dá sorte aos noivos.

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