terça-feira, 1 de dezembro de 2009

1º de Dezembro


Hoje comemora-se o 1.º de Dezembro, 365 anos da proclamação da Restauração da Independência.


Em 1557, aquando da morte de D. João III, sucede ao trono D. Sebastião que com apenas três anos, vê a regência a cargo da sua avó D. Catarina, e posteriormente D. Henrique.


Aos 14 anos, D. Sebastião assumiu o governo do reino, desejava praticar feitos que lhe dessem fama e glória, decidiu assim retomar a conquista das praças marroquinas, organiza um exército e parte para África. Em Agosto de 1578, em Alcácer Quibir, o exército português mal preparado, é derrotado frente ao exército muçulmano. Morre D. Sebastião sem qualquer descendente ao trono de Portugal.

Dá-se então um problema de sucessão, surgem então três pretendentes ao trono, netos de D. Manuel I; D. Felipe II, rei de Espanha, D. António, prior do Crato, D. Catarina, duquesa de Bragança. Aquando da morte do cardeal de D. Henrique, D. Felipe II mandou um exército(comandado pelo duque de Alba), invadir Portugal. Apesar de D. António ser aclamado rei em várias cidades, e de ter criado um pequeno exercito para defender o capital do país, que foi facilmente derrotado pela poderosa força militar espanhola, na batalha de ponte de Alcântara.

Após a derrota de D. António, Felipe II, desloca-se a Portugal, e faz-se aclamar rei de Portugal, nas Cortes de Tomar, jura...

O governo do reino (seja desempenhado) sempre por naturais dele e nunca de estrangeiros que não conhecem os usos da terra. (...) Vice-rei ou governador será necessariamente português; o português é a única língua oficial; o comércio ultramarino estará sempre em Portugal e confiado a portugueses.
In Vitorino Magalhães Godinho, Ensaios II, 1978

Felipe I cumpriu a maioria das promessas feitas em Tomar, contudo apesar das guerras com a Holanda, a França e a Inglaterra, e as revoltas na própria Espanha, condicionaram os seus sucessores, Felipe II, e Felipe III, a aumentar impostos, a integrar militares portugueses no exército espanhol, e a nomear alguns espanhóis para cargos em Portugal. Além disso Holanda, França e Inglaterra, atacam as colónias portuguesas.

O descontentamento dos Portugueses

Pôs-nos mal Castela com todas as nações, com que se diminuiu o comércio. Os estrangeiros, não podendo vir aos nosso portos buscar as especarias, iam buscá-las aos nossos territórios, expulsando-nos de lás, porque não tinhamos força para lhes resistir (...).

(...) E jurando Castela de nos guardar todos os previlégios antigos (...)nos pôs novos e intoleráveis impostos.

(...) E eles tinham em Portugal juizes castelhanos. Puseram-nos por vice-rei a duquesa de Mântua, estrangeira (...). E puseram-lhe conselheiros castelhanos que não tinham pena de nós.

Padre Manuel da Costa, Arte de Furtar, séc. XVII



A União Ibérica trouxe com ela grandes prejuízos a Portugal. Surge então um grupo de nobres que organizam, em Lisboa, uma conspiração para restaurar uma plena independência de Portugal, beneficiando duma Espanha enfraquecida, devido a guerras em que estava envolvida, bem devido a revoltas internas. Era também necessário defender as colónias portuguesas que eram constantemente ocupadas por países europeus, inimigos de Espanha.

Nasce o dia 1 de Dezembro de 1640 os conspiradores invadiram o palácio da governação espanhola - dirigiram-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos. A Duquesa foi presa e o Secretário morto, sendo que de seguida proclamaram a restauração da independência plena de Portugal, reuniram-se as cortes em Lisboa, onde o duque de Bragança foi aclamado rei de Portugal, com título de D. João IV.

Portugal organizou então a sua defesa, organizando o seu exército, fabricando armas, e reparando e construindo fortalezas junto à fronteira, bem como fazendo acordos e tratados de aliança com outros países.
Começava então a preparação para a Guerra da Restauração após declarada a independência, havia que a conquistar, a primeira grande batalha dá-se no Montijo (Espanha), em 1644, sendo a ultima batalhas e mais importante a de Montes Claros, só em 1668, D. Pedro II, se fez paz. 28 anos depois a Espanha aceitava finalmente a independência de Portugal.

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