terça-feira, 24 de março de 2009

Europa

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, considerou esta segunda-feira que há uma manifesta falta de liderança na Europa que leva a que as medidas de resposta à crise estejam muito aquém do necessário.
O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que há uma manifesta falta de liderança na Europa, que leva a que as medidas de resposta à crise sejam insuficientes.
Luís Amado, que falava aos jornalistas à margem de um seminário sobre política internacional em Lisboa, manifestou no entanto o seu optimismo quanto à forma como a comunidade internacional está a reagir à crise, por considerar que houve uma rápida compreensão da necessidade de agir em conjunto.
«É manifesta a falta de liderança, na Europa em particular, mas é um facto que a comunidade internacional, no plano político, deu-se rapidamente conta de que tinha de agir em conjunto e tem provocado os passos necessários para que a acção seja conjunta», afirmou o ministro.
Luís Amado destacou, entre esses passos, a decisão de «abandonar o quadro do directório limitado que era o G8 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia) para incluir as economias emergentes, tornando-se mais representativo», o qual considerou «revelador de uma dinâmica de enfrentamento da crise em termos globais» que é positiva.
Ainda assim, o ministro referiu que os passos dados estão «muito aquém» do que considera necessário, designadamente as propostas para a reunião do G20 que considerou «ainda limitadas no seu alcance, sobretudo do ponto de vista da legitimidade e da representatividade».
Essa resposta insuficiente deve-se nomeadamente à «falta de liderança» na Europa que, sendo «a região do mundo que mais experiência tem de multilateralização (...), devia estar a liderar este processo com muito mais acutilância».
Esta crise de liderança radica, segundo Amado, no «bloqueio do processo político europeu» originado pelo «falhanço de algumas experiências de integração».
A última das quais, o Tratado de Lisboa que o ministro diz ter ainda «esperança de poder salvar», mas que fez com que a Europa esteja «numa relativa apatia e muito virada para os seus problemas internos».

tsf

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