domingo, 29 de março de 2009

G20

Este sábado, nas ruas de Londres, todos, ambientalistas, anarquistas, ecologistas, sindicalistas, activistas, marcharam sob um único lema: alertar os países que compõem o G20 para que coloquem as "pessoas em primeiro".
Milhares de pessoas juntaram-se ontem nas ruas de Londres em protesto contra as políticas económicas internacionais nas vésperas da cimeira que reúne os chefes de Estado das maiores economias mundiais. Num clima de insatisfação global, os políticos mais influentes do Mundo tentarão afastar as divergências para chegarem a uma solução global para a crise financeira.
No plano político, as diferenças de opinião e direcção política entre a Europa e os Estados Unidos têm marcado a actualidade mas, a cinco dias do encontro de Londres, um sinal positivo de união foi dado pela Alemanha e pelos Estados Unidos, que afirmaram que os seus objectivos para a cimeira seguem a mesma direcção. Ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, alertou, no entanto, para as grandes expectativas que a cimeira está a criar, afirmando que não é apenas num dia que o Mundo irá encontrar uma solução para todos os problemas económicos. Merkel alertou também para o risco de se gastar mais dinheiro público para reavivar a economia, o que, defendeu, tornará insustentável a recuperação.
A Alemanha já investiu 81 mil milhões de euros em pacotes de recuperação e tem vindo a resistir a pedidos de Washington e Londres para uma nova injecção de capital no sistema financeiro. Nas ruas, este gasto financeiro é um dos motivos por detrás das inúmeras manifestações programadas para esta semana em Londres. A arrancar a semana, ontem muitas pessoas desafiaram a chuva e o frio para reivindicarem emprego, justiça e ambiente - o mote do encontro que reuniu em Londres 150 grupos sindicais e agências de auxílio internacionais.
Na Alemanha, manifestações semelhantes, em que participaram dezenas de milhares de pessoas, terminaram em confrontos entre grupos esquerdistas e a polícia. Protestos anti-capitalistas foram organizados nas cidades de Berlim e Frankfurt. Na capital, a polícia fez inúmeras detenções enquanto que, em Frankfurt, jovens atiraram ovos ao líder do partido de esquerda Die Linke, Oskar Lafontaine, durante um dos discursos.
O ambiente de descontentamento social tem-se vindo a sentir em inúmeros países onde as populações se mostram particularmente descontentes com instituições financeiras que têm vindo a receber apoios estatais.
Em Londres, não se registaram quaisquer incidentes durante a marcha que teve início às 12 horas. Entre os milhares de mensagens que se podiam ver ao longo de quase sete quilómetros de marcha, liam-se frases como: "Não pagaremos pela crise" e "Justiça para os pobres do Mundo".
Bandeiras, cartazes e gritos de ordem eram perceptíveis por todo o centro da cidade onde também o custo do encontro dos 22 países industrializados e economias emergentes foi motivo para protesto na capital inglesa, onde o Governo vai gastar mais de 20 milhões de euros para receber os chefes de Estado. O encontro de quinta-feira durará apenas um dia mas prevêem-se movimentações sem precedentes por parte de grupo de campanha.
jn

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