terça-feira, 30 de junho de 2009

Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918)

Pina Bausch é "um exemplo" de inovação, criatividade e rigor


A coreógrafa e bailarina alemã faleceu hoje aos 68 anos, vítima de cancro.

Nascida a 27 de Julho de 1940, em Solingen, filha do dono de uma cervejaria local, acabaria por se tornar na grande inovadora da dança moderna, recebendo numerosos prémios, entre os quais a ordem Militar de Santiago de Espada, uma das mais altas condecorações da República Portuguesa.

Na antevéspera da sua morte, no domingo, Pina Bausch ainda pisou o palco da Ópera de Wuppertal, para mais um espectáculo da sua última criação, uma coreografia ainda sem título, que mais uma vez foi aclamada pelo público.

ASP.

Lusa/Fim

Walkman faz 30 anos

O primeiro modelo do mais popular leitor portátil de cassetes chegou às lojas há 30 anos. O aparelho era azul e cinzento – e substancialmente maior do que qualquer moderno leitor de áudio.

O Walkman foi o primeiro aparelho a massificar a música portátil. Mas, no que à tecnologia diz respeito, está longe de ter sido pioneiro.

Os leitores portáteis de cassetes existiam há anos. O Walkman teve o mérito de ser um aparelho barato, prático (para os padrões da altura) e, sobretudo, bem publicitado pela Sony.

Já em 1978, a própria Sony comercializara um leitor portátil de cassetes. Mas era demasiado caro para o consumo geral. Um dos administradores da empresa, porém, era fã do produto (usava-o nas longas viagens de avião) e deu instruções para que a empresa tentasse criar um leitor semelhante, mas com um preço que fosse comportável para a maioria das pessoas.

A 1 de Julho de 1979, o Walkman chegou às lojas japonesas (mesmo antes das férias de Verão dos estudantes e com o objectivo de captar um público jovem). Não muito depois, o aparelho foi distribuído por outros mercados.

A marca Walkman, contudo, esteve para ser usada apenas no Japão, havendo outros nomes planeados para introduzir os outros países: Soundabout nos EUA, Stowaway no Reino Unido e Freestyle na Suécia. Mas o facto de os cartazes publicitários já estarem impressos com a palavra Walkman antes de se colocar a hipótese dos vários nomes acabou por determinar que a marca pensada para o Japão (e em parte escolhida devido à enorme popularidade do Superman naquela época) seria usada ao nível global.

O primeiro mês após o lançamento foi decepcionante: apenas três mil unidades foram vendidas e a imprensa e os comerciantes começavam a duvidar do sucesso da ideia. Mas a Sony reagiu rapidamente com um grande esforço de marketing.

Como forma de campanha, a Sony ofereceu Walkmans a celebridades para que estas o usassem. Os funcionários das lojas também tinham Walkmans e incentivavam os clientes a experimentá-los. E os próprios funcionários da Sony passeavam-se pelas ruas japonesas com um Walkman. A empresa teve ainda de combater a má imagem associada aos grandes auscultadores (que, mais tarde, chegaram a ser moda).

A estratégia deu resultados: as vendas dispararam, as primeiras 30 mil unidades produzidas esgotaram no final de Agosto e, antes do fim do ano, o produto era um sucesso e estava pronto para marcar o mundo da música da década de 80.

Depois do primeiro Walkman, seguiram-se vários modelos com a mesma marca. E a designação não se esgotou nos leitores de cassetes – foi usada para outros leitores de áudio da Sony, incluindo leitores de CD, de míni-discs (uma tecnologia que nunca vingou) e nos modernos leitores digitais.

Recentemente, a BBC fez com que um adolescente de 13 anos usasse durante alguns dias o primeiro modelo do Walkman em vez do habitual iPod. Foram precisos três dias para que o jovem descobrisse que a cassete tinha dois lados.

Camel

Governo rejeita retomar caça à baleia


O Governo português rejeitou qualquer intenção de permitir que a caça à baleia seja retomada e garantiu que vai assegurar o cumprimento da proibição desta actividade na sua Zona Económica Exclusiva, avança a agência Lusa.

«O Governo Português rejeita que a caça à baleia venha alguma vez a ser retomada em Portugal e tudo fará para assegurar o cumprimento da proibição desta actividade nas suas águas territoriais», adianta o ministério do Ambiente em comunicado.

«Embora respeitando as diferentes culturas dos países, defende «o reforço das políticas de conservação das baleias em todo o mundo e favorece a manutenção da actual moratória à caça à baleia», adianta.

O documento defende ainda que estes animais «não devem ser explorados como um vulgar recurso pesqueiro» pelas suas características cognitivas.

Adianta que «Portugal, tal como a generalidade dos países pro-conservação, apenas poderá admitir a retoma desta caça costeira no Japão como parte de um acordo de compromisso com reforço das medidas de conservação, desde que resulte numa redução efectiva e substancial do número de baleias abatidas anualmente em todo o mundo».

Observação gera mais riqueza do que a caça

No documento, o Governo destaca que Portugal é um caso reconhecido de sucesso de um país que conseguiu «transformar as suas actividades de caça à baleia (proibida desde meados dos anos 80 do século passado) em actividades de observação de cetáceos» e recomenda que outros países adoptem a «mesma linha de valorização económica dos cetáceos através de usos não letais».

Salienta que a observação de cetáceos é uma actividade que actualmente gera «mais riqueza para as comunidades que tradicionalmente se dedicavam à caça à baleia, do que a caça alguma vez gerou».

Menciona que as negociações na CBI sobre a caça à baleia decorrem há décadas e estão «num impasse» e recorda que, com «a actual moratória fragilizada pelo abate anual de milhares de baleias através da caça comercial praticada pela Noruega e Islândia, e pela captura científica praticada pelo Japão, o número de abates de animais tem aumentado consistentemente nos últimos anos.
iol

Guido Cagnacci, Rimini, Italia, 1601-1663..

Bernardo Bellotto, nascido em Veneza, Italia, 1721-1780.

CTT lançam selos alusivos ao jazz


Os CTT lançaram ontem mais de um milhão de selos dedicados ao Jazz em Portugal. A emissão é composta por seis selos, com as taxas de 32, 47, 57, 68 e 80 cêntimos e 1 euro, e um bloco, com valor facial de 3,16 euros, com desenho de Acácio Santos e Hélder Soares e fotos de Augusto Mayer, João Freire e Joaquim Mendes.

Enquanto o selo de 32 cêntimos recorda o primeiro festival de Cascais Jazz, em 1971, o selo de 47 cêntimos é alusivo ao Estoril Jazz. O selo de 57 cêntimos recorda o Jazz em Agosto na Gulbenkian e o de 68 cêntimos o Festival Europeu de Jazz, no Porto. Os restantes selos recordam o Guimarães Jazz e Seixal Jazz. Por fim, o bloco de 3,16 euros é dedicado ao Quarteto Hot Club.

Esta emissão assinala também os 60 anos da fundação do Hot Club de Portugal. A emissão completa-se com a marca postal da emissão em Lisboa, Porto, Funchal, Ponta Delgada e Estoril.

J.P.S.

Dave Matthews Band

Taxa de Inflação negativa na Zona Euro

A Zona Euro registou um recuo histórico dos preços. Durante este mês de Junho e pela primeira vez desde que foi criada a moeda única, a Taxa de Inflação foi negativa.
A Taxa de Inflação na Zona Euro registou um recuo histórico dos preços, durante o mês de Junho e pela primeira vez desde que foi criada a moeda única.

O recuo foi de menos 0,1 por cento. Depois do pico de quatro por cento que foi atingido no Verão passado e por força da contracção da economia, a inflação tem vindo cair ao longo dos últimos meses, embora nunca tenha alcançado valores negativos.

Deflacção


A deflação pode ser gerada pela baixa procura de determinados produtos ou serviços, ou pela maior oferta, menor demanda (procura) e pelo volume de moeda em circulação. Não se deve confundir deflação com desinflação, que é a redução do ritmo de alta de preços num processo inflacionário. Quando a inflação cai do patamar de 10% ao mês para o de 5%, por exemplo, pode-se dizer que houve desinflação. Deflação é quando os preços médios recuam, ou seja, a taxa torna-se negativa. As empresas reduzem preços como única alternativa de venda e podem ir à falência devido às perdas decorrentes da venda abaixo do custo. Em suma, a deflação é um crescimento negativo dos preços médios.

Os preços acabam caindo sempre que sobram mercadorias por falta de consumidores. Como as empresas não conseguem vender como antes, mesmo a preços menores, o faturamento e o lucro também acabam reduzidos. Para não ficar no prejuízo, elas são obrigadas a diminuir o ritmo da produção e a demitir funcionários. Com o desemprego alto, ninguém costuma gastar além da conta. Por isso, a oferta de serviços e os estoques crescem. Resultado: excesso de bens e preços menores que os de períodos anteriores.

O processo de deflação ainda pode ser iniciado, ou agravado, pela baixa oferta de moeda. Quer dizer, falta dinheiro em circulação, seja por causa dos juros altos, que tornam o crédito proibitivo, seja pela falta de investimentos. Essa bola de neve costuma afetar todos os setores da economia, do agricultor aos fabricantes de eletrodomésticos, além de abalar a própria estrutura social.


Exemplo
. Mesmo com preços reduzidos, a fábrica de automóveis não consegue vender seu produto
. Com a queda nas vendas, a fábrica demite trabalhadores
. Sem receber, o trabalhador deixa de trocar sua TV por um modelo mais novo
. Cai a venda de TVs. As lojas baixam os preços e baixa também a comissão dos vendedores, que deixam de comer fora.
. Na tentativa de atrair clientes, o dono do restaurante faz sucessivas promoções. Mesmo assim, seu rendimento cai e ele adia a troca de carro
. Cai a venda de carros, logo o dono stand deixa de poder fazer viagens de família, deixando de usufruir dos serviços das agências de viagens.
. E assim sucessivamente.

Edward Hopper

Realista imaginativo, esse artista retratou com subjetividade a solidão urbana e a estagnação do homem causando ao observador um impacto psicológico. A obra de Hopper sofreu forte influência dos estudos psicológicos de Freud e da teoria intuicionista de Bergson, que buscavam uma compreensão subjetiva do homem e de seus problemas. O tema das pinturas de Hopper são as paisagens urbanas, porém, desertas, melancólicas e iluminadas por uma luz estranha. "Os edifícios, geralmente enormes e vazios, assumem um aspecto inquietante e a cena parece ser dominada por um silêncio perturbador". (Proença, 1990, p. 165). Obras de estilo realista imaginativo. Arte individualista, embora com temas identificados aos da Ash-can School. Expressão de solidão, vazio, desolação e estagnação da vida humana, expresso pelas figuras anônimas que jamais se comunicam. Pinturas que evocam silêncio, reserva, com um tratamento suave, exercendo freqüentemente forte impacto psicológico. Semelhança com a pintura metafísica.

Cibercriminosos atacam cada vez mais no Facebook

O cibercrime está a espalhar-se rapidamente no Facebook e a afectar os mais de 200 milhões de utilizadores da maior rede social da internet. O MySpace era o maior foco dos ciber-criminosos há dois anos atrás, mas agora estes estão a mover as suas atenções para o Facebook, que passou dos 120 milhões de utilizadores em Dezembro de 2008 para mais de 200 milhões actualmente, afirmam especialistas.
O Cibercrime custa às empresas americanas milhões de dólares por ano nos Estados Unidos. “O Facebook é a rede social do momento. Os hackers vão onde as pessoas vão”, afirma Mary Landesman, investigadora da empresa ScanSafe.
Os utilizadores do Facebook queixam-se de receber cada vez mais spam (mensagem electrónica não-solicitada) e vírus. Os responsáveis do Facebook, confrontados com estas queixas e com a opinião dos especialistas, afirmam que não podem garantir segurança e privacidade.

Lua de Saturno expele sal, resta saber se vem de um oceano


Saturno encerra um novo dilema científico: Enceladus, um dos vários satélites que giram à volta do planeta, tem ou não um oceano salgado por baixo da camada de gelo que cobre o pólo sul? Não se sabe, mas há sal a sair do satélite que alimenta um dos anéis do planeta, assegura um dos dois artigos publicados hoje na revista Nature sobre este tema.

Além de Europa — uma lua de Júpiter —, Marte e Terra, está provado que Enceladus também contém água. A lua está coberta por gelo, mas no pólo sul apresenta quatro fracturas com 120 quilómetros de onde saem jactos de vapor de água com partículas de gelo, atirados a uma altitude de milhares de quilómetros e que alimentam um dos anéis de Saturno — o E, o mais exterior, difuso e com maior diâmetro.

Uma possível explicação para a origem destes jactos diz que a água provém de um oceano situado abaixo da camada de gelo. Este oceano, ao longo do tempo, teria ganho uma composição salina devido às reacções químicas que se vão dando entre a água e as rochas, como acontece com na Terra. Com esta teoria podem reunir-se as várias condições para existir um habitat compatível com a vida: uma fonte de calor causada pela força gravítica entre Saturno e Enceladus, um ambiente químico rico em compostos e finalmente água abundante — o oceano salgado.

Mas os dois artigos da Nature parecem contradizer-se. Nicholas Schneider, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, e os seus colegas, mediram através de um telescópio terrestre o espectro de emissão do sódio vindo dos jactos de Enceladus. O resultado ficou muito abaixo das concentrações esperadas para uma composição química vinda de um oceano subterrâneo salgado.

Já a equipa de Postberg, da Univesidade de Heidelberg, na Alemanha, identificou um novo tipo de partículas do anel E ricas em sódio, a partir de informação recolhida pela sonda Cassini, que tem estado em órbita de Saturno desde 2004. Estas partículas, adianta o artigo, compõem só seis por cento do gelo existente no anel, que é proveniente de Enceladus. Segundo os investigadores, as partículas ricas em sódio viriam directamente do oceano salgado, enquanto o resto do gelo, mais de 90 por cento, seria formado a partir da condensação do vapor de água dos jactos.

Uma das possibilidades é a existência de cavernas profundas com água salgada, onde a evaporação se dá lentamente e o vapor contém pouco sal. Mas ainda há muito a saber.

Equilíbrio instável


Um homem transporta na sua bicicleta material para reciclar em Pequim. Um relatório do Governo chinês revelou, em 2008, que a China tem de melhorar o sistema de gestão de resíduos para evitar ficar soterrada debaixo do seu próprio lixo dentro dos próximos 13 anos.

OqueStrada

Pena máxima de 150 anos para Madoff


Em poucas horas o juiz do tribunal de Nova Yorque, Denny Ching, condenou o autor de uma das maiores fraudes financeiras da actualidade, Bernard Madoff, a 150 anos de prisão, a pena pedida pelo ministério público americano.

Nem os 71 anos de idade de Madoff comoveram o juiz, que entendeu que o ex-financeiro não fez tudo o que podia para ajudar os investigadores, nem deu todas as informações às autoridades.

A fraude de Madoff, que recorreu ao esquema de Ponzi durante mais de 20 anos, vitimou instituições e pessoas em todo o mundo, desde bancos, investidores particulares, organizações de caridade, universidades, etc. O buraco financeiro está estimado em cerca de 50 mil milhões de dólares (mais de 35,5 mil milhões de euros), que correspondem aos ganhos que o conjunto de investidores teria se tivessem recebido o dinheiro que investiram com o devido retorno. Até ao momento, foram identificadas 1341 contas abertas na Bernard Madoff Investment Securities, com perdas que rondam os 14 mil milhões de dólares (10 mil milhões de euros).

Durante a leitura da sentença da maior fraude da história de Wall Street, o juiz deixou claro que considera o esquema de Madoff "extraordinariamente maléfico" e rejeitou a hipótese, levantada pela defesa, de que existia um "móbil de vingança" de quem pedia prisão perpétua. Denny Ching disse, ainda, não estar convencido das afirmações de remorsos proferidas por Madoff.

O juiz recorreu a uma história para definir o carácter de Madoff. Chin citou uma carta que o afectou. Na carta, a viúva de um dos investidores de Madoff, que morreu de ataque cardíaco, conta que foi abordada pelo ex-financeiro durante o funeral do marido, e que este lhe terá dito: "O seu dinheiro está seguro". A viúva terá posterioremente entregue mais dinheiro a Madoff, o qual viria a perder.

No julgamento, Bernard Madoff falou durante nove minutos. Começou por afirmar que não podia "dar uma desculpa pelo seu comportamento", e garantiu que pensava que ultrapassaria os problemas. "Quanto mais eu tentava sair, mais fundo ficava o buraco. Eu não podia aceitar que por uma vez na minha vida falhei. Sou responsável por uma grande dose de sofrimento e dor. Vivo numa tormenta... esta é uma culpa horrível para se viver", pronunciou Madoff. Depois virou-se para as nove vítimas presentes no tribunal e disse: "Desculpem. Eu sei que não vos ajuda".

O advogado de defesa de Madoff, Ira Sorkin, ele próprio uma vítima desta fraude, pedia 12 anos de prisão, alegando que o ex-presidente do Nasdaq tem uma idade avançado e que as perdas dos investidores não eram tão altas como o Governo norte-americano estimava. Madoff foi detido em Dezembro do ano passado, e declarou-se culpado, emMarço deste ano, de 11 crimes, entre eles fraude, perjúrio, lavagem de dinheiro e roubo.

No final da semana passada, o tribunal deu ordem para penhorar bens de Bernard Madoff no valor de 170 mil milhões de dólares (120 mil milhões de euros), para compensar os prejuízos.

Perfil: De Queens para a alta finança


Em Manhathan era considerado um criador de fortunas que com o seu jeito afável conquistava muitos do seus clientes em encontros de amigos, eventos sociais e almoços. O rapaz de Queens nasceu em 1938 e começou cedo a chamar a atenção para a sua capacidade em avançar com investimentos e levar os outros a investir. A herança judaica traçou-lhe o destino e facilitou-lhe a confiança que investidores tinham nele. Depois de trabalhar como salva-vidas nas praias de Long Island, lança a sua primeira empresa, em 1960, a Bernard Madoff Investment Securities. O sucesso que alcançou valeu-lhe a participação na criação da bolsa de valores tecnológica Nasdaq, da qual viria a ser presidente.

Bernie, como era chamado, apostou, ainda, na actividade filantrópica. Contribuía regularmente para hospitais, museus e organizações culturais de elite. Até 2008 a sua reputação não podia ser a melhor, mas a decisão de um investidor de retirar 7 mil milhões de dólares dos fundos de Madoff deixou a descoberto aquela que é a maior fraude da história americana. Bernie foi preso em Dezembro do ano passado e em seis meses ficou a saber que vai ficar detido para o resto da vida.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Rosete à Presidência


Ai, filhos, credo, hoje é que estava a ver que não chegava cá. Mas, também, quem é que me mandou empreender que havia de passar no mercado, para comprar um peixinho para o jantar, antes de vir para cá? Até parece que não sei que estamos em plena campanha eleitoral! Senhores, para conseguir chegar à banca do peixe da dona Rosabela, tive que beijar 3 políticos conhecidos e mais uns 12 ou 13 que eu nunca vi mas que me garantiram que são a escolha do povo para a Europa; 6 escritores, 8 jornalistas e 9 actores de novela que eu só conheço das revistas mas que também me garantiram que são a escolha do povo para a Europa; 14 moços de boné que me encheram o saco de isqueiros e canetas do partido; 25 moças de t-shirt justinha que também me encheram o saco com isqueiros e canetas de outro partido e a Dona Laurinda, que por acaso encontrei lá e já não via há muito tempo. Ufa! E isto foi só para chegar ao peixe. Nem me atrevi a ir às hortaliças, porque a Dona Laurinda vinha de lá e avisou-me que junto aos repolhos estava a malta do CDS-PP. Ainda calhava em esbarrar com o Paulo Portas e, então, é que nunca mais saía de lá. Confesso que ainda fui a correr atrás do senhor Vital Moreira, porque queria muito cumprimentá-lo e dizer-lhe que gosto mais dele na outra carreira que ele tem, que é fazer os concertos para a pequenada, quando o Avô Cantigas está doente e não pode aparecer. Mas, depois cheguei lá e percebi que, afinal, era só uma data de esfregonas postas de pé. Também tive muita pena de não ver o senhor Paulo Rangel, pois gostava de lhe dar o meu apoio. Não o apoio político, só mesmo o apoio. É que ele neste último cartaz parece mesmo que está prestes a cair dali a baixo, coitado!
Bom, o que é certo é que este regabofe todo no mercado deixou-me cá a matutar com os meus botões. “Rosete, filha...” – isto era eu a falar comigo mesma – “Rosete, filha, tu já estás nisto do comentarismo vai para cima de sete meses. Todos os dias aqui na TSF, pumba, pumba, pumba, a dizer das boas aos políticos, que nem um Marinho Pinho a desancar na Manuela Moura Guedes. Se há pessoa que percebe de política és tu, com tantos anos a ser porteira num prédio que – vai lá, vai, cala-te boca! -, comparado com ele, o Parlamento é o Baby Channel. E ninguém faz melhor o governo de uma casa, porque está bem que o país tem o Oliveira e Costa, o Vítor Constâncio e tudo e tudo e tudo, mas tu tens o teu Gouveia! Rosete...” – isto ainda era eu a falar comigo – “tu tens um dever para todo o Portugal. Rosete, tu vais candidatar-te!”


Sim, meus amigos, vou candidatar-me. Já percebi que só com os comentários este país nunca mais se levanta. E ao que é que me vou candidatar? A tudo, filhos, que o trabalho de uma mulher nunca acaba! Se o Santana Lopes pode, eu também posso. Europeias, Autárquicas, Legislativas... a Rosete, agora, só pára na Presidência! De maneira que para a semana, tenho muita pena, mas já não venho. Vou iniciar a minha campanha eleitoral. Portanto, se não se importam, arranjam outra coisa para me substituir, está bem?. Olhem, ponham alguém que perceba de Economia que, da maneira como as coisas estão, é o que, realmente, faz mais falta.


E pronto, foi um gosto. Cá um beijinho muito grande! E não se esqueçam:
Não ature frete, vote na Rosete! Rosete amiga, o povo que o diga! Rosete porteira, um governo à maneira! Vota na Rosete! Vota na Rosete!

Blur

Carro eléctrico deverá ser lançado daqui a dois anos

A EDP é uma das empresas que estão a desenvolver uma rede de abastecimento para veículos eléctricos, num projecto do Governo, em parceria com a Nissan, e que prevê lançar estes carros no mercado em 2011. O protocolo, com as várias empresas envolvidas, será assinado na próxima segunda-feira pelo Executivo.

Para já, a eléctrica nacional dispõe de seis postos de abastecimento, os quais "passam a estar disponíveis para os utilizadores com carros eléctricos em Lisboa, cerca de 40 a 50, já identificados", explica António Vidigal, presidente executivo da EDP Inovação. A eléctrica nacional assinou um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa para este efeito, sendo que o carregamento dos veículos é gratuito nos próximos seis meses,

A EDP tem ainda mais dois projectos nesta área. Um deles será uma rede de 100 postes de carregamentos em Lisboa para cerca de 150 veículos de oferta combinada. "O próximo passo é o plug-in de veículos híbridos, em que será possível carregar os carros sem ter o motor ligado", explica António Vidigal. A empresa está ainda envolvida no projecto Grid for Vehicle (G4V), integrado por grandes eléctricas como a Endesa ou a Enel, que pretende avaliar e estudar a massificação de um sistema de abastecimento para carros eléctricos

Portugal na corrida por nova fábrica de baterias de carros eléctricos

Portugal está a disputar a instalação de uma nova fábrica de baterias para carros eléctricos. O anúncio foi hoje feito pelo vice-presidente do grupo Nissan, Carlos Tavares, durante a apresentação da Mobi-e (rede de abastecimento de carros eléctricos nacionais)
A economia nacional está a competir com outras fábricas noutros países europeus, notou. O responsável não quis adiantar valores de investimento nem quaisquer outros pormenores porque está ainda a ultimar negociações com o Governo.

A rede nacional de mobilidade eléctrica, uma das primeiras da Europa, prevê 320 locais de abastecimento de carros eléctricos em 2010 e 1300 daqui a dois anos.

Portugueses são pobres, estão desmobilizados mas consideram-se felizes


Pobres, desmobilizados, mas, apesar disso, felizes. Somos assim, os portugueses? No final do estudo Necessidades em Portugal - Tradição e tendências rmergentes, os investigadores viram-se perante um país socialmente muito frágil, pouco capaz de se mobilizar individual e socialmente. Mas, apesar disso, com altos níveis de satisfação e felicidade.

Há dados conhecidos que o estudo confirma - os que se relacionam com níveis de desigualdades sociais ou taxas de pobreza, por exemplo. Mas Teresa Costa Pinto, socióloga do Centro de Estudos Territoriais, do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), diz que a investigação trouxe novidades: "Algumas dimensões da privação alargam--se a outros grupos que não estariam nos 20 por cento de pobres".

Cerca de um terço da população vive "um contexto de precariedade" e está preocupado "com a sua sobrevivência", indicam os resultados. A impossibilidade de pagar uma semana de férias fora, manter a casa aquecida (32,6 por cento não o conseguem) ou não usufruir da baixa médica total por razões económicas ultrapassam em muito os 20 por cento de pobres (ver texto nestas páginas).

O índice resultante do inquérito diz que 35 por cento dos portugueses têm uma privação alta ou média. Mais de metade (57 por cento) tem um orçamento familiar abaixo dos 900 euros.

Confirmam-se ainda outros dados conhecidos: o universo dos mais vulneráveis (que revelam mais sentimentos negativos) coincide com os idosos, as famílias monoparentais, os menos instruídos. Há aqui duas novidades: os mais jovens começam a enfrentar situações de vulnerabilidade; e as qualificações superiores também já não garantem emprego seguro.

Estas condições deficientes ou más coincidem com o nível de satisfação com a vida: em Portugal, ele é dos mais baixos, comparado com outros países da União Europeia. Mas o grau de satisfação (6,6 numa escala de 1 a 10) está claramente acima do ponto médio da escala, tal como o da felicidade (que chega aos 7,3 em 10).

Tais indicadores são confirmados pela predominância de sentimentos positivos, notam os investigadores (ver quadro). E completam-se com o relativo "apaziguamento" em vários outros índices, diz Teresa Costa Pinto. Exemplo: a maioria está insatisfeita com a falta de perspectivas e as condições de trabalho - 30,6 por cento desejaria mesmo mudar de emprego. Mas, entre estes últimos, 37,5 por cento confessa que não faz nada para que isso se concretize.

Baixo grau de confiança
Do mesmo modo, 63 por cento recusa a possibilidade de emigrar. O "apaziguamento" verifica-se ainda em relação às habilitações: só uma minoria deseja voltar a estudar; muitos acham que já não têm idade (51 por cento) ou que não têm tempo (25 por cento). Só em questões relacionadas com a sociedade do conhecimento - aprender línguas, utilizar a Internet, explicar ideias por escrito, acompanhar o estudo dos filhos - a maior parte dos inquiridos revela vontade de progredir.

São os mais novos e os mais qualificados que reagem de outra maneira. "Já incorporaram a ideia de que a formação é para toda a vida", diz Teresa Costa Pinto. O que pode indiciar que por aqui se pode quebrar o círculo vicioso da falta de qualificação, emprego mal remunerado, situação de maior vulnerabilidade social, pobreza.

Somos uma sociedade pouco motivada para mudanças pessoais e colectivas, observa a responsável científica do estudo. Factor aduzido também pelos elevados níveis de desconfiança em relação aos outros (4,5 em 10; só os mais instruídos atingem os 5,2) e às instituições - governamentais, nomeadamente, que merecem pouca ou nenhuma confiança em 70 por cento dos casos. "As sociedades com baixo grau de confiança nos outros são as que se desmembram mais depressa", observa Isabel Guerra, também coordenadora científica do estudo.

Outra novidade do estudo - promovido pela Tese, Associação para o Desenvolvimento, e realizado cientificamente pelo CET/ISCTE - é o aparecimento do factor da precariedade pelo tempo de trabalho.

Em síntese, os investigadores destacam dois tipos de necessidades: as que se relacionam com o funcionamento do mercado de trabalho e das políticas sociais; e as que traduzem a incapacidade de criar o sentimento de "pertença a uma comunidade de cidadãos colectivamente responsáveis". Uma sociedade que precisa de reforçar "as dimensões mais racionais, colectivas e organizacionais" que configuram as sociedades ocidentais modernas. "É praticamente inexistente o potencial para mudar", observa Isabel Guerra.

Números e conclusões serão apresentados na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, a partir das 15h00 de hoje, por Isabel Guerra e Teresa Costa Pinto. Alfredo Bruto da Costa, presidente do Conselho Económico e Social, e o jornalista José Vítor Malheiros, do PÚBLICO, comentam os resultados, antes de o ministro Vieira da Silva encerrar a sessão.

Após o tratamento dos dados, os investigadores começaram já a segunda fase do projecto, seleccionando sete situações para estudo de caso. Entre elas estão as famílias que vivem pouco acima do limiar de pobreza, as profissões em extinção ou transição, os idosos isolados ou os adultos em transição para a reforma.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ecopista do Dão

A construção da ecopista do Dão, com mais de meia centena de quilómetros, arrancou no dia 24, com frentes simultâneas de obra em três concelhos do distrito: Viseu, Tondela e Santa Comba Dão.
A arranque dos trabalhos será assinalado, em dia de S. João, com cerimónias distintas mas sequenciais em cada um dos três concelhos: às 14.30 horas em Viseu, na sede da Junta de Freguesia de S. Cipriano; uma hora depois na antiga estação de caminhos-de-ferro de Tondela; e, às 16.30 horas, em Santa Comba Dão, junto à estação de Vimieiro.
Já com 7,5 quilómetros construídos no concelho de Viseu, entre as freguesias de S. Salvador (Vildemoinhos) e de S. Cipriano (Figueiró), a ecopista do Dão será uma das maiores do país, com um total de 56 quilómetros de via e a ligação de três municípios.
Orçamentada em cinco milhões de euros, a obra foi candidatada pela Comunidade Interurbana Municipal (CIM) de Dão-Lafões, promotora do projecto, a financiamento do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Ao concurso público da obra, lançado em Novembro do ano passado, concorreram várias empresas. A adjudicação da empreitada, que deveria ter ocorrido dois meses depois, sofreu alguns atrasos.
"O processo burocrático para o início dos trabalhos é complexo e moroso. Desde a análise das propostas, às reclamações e vistos do Tribunal de Contas. Há muita formalidade a ser cumprida até que as condições estejam reunidas para pôr tudo a andar", explicou Carlos Marta, presidente da Câmara de Tondela e da CIM de Dão Lafões.
A autarquia viseense, na sequência do consórcio estabelecido entre os três municípios, foi escolhida como dona da obra.
Dos cinco milhões de investimento previsto, três serão disponibilizados pelo QREN. "O resto será assumido por cada uma das câmaras em função dos quilómetros de via que passarão pelos respectivos concelhos", esclareceu Calos Marta.
A Ecopista do Dão, a concluir no prazo de 240 dias após o lançamento, para além de aproveitar integralmente a plataforma do antigo ramal ferroviário, inclui a requalificação e revalorização ambiental de estações e envolventes.
JN

quarta-feira, 24 de junho de 2009

R.E.M.

Os habitantes dos distritos de Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Viseu, Castelo Branco e Portalegre , devem manter-se especialmente alertas

O radão é um gás radioactivo que não tem cor, cheiro ou sabor. Logo, só se dá por ele através de uma medição. Foi o que fizemos, com a colaboração dos nossos associados.
Em 2001, fizemos as primeiras medições de radão. Dois anos depois, ajudámos os nossos associados, negociando uma redução no preço das análises. Nas medições entretanto realizadas, deparámos com valores preocupantes daquele gás perigoso em 39 das 113 habitações analisadas. Os participantes foram informados do perigo que correm e das medidas a adoptar. Os resultados apresentados referem-se a medições efectuadas entre Novembro de 2003 e Julho de 2004, durante períodos de 50 a 70 dias, na maioria. Os associados dos distritos de Braga, Guarda, Lisboa, Porto e Viseu representam cerca de 80% da amostra.
Por ser um problema de saúde pública, enviámos os resultados para os ministérios da Saúde e do Ambiente e para as autarquias envolvidas. Por um lado, pretendemos a criação de legislação específica sobre o assunto, onde se defina um limite máximo. Por outro, que as autarquias das zonas mais problemáticas identifiquem e solucionem os casos existentes.
Granito esconde perigo
Nem todos os portugueses têm de se preocupar com o radão. Os distritos mais críticos são Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Viseu, Castelo Branco e Portalegre (Serra de São Mamede), por terem solos graníticos. Mas quem tiver habitações com bastantes elementos em granito, como uma parede revestida por este material, terá todo o interesse em conhecer as concentrações de radão na sua casa.
Quase metade das medições efectuadas ficou abaixo do nível máximo admitido pela União Europeia para a concepção de habitações: 2 00 B q por metro cúbico de ar ( B q, ou B ecquerel, é a unidade de medida da radioactividade). Em contrapartida, das 39 que ficaram acima do limite máximo para casas já construídas, 18 ultrapassaram os 8 00 B q/m3. Estas situavam-se, sobretudo, nos distritos de Guarda, Viseu e Porto. A concentração de radão no interior dos edifícios deve-se, na maioria dos casos, à sua libertação natural através do solo. Daí que os níveis mais elevados se verifiquem na cave e no primeiro andar das habitações. Mas os materiais de construção, como a pedra e a areia utilizada na argamassa, também têm influência. Apesar de haver algum receio em relação às bancadas de granito das cozinhas, não verificámos qualquer problema nas casas analisadas. De facto, para esta utilização, são seleccionados blocos de rocha sem fracturas, o que minimiza a libertação de radão.

Saúde em risco
Estima-se que, depois do fumo do tabaco, o radão seja o maior responsável por cancro do pulmão. Uma pessoa exposta, ao longo da sua vida, a 400 Bq/m3 deste gás, tem o dobro das hipóteses de vir a sofrer da referida doença. O risco é ainda maior para os fumadores. Como não há consenso entre os especialistas nesta matéria, é urgente aprofundar os estudos deste problema ambiental e de saúde pública. Regra geral, as concentrações de radão na atmosfera são baixas. Mas, em ambientes fechados, podem atingir níveis preocupantes. A exposição humana ao gás varia em função da zona do país, das condições climatéricas e dos hábitos das populações. Por exemplo, no Inverno, quando as pessoas arejam menos as casas, a concentração do referido gás pode ultrapassar o dobro dos valores encontrados no Verão.

Perigo escondido no granito

Este gás é radioactivo e encontra-se, maioritariamente, nos solos e rochas graníticas, bem como em materiais de construção à base de granito (bancadas de cozinha ou pedras de lareira, por exemplo). Na atmosfera, o radão dispersa-se. Em ambientes fechados, este gás concentra-se e pode atingir níveis preocupantes, sobretudo no Inverno, período do ano em que a casa é menos ventilada. Estima-se que, depois do fumo do tabaco, este seja o maior responsável por cancro do pulmão.
Apesar dos nossos avisos, as autoridades competentes pouco têm feito pelas populações em risco. Por isso, celebrámos um protocolo de investigação com o Instituto Tecnológico e Nuclear (Departamento de Protecção Radiológica): os nossos associados pagarão pela análise 30 euros, em vez dos habituais 50.

Como contribuir para uma reciclagem mais eficiente?

Mais de metade do lixo que produzimos todos os dias pode ser reciclado. Veja o que pode separar em casa e onde depositar os resíduos que não devem ser deitados no lixo indiferenciado.

Porque se devem separar os resíduos recicláveis?Reciclar materiais permite reutilizá-los como matéria-prima no fabrico de novos produtos, diminuindo o uso de recursos naturais (muitos dos quais não renováveis). Além disso, fabricar novos produtos a partir de materiais usados consome menos energia do que a partir de matérias virgens.
O sector dos resíduos contribui significativamente para a emissão de gases com efeito de estufa. Já a reciclagem é o processo de tratamento de resíduos com maior potencial de redução indirecta de emissões de CO2. Num momento em que o combate às alterações climáticas surge como um dos grandes desafios ambientais, é fundamental reciclar.
A reciclagem permite diminuir a quantidade de resíduos que tem como destino final os aterros sanitários, prolongando a vida útil destes últimos e evitando a construção de novos.
Os cidadãos devem participar activamente na correcta separação dos resíduos para posterior reciclagem. Este procedimento não se deve limitar às embalagens, mas incluir todos os resíduos passíveis de ser reciclados, como os óleos usados, electrodomésticos, pilhas, automóveis, etc.

O meu contributo é importante?

Para controlar os milhões de toneladas de resíduos originados todos os anos na Europa, foi criada legislação que impõe metas mínimas para a reciclagem de certos materiais, como o papel, vidro, plástico, metal, equipamento eléctrico e electrónico, pilhas e acumuladores, veículos em fim de vida, óleos usados, etc.

Em 2005 deveríamos ter reciclado, no mínimo, 25% dos resíduos que produzimos diariamente. Mas, os valores atingidos ficaram longe da meta. A recolha selectiva perfez apenas 9% dos resíduos produzidos, dos quais nem todos foram encaminhados para a reciclagem (devido aos refugos na operação de triagem).

Quanto aos resíduos de embalagem, há novas metas a atingir até 2011: 22,5% para o plástico, 50% para o metal, 60% para o vidro, papel e cartão, e 15% para a madeira. A sua contribuição é, por isso, muito importante. Não se esqueça de que a separação de resíduos para reciclar não está limitada aos ecopontos. Nos ecocentros também pode entregar outros materiais, como óleos usados, electrodomésticos velhos, madeira, etc.

Que destino para os pneus usados?

Os pneus usados já não são lixo: podem ser recauchutados, reciclados ou valorizados energeticamente. A recauchutagem faz a substituição do piso do pneu e, por vezes, dos seus flancos através de um processo de vulcanização. A reciclagem dos pneus consiste na separação prévia dos seus principais componentes: borracha, aço e têxtil. O aço é enviado para siderurgias e depois incorporado em novos produtos. Regra geral, a parte têxtil não é aproveitada, sendo enviada para aterro sanitário ou incinerada. Quanto à borracha, é, em grande parte, transformada em grânulos, que são usados na elaboração de outros produtos, como pavimentos anti-choque desportivos e de segurança, betume modificado de borracha para pavimentação e reabilitação de estradas, etc. A borracha obtida a partir de pneus velhos também pode dar origem a relva sintética, materiais isolantes ou pisos de absorção de choque para parques infantis, telas, tapetes, lombas dissuasoras de velocidade ou mesmo solas para sapatos.
Quando for a um concessionário ou oficina colocar pneus novos, pode entregar os usados. Os distribuidores que comercializem pneus não podem recusar-se a aceitá-los em troca de pneus do mesmo tipo e na mesma quantidade.
Se prefere comprar pneus novos e montá-los sozinho, lembre-se de depositar os usados num dos pontos de recolha existentes. Tanto empresas, como particulares podem aí entregar pneus de qualquer categoria gratuitamente.

Reciclagem de pilhas

A reciclagem das pilhas tem inúmeras vantagens, mas existem duas que vale a pena destacar:
> A primeira vantagem diz respeito à selecção prévia e incentivo a uma deposição controlada destes produtos nos Ecopontos, prevenindo-se assim a possibilidade de recolha descontrolada, que levaria à poluição.

> A segunda prende-se com a sustentabilidade do meio ambiente. Reciclar pilhas e acumuladores significa que certos materiais que existem de forma limitada na natureza (Manganês, Zinco, Aço e Carbono, por exemplo) serão reaproveitados. Logo, reciclar significa não gastar tão depressa as reservas que a natureza possui destes produtos que nos são essenciais.
In http://www.ecopilhas.pt/

Kodak anuncia fim da Kodachrome

A Eastman Kodak anunciou ontem que vai deixar de fabricar e comercializar aquela que foi a primeira película de cor a chegar ao mercado, a Kodachrome, que conquistou a preferência dos fotógrafos profissionais.Passados 74 anos de sucesso no mercado mundial, a Kodachrome vai deixar de estar à venda.
Ultrapassada pela hegemonia das máquinas fotográficas digitais, a Kodachrome converteu-se num ícone imortalizado, na década de 70, pela frase «Mama don't take my Kodachrome away», incluída numa música escrita por Paul Simon.
Actualmente, 70 por cento das receitas da Kodak provêm da fotografia digital, cabendo à Kodachrome apenas 1 por cento das vendas totais da marca.

Massive Attack

Quem te viu e quem TGV!?...


Horizonte pantanoso para a economia


Aldrabice no país das auto-estradas


Trabalheira para arranjar trabalho


A marca de uma governação falhada

O desemprego deverá atingir os dois dígitos: em 2009, a taxa de desemprego deverá subir para os 9,6 por cento para no ano seguinte chegar aos 11,2 por cento.

Arte digital


Escritor albanês Ismail Kadaré vence prémio Principe das Astúrias das Letras

Ismail Kadaré recebe assim 50.000 euros pelo seu trabalho de "beleza e profundo compromisso pela criação literária", deliberou o júri. Em Portugal estão editados "Abril Despedaçado", "A Filha de Agamémnon" e "O Sucessor", todos pela Dom Quixote.Segundo a acta do júri, Kadaré "narra com a linguagem do quotidiano, cheia de lirismo, a trajédia da sua terra - um campo de contínuas batalhas. Dá vida aos velhos com palavras novas e expressa todo o peso e carga dramática da consciência".

O trompete de palavras calou-se há 50 anos -- Boris Vian

Boris Vian tinha 25 anos quando confidenciou a Simone de Beauvoir que o seu coração não duraria mais do que uma dezena de anos, se não parasse de tocar trompete, diziam-lhe os médicos .Continuou a tocar com a inquietação de sempre, escreveu ficção e poesia, traduziu, passou por um sem-fim de actividades artísticas e morreu na escuridão de uma sala de cinema, a visionar uma má adaptação de uma novela sua, faz hoje exactamente 50 anos.
Os médicos enganaram-se por pouco: a trompete de Bisonte Encantado (Bison Ravi foi o seu primeiro pseudónimo literário) calou-se de vez na manhã de 23 de Junho de 1959, quando ele tinha 39 anos.
Morreu desencantado com a escrita, que abandonara seis anos antes, sem qualquer sucesso importante em vida. Na década de 60 começou a ser reabilitado, passou a escritor de culto e agora, visto com a distância do tempo que passou, é apontado como um marco das letras francesas do Século XX.
Em França, 2009 é um 'ano Boris Vian' e não têm parado as homenagens, as reedições, as exposições, as novas gravações dos seus poemas.
O frenesim pode ser seguido em http://www.borisvian2009.blogspot.com/, ou ainda em http://www.borisvian.org/, da Fundação criada pela viúva, Ursula Kubler. Paradoxalmente, a primeira obra que Vian viu publicada foi um livro técnico, a sua tese de curso.
Engenheiro de formação, exerceu essa actividade com rigor, mas sem grande entusiasmo - tinha família e bocas para sustentar, dizia. As noites eram para o jazz: sentia que era a sua razão de existir, mesmo que fosse para viver rápido e morrer jovem.
Toca na orquestra de Claude Abadie, que no pós-guerra ganhou notoriedade em França e na Bélgica, mas também em clubes parisienses, sobretudo da efeverscente Saint-Germain-des-Prés, como o lendário Tabou.
Henri Salvador, um dos maiores músicos de jazz francês, assegurava: «Boris só vivia para o jazz, só ouvia jazz, exprimia-se pelo jazz». Carole, a filha, foi mesmo baptizada por Duke Ellington, um dos muitos 'gigantes' da música com que se cruzava nas noites, «mais belas que os dias».
Mas Boris Vian não era só a música, a pulsão da escrita foi-se desenvolvendo, lenta e certeira. Primeiro, os poemas «para a gaveta», depois os pequenos contos, publicados na imprensa, resguardados nos pseudónimos como o anagrama Bison Ravi.
A 'coabitação' entre a escrita e a música era inevitável, como está bem simbolizado no símbolo da exposição patente no Museu das Letras de Paris, L´'écume des années Vian: uma trompete, repleta de palavras manuscritas.
É difícil perceber, confrontados com o actual culto da obra, que ainda antes de A Espuma dos Dias e o Outono em Pequim tenha escrito um 'romance negro', procurando seguir todos os cânones vindos dos EUA, forjando um autor, Vernon Sullivan, e apresentando-se como alegado tradutor.
Vernon Sullivan é Vian. Nesse Irei Cuspir-vos nos Túmulos, como em Os Mortos têm Todos a Mesma Pele, Morte aos Feios e Elas não Dão por Ela. Escritos entre 1947 e 1948, venderam bem mas só lhe trouxeram dissabores: condenação por atentado aos bons costumes, severa multa e prisão, com pena suspensa.
Leitor compulsivo do novo romance policial americano, traduziu autores interessantes como Richard Wright, James Cain, Omar Bradley, Nels Algren e A.E. Van Vogt.
Em seis anos apenas, entre 1947 e 1953, escreve o essencial da sua obra de ficção, até desistir de vez e dar por terminada a sua rápida carreira de ficcionista.
Meia-dúzia de anos que chegou para A Espuma dos Dias, o Outono em Pequim e O Arranca-Corações. Mas também para As Formigas, compilação de histórias curtas. Dessa época é, também, a compilação O Lobisomem, mas de publicação já postuma, e A Erva Vermelha.
A criatividade é extrema, tanto nos ambientes como na própria linguagem, devendo muito ao existencialismo, mas sobretudo ao surrealismo e ao absurdo, ou não fosse admirador confesso de Alfred Jarry e da Patafísica, a «ciência das soluções imaginárias».
No Outono em Pequim adere ao «título arbitrári» dos surrealistas, já que não se passa no Outono, nem na China, mas no Verão e no deserto da inventada Exopotâmia. No Arranca-Corações todas as crianças têm nomes invulgares, como Citroen, e há meses como Novreiro, Marulho e Dezarço.
Quanto aos seus poemas, só apareceram em livro depois da morte, mas muitos ganharam nova vida nas vozes de cantores de sucesso, como Yves Montand, Mouloudji e Serge Reggiani.
Je Voudrais pas Crever e Le deserteur estão na primeira linha, sobretudo este, tornado um clássico pacifista, adoptado pelos manifestantes no Maio de 68 e cantado, entre outros, por José Mario Branco.
A lista de intérpretes não pára de crescer e até Carla Bruni já anunciou que vai gravar Vian. Praticamente toda a obra de Boris Vian está editada em português, em editoras como Assírio e Alvim, Publicações Dom Quixote, Estampa, Vega, Utopia e, agora, Relógio d´Água, que aposta na publicação integral.
Lusa / SOL

Boris Vian

Salvador Dali


Perseguição a navio norte-coreano

A marinha americana está a seguir no mar da China um navio norte-coreano suspeito de transportar armas de destruição maciça. A perseguição ao Kang Nam dura desde quarta-feira e a televisão sul-coreana noticiou que o navio se dirige para Myanmar, tendo de passar por Singapura.
O Kang Nam surge nos noticiários na sequência do desafio nuclear da Coreia do Norte, que testou um engenho atómico a 25 de Maio. Este país está sob sanções da ONU e, de acordo com a resolução 1874 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, qualquer país pode fazer inspecções de carga e apreender armas, algo que a Coreia do Norte já disse que seria um "acto de guerra". A marinha americana tem o destroyer John McCain em posição para fazer uma abordagem.
A explicação destes desafios à comunidade internacional pode ser mais complexa. O líder norte-coreano, Kim Jong-il, sofreu um ataque cardíaco no ano passado e estará a preparar a sucessão. O poder deverá passar para o seu terceiro filho, Kim Jong-un.
O jornal japonês Mainichi, que cita fontes do regime, afirma que Kim Jong-un assumiu já a presidência em exercício da comissão nacional de defesa, sendo de facto responsável pelo aparelho militar norte-coreano.
dn

1128 - Batalha de São Mamede

A 24 de Junho de 1128, trava-se a Batalha de São Mamede, entre D. Afonso Henriques e a sua mãe D. Teresa. Tendo o primeiro rei de Portugal vencido esta contenda, inicia-se o processo que irá garantir a independência do Condado Portucalense face ao Reino de Leão.

A corrida pelo avião que dispensa reabastecer

Uma equipa internacional de 50 especialistas desenvolveu um avião a energia solar capaz de se manter em voo durante 36 horas e de atravessar o Atlântico. O Solar Impulse sairá do hangar na sexta--feira para uma apresentação num aeródromo de Zurique, mas por enquanto é apenas um protótipo que fará testes visando apurar uma futura aeronave, aquela que irá dar a volta ao mundo em 2012, com apenas cinco paragens para descanso do piloto.

Este projecto é liderado por Bertrand Piccard, cujo apelido evoca as últimas grandes descobertas do século XX. O seu avô, um famoso físico, inventou o batíscafo e o balão estratosférico. O seu pai, Jacques, que faleceu em Novembro do ano passado, com 86 anos, foi um dos dois homens que a 23 de Janeiro de 1960, a bordo do Trieste, atingiram pela primeira vez o ponto mais fundo dos oceanos, na Fossa das Marianas, 10916 metros abaixo do nível do mar.
O projecto de Bertrand Piccard irrompe na história da aviação a partir de 2003, no âmbito de uma intensa corrida para desenvolver um avião capaz de suportar pelo menos um piloto e cobrir longas distâncias. Há dezenas de equipas a trabalhar, embora os suíços pareçam estar um pouco à frente.

O objectivo de Piccard é atingir o conceito de voo perpétuo, o que exige que a aeronave possa suportar pelo menos dois pilotos: como não consome qualquer combustível, o avião solar pode teoricamente voar sem paragens (se os materiais resistirem). As células fotovoltaicas produzem toda a electricidade necessária e as baterias de lítio guardam energia que suporta a fase nocturna. Mas a máquina é concebida como um planador de alta eficiência, dada a amplitude das asas.

O Solar Impulse já teve um protótipo e a última versão deverá ter 80 metros e pesar duas toneladas. O avião que será apresentado depois de amanhã corresponde à fase intermédia do projecto: tem tonelada e meia e é já um mamute com asas de 61 metros de comprimento, nas quais estão as células fotovoltaicas que produzem a energia depois transmitida para quatro pequenos motores a hélice. O avião é capaz de voar a 70 quilómetros por hora e de atingir uma altitude superior a 8 mil metros. A sua autonomia é de 36 horas, embora não seja claro se essa limitação tem a ver com o factor humano.

Como é tradicional na aviação, nos aviões solares existe uma intensa corrida por novas proezas. No início deste mês, uma outra máquina, o Sunseeker II, desenvolvida pelo piloto americano Eric Raymond, conseguiu atravessar os Alpes. O Sunseeker II devia ter competido no Salão Aeronáutico de Turim, mas o seu rival alemão, Icare II, retirou-se para afinar a electrónica.
dn

terça-feira, 23 de junho de 2009

Paul Collier

1º Congresso Internacional dos Vinhos do Dão

Vários especialistas estrangeiros marcaram presença no 1º Congresso Internacional dos Vinhos do Dão que decorreu em Viseu, de 03 a 06 de Junho. Este evento teve por objectivo principal a partilha de conhecimentos sobre o vinho e a vinha. O presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão, Valdemar Freitas, referiu que o “Unbottled – 1º Congresso Internacional dos Vinhos do Dão – Inovação e Desenvolvimento” serviu também para “encerrar em grande as comemorações do centenário da Região Demarcada do Dão”.

Navio da Greenpeace chegou à Gronelândia para estudar desintegração de glaciar

O navio da organização ecologista Greenpeace, “Arctic Sunrise”, chegou ontem a Nuuk, capital da Gronelândia, para uma nova expedição que pretende estudar a desintegração do glaciar Petermann e mostrar os efeitos do aquecimento global.
“O nosso objectivo é estudar o glaciar Petermann, o mais setentrional do mundo, de muito difícil acesso e que se está a desintegrar. Queremos mostrar com exemplos concretos o crescente impacto das alterações climáticas na Gronelândia”, explicou Mads Flarup Christensen, director-executivo da Greenpeace Nordic.As alterações climáticas deixaram de ser uma “teoria” para ser uma “dura realidade”, ultrapassando “as previsões mais pessimistas dos modelos elaborados pelos programas informáticos científicos, nomeadamente no Árctico”, salientou.Entre 11 e 24 de Julho de 2008, um bocado de 29 quilómetros quadrados desprendeu-se do glaciar Petermann, disse Jason Box, professor-associado no centro de investigação polar da Universidade de Ohio, baseando-se em imagens de satélite da NASA (agência espacial norte-americana). Já entre 2000 e 2001, este glaciar tinha perdido 86 quilómetros quadrados.

Alessandro Bavari

A fotografia sempre foi uma disciplina muito do agrado dos surrealistas e continua a sê-lo ainda nos nossos dias a julgar pelas surpreendentes composições de Alessandro Bavari, dignas do melhor que fizeram Man Ray, Max Ernst ou Dora Maar. O artista italiano usa técnicas rigorosamente fotográficas para tornar os seus mundos imaginários bem reais. Já imaginaram quanto é difícil captar um sonho no dia seguinte de manhã ao acordar? Alessandro Bavari consegue-o com a sua câmara mágica.

fotografias que abalaram o mundo: Vulture

O fotógrafo sul-africano Kevin Carter foi o autor desta fotografia obtida em 1933 em Ayod, um pequeno distrito do estado de Junqali, Sudão, que percorreu o Mundo inteiro: a figura esquelética de uma pequena menina, totalmente desnutrida, vergando-se sobre a terra, esgotada pela fome, prestes a morrer, arrastando-se para um campo alimentar da ONU que distava um quilómetro dali, enquanto em segundo plano a figura negra e expectante de um abutre aguarda a morte da garota.
Carter disse que esperou cerca de vinte minutos para que o abutre se fosse embora e, como tal não sucedia, rapidamente tirou a foto, espantou o abutre açoitando-o, e abandonou o local o mais rápido possível.
Muitas vozes se levantaram na época contra a atitude de Carter, comparando-o de certa forma ao abutre e questionando-o porque não tinha ajudado a criança. Embora na altura os fotógrafos tivessem um código de conduta rígido que implicava, neste tipo de cenários, nunca se abeirarem das pessoas famintas pela possibilidade de transmissão de doenças, Kevin confessou estar arrependido por não ter ajudado a menina.

Almeida quer ser Património Mundial da UNESCO

"Será uma candidatura para a vila, para a região e para o país". O presidente da Câmara de Almeida, Baptista Ribeiro, não tem dúvidas do sucesso do processo de candidatura da fortificação a Património da UNESCO, que teve início na semana passada com uma declaração aprovada pelos ministros da Cultura e dos Negócios Estrangeiros.
Além do concelho do distrito da Guarda integram o mesmo processo os municípios de Elvas, Estremoz, Marvão e Valença. As cinco autarquias pretendem avançar com uma candidatura a Património Mundial das Fortificações Abaluartadas da Fronteira entre Portugal e Espanha.
"A candidatura tem uma importância extraordinária para sermos conhecidos a nível mundial", reforça o presidente do município raiano, convicto de que a distinção como Património Mundial irá atrair milhares de turistas a esta vila do distrito da Guarda.
O autarca garante que a candidatura estaria votada ao fracasso se não fossem as parcerias estabelecidas, nomeadamente com Valença e Elvas e mais tarde com Estremoz e Marvão, cuja candidatura isolada "não teve sucesso".
O projecto engloba também as fortalezas espanholas de Olivença, Badajoz e Ciudad Rodrigo. "O contacto entre Portugal e Espanha já será feito ao mais alto nível", estando o assunto agendado para a próxima cimeira Luso-Espanhola, que deverá decorrer em Dezembro, em Elvas.

Koko Taylor

Bullying «arruina a vida» de cerca de 40 mil crianças portuguesas

A estudar este tipo de violência física ou psicológica desde 1994, Werner Katwijk, director da Ouders & Coo, afirmou hoje no seminário «Bullying - Prevenção da violência na escola, no trabalho e na sociedade», promovido pela Fundação Pró Dignitate, que dois milhões de crianças são severamente vítimas deste fenómeno na Europa.
Katwijk citou um estudo realizado em 2000 na Holanda com crianças que frequentavam a escola, segundo o qual, dos 2,4 milhões de crianças holandesas, 385 000 eram vítimas de bullying por outras crianças e entre elas 75 000 foram de tal forma vítimas de violência física e psicológica que a vida escolar se tornou um inferno.
Segundo o responsável, estas crianças que foram vítimas graves deste tipo de violência e que tiveram de repetir um ano na escola representaram um custo médio para o Estado de nove mil euros.
Por outro lado, acrescentou, uma criança vítima de bullying irá enfrentar muitos problemas durante a vida: desde distúrbios na alimentação, desemprego, problemas de relações humanas, o medo de terem os seus próprios filhos e um elevado risco de suicídio como resultados destes traumas.
«Os efeitos de bullying são graves e causam falta de auto estima. As pessoas sentem-se insignificantes e sem valor», comentou.
Mas este fenómeno não atinge só crianças, há também muitas vítimas no local de trabalho.
Um estudo holandês revelou que cerca de 300 mil trabalhadores eram vítimas deste fenómeno no local de trabalho, o que representa um custo anual de cerca de 12 milhões de euros naquele país.
Segundo Katwijk, o custo médio de um trabalhador vítima de bullying é de 50 mil euros
«Se compararmos a Holanda com Portugal e se partirmos do princípio de que a média do trabalhador português é semelhante ao holandês os resultados serão parecidos», sustentou.
Presente no seminário, o psicólogo criminal Carlos Poiares afirmou que há uma «ligação muito grande entre a violência em casa e a violência na escola».
«Quando o marido bate na mulher está, pelo menos, a agredir psicologicamente os filhos», sublinhou o psicólogo, acrescentando que muitas vezes a criança reproduz a violência a que assiste, porque percebe que «quem é violento é quem manda em casa».
Para Carlos Poiares, o combate à violência passa pela família, rua, médico e escola e pela prevenção, que é fundamental.
«Nós não temos maus pais, maus professores e maus alunos. O que temos são maus cidadãos», afirmou, considerando que há um défice em Portugal na «formação para a cidadania».
O psicólogo criticou ainda a violência mediatizada nas televisões, nomeadamente nos desenhos animados.
«A violência é a segunda fonte de rendimento, a seguir ao futebol, para quem a mediatiza», frisou.
Esta opinião foi partilhada pela presidente da Fundação Pro Dignitate, Maria de Jesus Barroso, afirmando que a comunicação social tem uma grande responsabilidade social e pode inverter esta situação.
«A sociedade está muito embebida de violência e temos de obrigação de fazer um esforço no sentido de a diminuir ou eliminá-la», afirmou Maria Barroso à agência Lusa, à margem do encontro.
A secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, salientou, por seu turno, o papel das escolas, que devem de «um modo formal e informal combater a segregação e exclusão social» e aprofundar as ligações com a comunidade.
Para Idália Moniz, a forma de combater este fenómeno passa também por um trabalho de capacitação não só dos técnicos, como dos interventores a nível educativo e pedagógico.
Lusa/SOL

Poema

Que língua estrangeira é esta
que me roça a flor do ouvido,
um vozear sem sentido
que nenhum sentido empresta?
Sussuro de vago tom,
reminiscência de esfinge,
voz que se julga, ou se finge
sentindo, e é apenas som.

Contracenamos por gestos,
por sorrisos, por olhares,
rodeios protocolares,
cumprimentos indigestos,
firmes aperto de mão,
passeiso de braço dado,
mas por som articulado,
por palavras, isso não.
Antes morrer atolado
na mais negra solidão.
Antonio Gedeão

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Barack Obama, o salvador


O vídeo foi realizado pelos irmãos Evan e Gregg Spiridellis, os criadores do site JibJab, e foi apresentado durante o 65º Jantar Anual dos Correspondentes de Rádio e Televisão, nos Estados Unidos, que contou com a presença do Presidente Barack Obama.

Jazz de Cascais com cartaz de excelência

Além do saxofonista James Carter, o cartaz do Festival que decorre da próxima sexta-feira até 03 de Julho, inclui nomes como Chick Corea, Roseanna Vitro e Kenny Werner ou Christian McBride.
Actua no Cascais Jazz, pela primeira vez em Portugal, o septeto Mingus Dinasty, herdeiro da Mingus Big Band que várias vezes tocou em festivais nacionais.
Roseanna Vitro actua pela primeira vez no Continente, há oito anos actuou no Festival de Jazz de Angra de Heroísmo.
O crítico de jazz António Rubio salientou à Lusa a "excelência do cartaz deste ano” que considerou “de nível mundial".
"Tudo isto é formidável, poderoso e com nomes impressionantes, todos do jazz clássico, sem ir para outras áreas como o freejazz ou outras experiências", explicou.
"Este conjunto - James Carter Quinteto, Jon Mayer Trio, - Roseanna Vitro Trio com Kenny Werner, Chick Corea, David Murray, Mingus Dynasty Septeto e Christian McBride Quinteto - é digno de qualquer festival do melhor que se faz no mundo sem dúvida alguma", sublinhou o crítico.
"Em relação ao início do Festival não podia ser melhor, é um óptimo começo. O James Carter a tocar o seu saxofone barítono ou tenor, é neste momento, apesar de jovem, um dos grandes músicos da cena jazz, e é um inovador que tem uma linguagem facilmente reconhecível", disse Rubio que referiu ainda "a atitude de humor, sarcástica e irónica" que o músico toma habitualmente em palco.
O concerto de Roseanna Vitro com Kenny Werner, no próximo sábado à noite, é para Rubio um dos pontos altos do certame e que aguarda com maior expectativa.
"A Roseanne Vitro é uma cantora pouco conhecida dos meios populares do jazz, teve a sua época como artista de salas e festivais há 25 anos, depois abandonou para se dedicar ao ensino que é a sua grande qualidade e capacidade", explicou o crítico.
Roseanna Vitro é actualmente professora numa universidade nos Estados Unidos, onde ensina jazz.
Também o pianista que a acompanha é professor "procurado pelos melhores cantores para se aperfeiçoarem com ele, é um mestre na acepção da palavra", referiu Rubio à Lusa.
Chick Corea actua dia 28 de Junho em dois recitais a solo, às 19.00 e 21.30. Rubio espera ver um Corea "em melhor forma que da última vez que esteve em Portugal no Centro Cultural de Belém, em Outubro de 2007, em que evidenciou grande cansaço e desgaste".
Entre os dois recitais do pianista norte-americano será apresentado o livro "Jazz em Cascais. Uma história de 80 anos" de João Moreira dos Santos. O livro tem um prefácio de Charles Lloyd e posfácio do maestro Jorge Costa Pinto.
O septeto Mingus Dinasty cuja produtora é a viúva de Charles Mingus, Sue Mingus, apresenta-se dia 03 às 21:30.
O Festival encerra dia 05 de Julho com Christian McBride Quinteto.
Este músico que toca saxofone tenor reside em Paris e tem actuado com regularidade em Portugal.
Segundo António Rubio "é dos músicos que mais tem gravado desde o Japão a França".
O crítico de jazz assinalou ainda o interesse de McBride "pelo estudo das origens do jazz, a ponto de ir aos países onde o jazz começou com os negros, foi por exemplo ao Senegal, e no estudo que fez referiu-se a Cabo Verde".
O cartaz do Festival inclui ainda Jazz em Miúdos, no próximo sábado às 15:00, o pianista inglês Jon Mayer que se apresenta num trio, também no sábado mas às 16:30, e David Murray "Black Saint" Quarteto que actua dia 03 de Julho à noite.
Lusa/SOL