Demonstrar que a Ponte-Açude não está saturada e que, por isso, não se justifica a construção de uma nova travessia rodoviária do Mondego é o objectivo de um desafio electrónico à população de Coimbra lançado hoje pela Plataforma do Choupal.
“A Ponte-Açude não atingiu, nem de perto nem de longe, a sua capacidade”, diz a plataforma. Mas "como não temos possibilidade de encomendar um estudo credível, optámos por uma iniciativa artesanal que consiste em pedir às pessoas que acedam à nossa página da Internet e vejam a fluidez de trânsito nas três faixas de rodagem da ponte", explicou Luís Sousa, do movimento. “Veja a Ponte-Açudeon line, sobretudo nas horas de ponta, e constate que ele nunca entope”, escrevem no site da iniciativa."Se alguém conseguir encontrar uma situação de engarrafamento que faça uma impressão e nós damos-lhe um brinde", ironizou. Com esta iniciativa, designada de Desafio Electrónico à População!, a Plataforma do Choupal prossegue a luta para impedir que aquela Mata Nacional seja "irremediavelmente afectada pela construção de um viaduto rodoviário com 40 metros de largura e que a atravessa numa extensão de 150 metros, no âmbito do novo IC2". Segundo Luís Sousa, os argumentos de que "a ponte está saturada" soam a "absurdo". Numa conferência realizada esta manhã, os responsáveis da Plataforma do Choupal anunciaram que a Assembleia da República agendou para discussão em plenário a petição do movimento que propõe a revogação da Declaração de Impacte Ambiental da obra e a suspensão do concurso público. Admitida a 20 de Março, a petição conta com 10.040 signatários que exigem ainda a discussão de alternativas ao actual projecto. Sem ainda conhecer a data de discussão em plenário, Luís Sousa espera "que a petição seja ainda debatida nesta legislatura", referindo ter informações de que o presidente da Assembleia da República deu indicações para que "fossem agendadas todas as petições e não fosse deixada nenhuma para a próxima legislatura". O movimento Plataforma do Choupal anunciou ainda mais uma iniciativa desportiva para a mata, entre os dias 26 e 28 de Junho, no âmbito do processo de contestação iniciado em Fevereiro deste ano. "Trata-se de uma espécie de corrida desportiva sem regras, em que todos os participantes podem praticar a actividade que quiserem durante o tempo que entenderem", explicou o biólogo Miguel Dias, que integra o movimento. A iniciativa começa no dia 26 às 18 horas e, durante 48 horas, os participantes podem "correr, andar de bicicleta ou caminhar". De acordo com Miguel Dias, são esperadas individualidades ligadas ao desporto, às artes, às ciências e à cultura, tendo o primeiro-ministro José Sócrates sido "convidado a participar". "Se vier será recebido de forma ordeira. Era um sinal de que o Governo tinha abandonado o projecto", sublinhou o biólogo, referindo que os desportistas "tem dificuldade em entender como é que um primeiro-ministro que pratica desporto se arrogue no direito de construir um viaduto que interfere com essa prática". Para inviabilizar a construção do viaduto, encontra-se a decorrer uma acção popular subscrita por sete cidadãos contra o Ministério do Ambiente por alegadas irregularidades processuais na Declaração Ambiental, cujo prazo de contestação termina esta sexta-feira.
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