terça-feira, 9 de junho de 2009

10 regras para escapar às dívidas no seu cartão de crédito

O número de portugueses com cartão de crédito continua a aumentar: um em cada três adultos tem pelo menos um na carteira. São muitos os benefícios de usar o plástico nas compras, desde o peso que se liberta por não carregar moedas até à facilidade de transacção em qualquer parte do mundo, não esquecendo a possibilidade de aceder a um crédito sem ter de falar com o gestor de conta. Mas nem tudo são rosas: o abuso do cartão pode ser uma catástrofe. As taxas de juro aplicadas são das mais elevadas da banca. Para que continue a fazer as suas compras descansado, o i diz-lhe quais são as dez principais regras no uso dos cartões de crédito.1. A melhor dívida é a que não existeA taxa anual efectiva dos cartões de crédito dos maiores bancos portugueses é em média de 20%, o que é mais de seis vezes superior à taxa actual dos créditos à habitação. Porém, é possível usar o crédito do cartão sem pagar juros, basta que pague a dívida no chamado período de crédito gratuito, que pode ir até 50 dias. Para a maioria, a melhor opção é mesmo optar pelo pagamento automático da totalidade do crédito. "Quem paga o crédito a 100% e fiscaliza os seus gastos não deverá ter problemas", avisa a directora do Observatório do Endividamento dos Consumidores, Catarina Frade. Se precisar de se endividar, escolha primeiro o crédito pessoal ou ao consumo, porque o valor das taxas de juro é metade do praticado nos cartões de crédito.2. Não caia na ratoeira do mínimoUma taxa elevada é mau para si, mas é bom para os bancos, por isso é natural que eles incentivem o uso do crédito além do período gratuito. As instituições financeiras apenas exigem que pague um determinado valor mínimo, uma percentagem entre 3% e 5% do limite de crédito. Aliás, quando se opta pelo pagamento por débito directo, alguns bancos registam por defeito que o pagamento mensal é pelo valor mínimo. Ora, seguindo pelo valor mínimo entra-se numa bola de neve. Se no final do mês tiver um saldo de 2000 euros e só amortizar mensalmente 5% da dívida, deixando o restante a capitalizar a uma taxa anual de 20%, então demorará mais de 30 anos a pagar as compras.3. Não se afunde mais"Quem já tem problemas de crédito deve evitar usar o cartão de crédito", avisa Catarina Frade. A investigadora salienta que este "é o crédito mais caro que existe". Se tem dificuldade de controlo, pegue num saco de plástico, ponha todos os cartões de crédito lá dentro, encha-o de água e coloque-o no congelador. Da próxima vez que se sentir tentado, o tempo de descongelamento deverá ser suficiente para esfriar os seus desejos.4. O melhor cartão não tem anuidadeSe consegue pagar a dívida do cartão no período sem juros, então o que mais o deve preocupar é o pagamento da anuidade, a comissão anual da utilização. Embora não seja prática corrente, há cartões sem anuidade. Normalmente oferecem-lhe a primeira anuidade, mas em média custa 40 euros nos anos seguintes. Cerca de um terço dos portugueses não paga a dívida no período de crédito gratuito, segundo o Crédito Agrícola e o BCP. Porém, "os que usam o crédito fazem-no conscientemente", explica Paulo Raposo, da MasterCard Portugal. Nesse caso, a maior preocupação deve ser encontrar um cartão com um juro baixo.5. Seja fiel: basta um cartão de crédito Os americanos têm oito, os ingleses cinco, os alemães e os japoneses dois. Mas os portugueses têm em média um cartão. Porém, os números estão a crescer. "A média do número de cartões de crédito por pessoa é de 1,47", lê-se no Barómetro sobre Comportamento Financeiro de Particulares em Portugal, produzido pela Marktest para a Mastercard. Não precisa de um segundo cartão: pagará mais anuidades e perderá a conta às suas contas. O cartão que lhe enche as medidas não tem de ser do seu banco do dia-a-dia. Muitos bancos fazem parcerias com instituições comerciais.6. O limite de crédito não é rígidoO banco deve atribuir-lhe um determinado limite de crédito (plafond) após ter analisado o seu perfil. Contudo, é normalmente o limite que vem por defeito: quanto mais dourado ou platinado for o cartão, maior o plafond. Pode sempre negociar outro valor. Para os gastos extraordinários, basta pedir um incremento temporário do limite de crédito. Como são plafonds transitórios, os bancos até são generosos.7. Outras vantagens que valem a pena"A anuidade e a taxa de juro são importantes, mas o cliente deve procurar outras coisas, dependendo das suas necessidades", avisa Paulo Raposo, da MasterCard. Muitos cartões oferecem seguros de viagem. Alguns devolvem--lhe uma percentagem dos gastos, habitualmente 1%. Outros focam-se em descontos numa só marca, como o Cartão BP Visa do BCP, que dá um desconto de 3% nos gastos em combustível nos postos da BP. Há ainda os que dão voos, como o Top Miles, uma parceria entre o BES e a Top Atlântico, que confere duas milhas aéreas por cada euro gasto. O importante é que escolha as vantagens que mais o satisfazem.8. Se está em dificuldade, esqueça a regra anteriorNão vale a pena esforçar-se por ter descontos e outras vantagens se não conseguir pagar a dívida do cartão todos os meses. Se falhar um pagamento, todos os descontos e benefícios são eclipsados pelo serviço da dívida e pelas penalizações da maioria dos cartões. Se sabe que vai falhar, concentre-se no que realmente interessa: a taxa de juro.9. Se for viajar para longe, mantenha o cartão no bolsoÉ muito prático usar o cartão de crédito no estrangeiro sem pensar nas conversões cambiais. Contudo, saiba que quando estiver a fazer isto está a pagar mais 2,5%, pelo menos. Esse é o custo cobrado pelas empresas de cartões pelo serviço de câmbio, intermediação, processamento, comunicações e risco. Em alguns cartões, acrescenta-se ainda uma comissão fixa de 1,5 euros. Da próxima vez que sair da zona euro, dê uma oportunidade às notas estrangeiras: o balcão do seu banco cobra em média 3,5 euros pela compra ou pela venda das divisas.10. Não ponha o cartão de crédito no multibancoSacar dinheiro usando o crédito do seu cartão num caixa automática é a maneira mais rápida de ficar pobre: as instituições financeiras chegam a cobrar 3 euros, acrescidos de 4% do valor levantado. Se levantar 500 euros a crédito, cobram-lhe até 22 euros. ionlineEm alguns cartões, a taxa anual efectiva do crédito por levantamento ultrapassa os 30%.
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