quinta-feira, 4 de junho de 2009

De volta a Portugal, os australianos não se deixam apanhar pela idade... Numa produção e entrega memoráveis



AC/DC no estádio Alvalade XXI
De volta a Portugal, os australianos não se deixam apanhar pela idade... Numa produção e entrega memoráveis, Malcolm e Angus Young deram tudo ao público português.
Era, sem qualquer dúvida, um dos concertos mais aguardados do ano e os AC/DC cumpriram a promessa de que iriam protagonizar uma noite memorável a todos aqueles que acorreram em massa ao Estádio Alvalade XXI. É certo que o recinto não estava totalmente esgotado, mas estava muito perto disso. E, observando a expressão de satisfação espelhada na cara de todos aqueles que se acotovelavam à espera de um transporte que os levasse de volta a casa na zona do Campo Grande, era fácil perceber que ninguém deu o seu dinheiro por mal empregue. Com o novo Black Ice na bagagem, o lendário grupo australiano liderado pelos irmãos Angus e Malcolm Young subiu a um palco de dimensões gigantescas - uma estrutura de 78 metros, ladeada por dois ecrãs, que demorou quatro dias a montar. Os AC/DC já não podem tocar em recintos pequenos há muitos anos, mas conseguem transportar para um estádio a energia crua de uma banda que está a actuar numa sala pequena e para uma audiência suada. 34 anos depois de terem lançado o primeiro álbum, mantêm-se iguais a si próprios e isso ninguém pode negar. A produção por detrás de um espectáculo destes é enorme, mas os músicos mantêm-se fiéis ao que sempre foram - uma banda de, puro e duro, rock'n'roll. Durante os, aproximadamente, 135 minutos que durou a actuação não houve mudanças desnecessárias de instrumentos ou indumentária... o que houve, isso sim, foi uma enorme descarga de energia contagiante que tocou todos os presentes.
Às 21:40, mais uma vez em ponto, soam através das gigantescas colunas do P.A. os acordes iniciais de "Rock'n'Roll Train", o primeiro single de apresentação ao último álbum dos AC/DC.
Nos ecrãs, numa animação colorida e movimentada, Angus Young e os seus companheiros fogem figurativamente de uma locomotiva descontrolada que, alguns minutos depois, acaba por "embater" na parte de trás do palco com grande estardalhaço. As luzes acendem-se e ali estão os heróis da noite, como que transportados de uma B.D. para a vida real, prontos a dar à plateia tudo aquilo que ela espera deles.
"Hell Ain't a Bad Place To Be", "Back In Black" e "Big Jack" obrigam os poucos resistentes a levantar-se das cadeiras ou das bancadas."Dirty Deeds Done Dirt Cheap", "Shot Down In Flames", "Thunderstruck" e "Black Ice" garantem que a plateia está totalmente rendida aos músicos. Mais de três décadas de palco fizeram dos AC/DC uma unidade incrivelmente bem oleada, em que nada - absolutamente nada - falha. No entanto, o mais surpreendente mesmo é perceber que, 34 anos depois de ter gravado o primeiro disco, a banda continua a ter a mesma energia que tinha quando começou a tocar.

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