quarta-feira, 3 de junho de 2009

Aquecimento global volta à agenda

Entre os temas que continuam sem solução está a obrigação de as economias desenvolvidas se comprometerem a controlar as emissões poluentes, bem como de averiguar se o cumprimento deste princípio é voluntário ou imposto pela lei.
A representação norte-americana quer colocar todos os países em pé de igualdade, exigindo que todos se empenhem no combate às alterações climáticas, de acordo com as suas capacidades de acção.
Por outro lado, os países em desenvolvimento consideraram que este primeiro esboço do tratado falhou na medida em que não teve em conta as suas propostas.
Os cientistas dos Estados Unidos da América advertiram para o facto de as emissões não controladas de gases poluentes, sobretudo de combustíveis fósseis usados na indústria pesada e nos automóveis, provocarem alterações nas temperaturas e na precipitação, pondo em risco milhões de pessoas devido à possibilidade de secas e tempestades.
Michael Zammit Cutajar, que compilou as posições dos vários países, reconheceu que o rascunho era «complexo" e «confuso» mas disse estar satisfeito com o projecto inicial.
O rascunho representa «um passo significativo nas conversações», disse Yvo de Bóer, secretário executivo da Convenção para as Alterações Climáticas das Nações Unidas.
Quanto devem os países cortar nas suas emissões de poluentes, como aumentar as verbas anuais para os países em desenvolvimento se adaptarem às alterações climáticas e como ajudar os países tropicais a reduzir a destruição das florestas tropicais e evitar a desflorestação são alguns dos temas abordados no documento.
As economias emergentes como a Índia e a China comprometeram-se a travar o crescimento das suas emissões poluentes em troca de financiamento e de tecnologias 'verdes' dos países industrializados, afirmando que o seu grau de comprometimento em Copenhaga depende destes financiamentos.
A União Europeia afirmou já que não deverá avançar com valores para o fundo de combate às alterações climáticas antes da conferência de Copenhaga, a mais importante das quatro agendadas até ao final do ano.
O acordo de Copenhaga deverá dar continuidade ao Protocolo de Quioto, assinado em 1997, que obriga 37 países industrializados a reduzirem as suas emissões, deixando os restantes países sem qualquer compromisso.
Os Estados Unidos da América rejeitaram o Protocolo de Quioto em parte porque excluía as economias em desenvolvimento mas a administração de Barack Obama já anunciou que quer assumir uma posição de liderança no combate às alterações climáticas.
Lusa / SOL

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