Quem tem direito ao subsídio dito "normal" de desemprego recebe, em média, 517 euros por mês. O valor deve corresponder a 65% da antiga remuneração, com o limite de 1258 euros. É o apoio que abrange mais beneficiários (218 mil), mas só é acessível a quem trabalhou e descontou durante 450 dias nos dois anos anteriores à situação de desemprego.
Já o subsídio social de desemprego (que abrange 101 mil pessoas) está reservado a agregados de baixos rendimentos. Destina-se a quem, não tendo cumprido os 450 dias, descontou pelo menos durante 180; ou a quem tenha esgotado o subsídio dito "normal". As regras serão alargadas, mas actualmente só têm acesso a esta prestação desempregados que vivam em agregados com um rendimento per capita inferior a 336 euros por mês. Calculada com base no número de filhos e dependente do valor do Indexante de Apoios Sociais (IAS), esta prestação garante, em média, 339 euros por mês.
Contra a subida galopante do desemprego, o Governo manteve as regras de cálculo das prestações, tendo optado por alargar a abrangência do subsídio destinado aos mais pobres. A primeira das decisões, no terreno desde Abril, garante mais seis meses de prestação aos que terminem o subsídio social de desemprego este ano. Os desempregados de agregados com um rendimento por pessoa entre 336 e 461 euros deverão, por outro lado, passar a ter acesso a esta prestação a partir de Julho.
Pressionado a reforçar os apoios sociais, o Governo tem argumentado que Portugal tem um dos períodos de atribuição de subsídio mais longo da Europa e que a taxa de substituição (proporção do subsídio sobre o último salário) está entre as mais altas da OCDE. Oposição e sindicatos dizem que não chega. Os salários estão entre os mais baixos dos 30 países.
Mais 23 mil novos subsídios
Em Abril, foram atribuídos 23 mil novos subsídios, mais 64% do que em período homólogo. O aumento é significativo, mas representa um abrandamento face aos primeiros meses do ano. Desde o início do ano o aumento foi de 69%, com quase 103 mil novos subsídios atribuídos.
Neste período acumulado, o Estado gastou 622 milhões de euros com subsídios de desemprego, num aumento de 17,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. Com as despesas correntes a acelerar (8,7%) e as receitas a abrandar (0,7%), o saldo global da Segurança Social caiu 34%, para 884 milhões de euros.
dn
Sem comentários:
Enviar um comentário