Hewins, para escrever esta biografia, editada pela primeira vez em 1957, além de consultar os arquivos e memórias de Calouste Gulbenkian, contou com os testemunhos de vários familiares e colaboradores, incluindo a do filho, Nubor Sarkis Gulbenkian.
Defende o autor, que Calouste Gulbenkian foi «o maior homem do petróleo que a Europa já produziu».
Adquiriu o epíteto 'senhor cinco por cento' pela participação que detinha na Iraq Petroleum Company (IPC), depois do papel que desempenhou no consenso que se estabeleceu em 1928 entre a Anglo-Persian Oil Company, o Royal Dutch Shell Group, a Compagnie Française des Pétroles e o Near East Development Corporation, que se baseia na célebre red line - uma linha traçada sobre o mapa do ex-Império Otomano - desenhada pelo próprio Calouste Gulbenkian, e que foi o seu maior êxito.
Apesar de editado mais de 50 anos depois em Portugal, a quem Gulbenkian deixou uma Fundação com fins culturais, científicos e sociais, e quando se celebram 140 anos do seu nascimento, a editora considera que o livro «mantém a frescura e a actualidade».
'O Senhor cinco por cento', editado pela Texto, divide-se em três partes, e inclui uma cronologia da evolução da IPC, e ainda uma árvore genealógica.
A primeira parte vai de 1869, quando nasceu Calouste Gulbenkian, na Arménia, a 1914, ano em que se iniciou a I Grande Guerra.
A segunda desde aquele ano até 1955, quando a IPC se torna o sexto produtor mundial de crude, e a terceira sobre os últimos dias do negociador, que morreu a 20 de Julho de 1955 no luxuoso Hotel Aviz, em Lisboa, aos 86 anos, onde vivera, aliás, os últimos 11 anos.
Para Ralph Hewins, «a era em que um homem podia construir um negócio suficientemente grande para financiar um país inteiro tinha chegado ao fim».
Referindo-se a Calouste Sarkis Gulbenkian no plano pessoal, o autor escreve que «levou a discrição ao extremo», tendo até escrito que «a coisa mais preciosa que o dinheiro pode comprar é a privacidade».
Daí que fosse raro vê-lo em festas ou outros acontecimentos mais mundanos senão encontrasse lá alguém que lhe fosse necessário ou interessante.
Referindo-se ao livro 'Who's who', que resume a sua biografia em duas linhas, Hewins qualifica-as de eufemistas e enganadoras, propondo a seguinte versão: «financeiro, industrial, religioso, filantropo, conhecedor e Casanova».
De facto Gulbenkian, era um «conquistador de corações femininos», revela o autor, acrescentando que o homem de negócios se orgulhava da sua virilidade.
«Cuidava de si com esmero», escreve, referindo que era moderado na alimentação, frugal nos vinhos, «fazia por estar em forma», e «por vezes era considerado hipocondríaco».
Estava sempre rodeado de vários remédios e tinha dois médicos sem que nenhum soubesse do outro, para poder confrontar os respectivos diagnósticos.
O facto é que gozou sempre de boa saúde até aos 83 anos, segundo Hewins.
Era «cauteloso» e «desconfiado», afirma o autor justificando tais comportamentos herdados dos seus antepassados vítimas de vários massacres.
Tinha «parcimónia» com o dinheiro e evitava «um único xelim desnecessário».
Todavia o autor interroga-se se seria «o homem mais avarento do mundo», tanto mais que quando morreu doou «ao mundo» os seus bens e a sua fortuna no montante de 25 milhões libras (mais de 28 milhões de euros ao câmbio actual) e rendimentos anuais que somavam cinco mil milhões de libras(5,5 mil milhões de euros), «que depressa» duplicou.
Lusa / SOL
Defende o autor, que Calouste Gulbenkian foi «o maior homem do petróleo que a Europa já produziu».
Adquiriu o epíteto 'senhor cinco por cento' pela participação que detinha na Iraq Petroleum Company (IPC), depois do papel que desempenhou no consenso que se estabeleceu em 1928 entre a Anglo-Persian Oil Company, o Royal Dutch Shell Group, a Compagnie Française des Pétroles e o Near East Development Corporation, que se baseia na célebre red line - uma linha traçada sobre o mapa do ex-Império Otomano - desenhada pelo próprio Calouste Gulbenkian, e que foi o seu maior êxito.
Apesar de editado mais de 50 anos depois em Portugal, a quem Gulbenkian deixou uma Fundação com fins culturais, científicos e sociais, e quando se celebram 140 anos do seu nascimento, a editora considera que o livro «mantém a frescura e a actualidade».
'O Senhor cinco por cento', editado pela Texto, divide-se em três partes, e inclui uma cronologia da evolução da IPC, e ainda uma árvore genealógica.
A primeira parte vai de 1869, quando nasceu Calouste Gulbenkian, na Arménia, a 1914, ano em que se iniciou a I Grande Guerra.
A segunda desde aquele ano até 1955, quando a IPC se torna o sexto produtor mundial de crude, e a terceira sobre os últimos dias do negociador, que morreu a 20 de Julho de 1955 no luxuoso Hotel Aviz, em Lisboa, aos 86 anos, onde vivera, aliás, os últimos 11 anos.
Para Ralph Hewins, «a era em que um homem podia construir um negócio suficientemente grande para financiar um país inteiro tinha chegado ao fim».
Referindo-se a Calouste Sarkis Gulbenkian no plano pessoal, o autor escreve que «levou a discrição ao extremo», tendo até escrito que «a coisa mais preciosa que o dinheiro pode comprar é a privacidade».
Daí que fosse raro vê-lo em festas ou outros acontecimentos mais mundanos senão encontrasse lá alguém que lhe fosse necessário ou interessante.
Referindo-se ao livro 'Who's who', que resume a sua biografia em duas linhas, Hewins qualifica-as de eufemistas e enganadoras, propondo a seguinte versão: «financeiro, industrial, religioso, filantropo, conhecedor e Casanova».
De facto Gulbenkian, era um «conquistador de corações femininos», revela o autor, acrescentando que o homem de negócios se orgulhava da sua virilidade.
«Cuidava de si com esmero», escreve, referindo que era moderado na alimentação, frugal nos vinhos, «fazia por estar em forma», e «por vezes era considerado hipocondríaco».
Estava sempre rodeado de vários remédios e tinha dois médicos sem que nenhum soubesse do outro, para poder confrontar os respectivos diagnósticos.
O facto é que gozou sempre de boa saúde até aos 83 anos, segundo Hewins.
Era «cauteloso» e «desconfiado», afirma o autor justificando tais comportamentos herdados dos seus antepassados vítimas de vários massacres.
Tinha «parcimónia» com o dinheiro e evitava «um único xelim desnecessário».
Todavia o autor interroga-se se seria «o homem mais avarento do mundo», tanto mais que quando morreu doou «ao mundo» os seus bens e a sua fortuna no montante de 25 milhões libras (mais de 28 milhões de euros ao câmbio actual) e rendimentos anuais que somavam cinco mil milhões de libras(5,5 mil milhões de euros), «que depressa» duplicou.
Lusa / SOL
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