A história ocorrida numa sala de aulas da Escola Básica 2,3, de Espinho e contada na comunicação social, é bem exemplificativo do que se passa no ensino em Portugal e de alguns preconceitos de uma sociedade atrasada e onde nada anda e nada se define e tudo demora demasiado tempo a fazer-se.
Há quantos anos se anda a falar sobre a educação sexual nas escolas? 20 anos? Mais?
O que poderia já ter sido feito e não se fez, em parte devido ao atraso, ao preconceito e ao tabu que esta questão é para grande parte da população?
Se algo já tivesse sido feito ao longo dos anos, concretamente aplicando legislação que já existe, hoje haveria já alguma experiência e seria corrigido o que tivesse corrido menos bem. Mas não! Fazem-se leis que não são regulamentadas, ou, mesmo sendo-o, não são aplicadas e depois temos alguém que, por sua própria conta e risco, e sem que tal matéria faça parte da disciplina que lecciona, vai para a sala de aulas dizer disparates, uma vez que não tem em conta a camada etária a quem se dirige nem o local onde está a proferir tais opiniões. E faz ameaças.
Não sou a favor de algumas ideias mais ou menos aberrantes que por aí circulam sobre o não uso do preservativo, nem tão pouco defendo que a vida sexual se inicie no 12 ou 13 anos ou mesmo nos anos seguintes. No entanto, sou a favor de que os jovens, se caírem em tentação, estejam minimamente preparados e ter conhecimento dos riscos que correm no caso de terem determinadas práticas, a fim de se evitarem não só gravidezes indesejáveis com também doenças como o HIV ou outras.
PS). Depois de escrever este texto voltei a ver as imagens televisivas, já com legendas, e pareceu-me que a professora, em vez de condenada social e profissionalmente, deverá, antes, ser acompanhada por técnicos de saúde e do Ministério da Educação dado que, por um lado, aquilo que diz nada tem a ver com educação sexual, como também me parece que a maneira com diz, não é nada adequada para as funções de professora, que desempenha.
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