quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sete verdades para umas novas Forças Armadas

Modelo: países aliados e bem mais desenvolvidos que Portugal há muito reorganizaram a estrutura da Defesa/FA (Canadá e Alemanha, entre outros). Criaram o Estado-Maior da Defesa junto do Ministério da Defesa, chefiado por um general de quatro estrelas, único general deste posto nas FA. Reuniram e racionalizaram uma série de comandos, unidades, órgãos e serviços dos três ramos militares.
Sistema de forças: a experiência da última década permite aquilatar das previsíveis necessidades de forças, a par das capacidades financeiras do país para a sua sustentação. Em vez do sistema de quintas (ramos), FA com um efectivo produto operacional conjunto.
Escolas, unidades e quartéis: a Academia Militar do Exército, aumentada do terreno do antigo Regimento de Comandos, para os cadetes dos três ramos; dois pólos, numa base aérea e na base naval do Alfeite, para a formação complementar dos cadetes da Força Aérea e da Marinha.~
Reduzindo as entradas nos quadros permanentes e abrindo a entrada a quadros contratados, facilitar as carreiras e terminar de vez com o que se tem passado: fuga de pilotos para o mercado civil; reduzida ocupação profissional dos quadros; capitães excedentários relativamente ás forças constituídas.
As quatro escolas práticas das armas do Exército, passam a funcionar na zona de Tancos/Santa Margarida, na actual escola prática de Engenharia-EP inter-armas.
Equipamentos: o país conta com uma experiência muito negativa no campo dos grandes investimentos em armamento, que depois não tem capacidade de operar, nem campo para utilizar: segunda esquadra de F-16 (40 aviões no total); dois novos submarinos (900 milhões de euros); 260 blindados de rodas (364 milhões); carros de combate de lagartas (37 tanques/80 milhões); aviação do Exército (!). Sem ter dotado as FA de 30 mil novas espingardas, mantendo a arma da guerra colonial.
EMD: a crise financeira veio impedir o MDN e o Exército de levarem por diante a construção faraónica de um novo Estado-Maior na Amadora, projecto da década de 90 (15 milhões de contos, na altura). Um futuro EMD, ajustado à geografia, economia e população militares, cabe perfeitamente no complexo do Estado-Maior da Força Aérea em Alfragide. Com o MDN.
Futuros regimentos: em Vencer a Guerra (1984), o antigo subchefe do Estado-Maior da Força Aérea francesa, general Étienne Copel, sublinhando o papel da estrutura operacional, retirava a componente operacional da tutela dos comandantes de regimento. Tal acabou por suceder em Portugal na década de 90, reduzindo a responsabilidade dos coronéis, limitada a alguns apoios logísticos e administrativos de base. Um bom quadro para o enriquecimento das funções dos comandantes de batalhão, atribuindo-lhes o comando completo do regimento.
Orçamento: a degradação remuneratória dos militares aconselha a que, com as reduções de custos do sistema, seja mantido o valor do orçamento da Defesa, permitindo pagar melhor sem sobrecarregar os contribuintes.
José Barroca MonteiroCoronel pára-quedista

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