quinta-feira, 21 de maio de 2009

Miguel Portas alerta para perigo de resposta errada à crise

Ao intervir em Carregal do Sal no final de um jantar com militantes e simpatizantes do BE, o eurodeputado considerou que a questão que se coloca é saber se se pretende «justiça na economia ou uma economia ainda mais injusta».
«Pode sair-se desta crise de duas maneiras: sobre um enorme cemitério de tragédia social ou com alguma decência e respeito pela dignidade humana. Não há terceira opção no meio disto», avisou.
Miguel Portas criticou «todos os Governos que em Portugal e na Europa têm tido a responsabilidade efectiva de fazer com que os ricos sejam cada vez mais ricos e que haja cada vez mais pobres».
«Tudo o resto decorre disto: saber se as pessoas têm uma vida minimamente digna. Não é uma grande vida, é uma vida decente, que não obrigue o pobre a dizer que o seu inimigo está no pobre ao lado, que não faça do homem o lobo do homem», acrescentou.
O cabeça-de-lista do BE afirmou que «os banqueiros e especuladores antes da crise ganhavam com os juros, durante a crise estão a ganhar com os ‘spreads’ e depois da crise hão-de querer ganhar com os juros e os ‘spreads’».
«É esta a razão pela qual os lucros dos bancos em Portugal no primeiro trimestre deste ano foram pouco inferiores aos lucros que tinham tido no primeiro trimestre do ano passado, seis meses antes do ‘crash’ das bolsas», acrescentou.
Citou o padre António Vieira, considerando que «parece que já no século XVI a questão não era muito diferente da que se coloca hoje no século XXI».
«Um grande peixe precisa de muitos peixes para se alimentar mas muitos pequenos peixes contentam-se bem com um grande peixe. E é rigorosamente isto que está em causa nesta eleição europeia», acrescentou.
Neste âmbito, Miguel Portas está convencido de que o BE «se vai efectivamente reforçar nas europeias» e depois «ter a capacidade de, em finais de Setembro, retirar a maior absoluta a José Sócrates».
«Se há força política neste país que pode acabar com a maioria absoluta de José Sócrates é o BE. Não há mais nenhuma com coragem e capacidade para o fazer», frisou.
Lusa / SOL

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