segunda-feira, 4 de maio de 2009

Falta de cafeína altera ritmo do cérebro de viciados

Os apreciadores de café compreendem melhor do que ninguém o que é não poder tomar aquela caneca diária que ajuda o dia a começar bem. Mas um bebedor de café crónico, quando privado dele, não fica apenas aborrecido. A privação de cafeína tem efeitos específicos conhecidos, que podem ir da fadiga à dor de cabeça, dificuldade de concentração e mesmo uma diminuição do estado de vigilância.
Mas quais são os mecanismos biológicos e fisiológicos que produzem estes sintomas? Uma equipa de investigadores norte-americanos socorreu-se de electroencefalogramas (EEG) e de equipamento de ultra-sons para ir à procura da resposta. E descobriram que a actividade eléctrica no cérebro e a fluxo sanguíneo se alteram nesta situação. Os resultados foram agora publicados na revista científica Psychopharmacology.
Os investigadores, das universidades John Hopkins e de Vermont, estudaram dois grupos de voluntários que eram bebedores crónicos de café e que para a experiência aceitaram suspender o seu consumo. A um dos grupos foram administrados comprimidos de cafeína e ao outro um placebo.
Os investigadores fizeram então a avaliação do fluxo sanguíneo no cérebro recorrendo a ultra-sons e avaliaram também a actividade eléctrica cerebral por EEG.
A privação repentina de cafeína, segundo escrevem os autores, aumenta o fluxo nos vasos sanguíneos cerebrais, o que está na origem da conhecida dor de cabeça que acompanha a privação de cafeína numa pessoa que bebe diariamente café.
Nas medições de EEG, os cientistas observaram algumas alterações, como um aumento de um determinado ritmo, designado por teta, que já tinha sido anteriormente associado a fadiga em situações de privação. Em termos de medidas qualitativas, os voluntários relataram, como era de esperar, um aumento de "cansaço", "fadiga", e da sensação de "indolência".
Outra verificação deste estudo, segundo os seus autores, é a de que a ingestão diária de cafeína "não tem qualquer vantagem acrescida, ao contrário dos que os amantes do café imaginam", como explicou Stacey Sigmon, da universidade de Vermont, e um dos autores do estudo.

dn

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