O PS admitiu alargar a discussão à eutanásia, mas apenas na próxima legislatura quando se discutir o testamento vital, que contém as instruções relativas aos tratamentos e aos cuidados médicos que uma pessoas recusa ou aceita em caso de doença ou incapacidade.
Contrariando a posição defendida pela Associação nacional de Bioética, a socialista Antónia Almeida Santos considerou não ser viável esta discussão ainda nesta legislatura e clarificou que o alargamento da discussão à eutanásia não significa a sua legalização.
«Penso que não devemos ser tão sensíveis ao ponto de que não se possa discutir nenhum tema desde que seja feito com sensibilidade», adiantou a deputada do PS.
Não se querendo meter no debate político, o presidente da Associação Portuguesa de Bioética defendeu uma hierarquização de prioridades, começando por discutir os temas que «merecem mais consenso na sociedade».
«Já face a questões controversas, altamente fracturantes e, do mesmo modo como aconteceu com a Interrupção Voluntária da Gravidez, e sem a Associação Portuguesa de Bioética ter uma posição fundada devido à disparidades de opiniões da própria direcção, entendemos que a eutanásia de deve ser remetida para um debate ulterior e em sede de referendo», afirmou Rui Nunes.
Para esta associação, deveria avançar-se já com a questão do testamento vital, tornando vinculativo este documento com instruções sobre os tratamentos que uma pessoa aceita e recusa, devendo estes dados fazer parte de uma base de dados a que o médico pudesse ter acesso.
Esta associação propôs também a criação de um procurador para a Saúde, que representasse os interesses e a vontade dos doentes em caso de incapacidade, uma proposta que o Parlamento ainda vai estudar, mas apenas na próxima legislatura.
tsf
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