quinta-feira, 16 de julho de 2009

'Apollo 11' partiu da Terra há 40 anos

27 de Janeiro de 1967. Uma simulação de rotina do lançamento da Apollo 1, que deveria ocorrer três semanas depois, terminou abruptamente em tragédia. A deflagração inesperada de um incêndio no habitáculo da tripulação, cuja atmosfera estava enriquecida com oxigénio, e a inexistência de um extintor no seu interior, ditaram a morte por asfixia dos três astronautas, Gus Grissom, Ed White e Roger Chaffee em 34 segundos. A possibilidade de cumprir a meta traçada pelo presidente Kennedy, de "chegar à Lua e regressar em segurança, antes do final da década", parecia de repente comprometida. Mas terá sido, afinal, esse acidente que acabou por ditar o sucesso do programa Apollo. Hoje cumprem-se exactamente 40 anos sobre a data em que a famosa Apollo 11 descolou de Cabo Canaveral, rumo à Lua, levando a bordo os primeiros homens que pisaram outro mundo.
Depois do acidente que vitimou os astronautas da Apollo 1, o programa foi totalmente revisto ao longo dos 21 meses que se seguiram. Nesse período, que foi também de corrida contra o tempo, foram introduzidas 1341 alterações nos procedimentos técnicos e nos equipamentos. E a missão seguinte, a Apollo 7, só partiu a 11 de Outubro de 1968, da plataforma de lançamento número 34, a mesma onde Grissom, White e Chaffee tinham morrido.
Menos de um ano depois da missão Apollo 7, a Apollo 11 chegou com êxito à Lua, um momento que foi presenciado em directo pela televisão, por muitos milhões de pessoas em todo o planeta.
Mas a aventura espacial que culminou na primeira alunagem tinha começado bem antes, ainda no final da década de 50, quando os Estados Unidos da América e a ex-União Soviética decidiram levar as suas rivalidades terrenas para órbita. Não por acaso, um dos objectivos explícitos do programa Apollo, enunciados pela NASA em Julho de 1960, era "conseguir para os Estados Unidos a predominância no espaço".
Os outros objectivos, além da chegada à Lua e do desenvolvimento da tecnologia necessária para isso, eram a exploração científica do satélite natural da Terra e o desenvolvimento da capacidade humana de trabalhar no ambiente lunar.
O programa Mercury, de voos orbitais solitários, que decorreu entre Maio de 1961 e Maio de 1963, e o programa Gemini que se lhe seguiu, com tripulações de dois astronautas, e cujo último voo aconteceu em Novembro de 1966, lançaram as bases para que as missões Apollo pudessem acontecer.
Alan Shepard, inaugurou os voos espaciais dos Estados Unidos com a sua viagem suborbital, a 5 de Maio de 1961, a bordo da nave Freedom 7. Seguir-se-iam mais cinco missões Mercury, que estabeleceram os procedimentos, técnicas e equipamentos necessários aos voos para a órbita terrestre.
As missões Gemini - num total de 10 - foram depois essenciais para as manobras de rendez-vous e de acoplagem, para estabelecer procedimentos para os voos prolongados (um deles durou 11 dias), para as actividades fora do módulo espacial e para o desenvolvimentos dos sistemas de sobrevivência da tripulação, de propulsão e de manobra das naves (incluindo a do módulo de alunagem).
Terminada esta fase, com o Gemini XII, entre 11 e 15 de Novembro de 1966, deu-se então o arranque do programa Apollo, cuja primeira tripulação, já então de três astronautas, morreu no acidente em terra. As missões Apollo 7, 8,9 e 10, que se seguiram depois do programa ter sido modificado, serviram para trabalhar e afinar os equipamentos para a alunagem e o regresso da tripulação. Há 40 anos, partiu a Apollo 11, que cumpriu o sonho colectivo da América da época, também em nome da humanidade.

dn

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