Edição definitiva em DVD de 'Woodstock - Três Dias de Paz, Música e Amor', de Michael Wadleigh, já está nas lojas. Inclui dois discos com extras e muitas actuações inéditas.
Dois grandes eventos marcaram o Verão de 1969: a chegada do homem à Lua e o festival de Woodstock, nos EUA. Foi nos dias 15 a 18 de Agosto que alguns dos mais importantes artistas dos anos 60, desde Jimi Hendrix aos The Who, passaram pela quinta de Max Yasgur, na localidade de Bethel, Nova Iorque. Foram recebidos por meio milhão de espectadores que, apesar de todas as drogas consumidas, das más condições sanitárias, da chuva que caiu e dos problemas de logística, não cometeram desacatos dignos de menção. É este período de quatro dias que Woodstock - Três Dias de Paz, Música e Amor, filme de Michael Wad-leigh estreado em 1970, retrata.
A menos de um mês do 40.º aniversário do festival, o filme foi reeditado, numa versão "definitiva" com quatro discos. Às quatro horas do director's cut da década de 90, remasterizadas e distribuídas por dois DVD, esta nova edição junta um terceiro disco, com perto de três horas de filmagens inéditas dos artistas apresentados no filme, e também de músicos que não apareceram nas versões anteriores, como os Mountain, os Grateful Dead ou os Creedence Clearwater Revival. E há ainda um DVD com entrevistas às partes envolvidas, incluindo o realizador Martin Scorsese, que ajudou a editar o filme.
Apesar do valor dos extras, é a longa-metragem distribuída pelos primeiros discos que faz valer esta edição. O filme, que em 1971 venceu o Óscar para Melhor Documentário, foi rodado por Michael Wadleigh com o apoio de uma vasta equipa reunida em Nova Iorque pouco antes do festival, e que não teria recebido nada caso o filme não tivesse sido um sucesso de bilheteira. No entanto, depois da selecção de oito de entre as 120 horas de fita rodadas, o filme - que ao todo durava apenas três horas graças à célebre divisão do ecrã - revelou-se um êxito de bilheteira. O resto faz parte da mitologia pop.
Como é referido em Woodstock - Três Dias de Paz, Música e Amor, antes do concerto foram vendidos 186 mil bilhetes, apesar de a organização estar à espera de apenas 200 mil espectadores. Mas, à medida que os engarrafamentos se começaram a multiplicar pelo estado de Nova Iorque, os responsáveis perceberam que não iam responder à procura. Assim que um primeiro espectador cortou as grades à volta do recinto, a invasão foi imediata, obrigando a organização a declarar o festival gratuito. Passaram por Bethel 500 milhões de festivaleiros.
Mas o mais importante era a música. Nomes como Richie Havens, no arranque do festival, ou Joan Baez, no final do primeiro dia, sexta-feira. Santana, Sly & The Family Stone, The Who e Jefferson Airplane, entre outros, no segundo dia. Joe Cocker ou os Crosby, Stills & Nash, que se fizeram ouvir no terceiro. E, claro está, Jimi Hendrix, que tocou na manhã de segunda-feira porque se atrasou, e não conseguiu actuar na noite de domingo. Para não falar dos músicos que não aparecem no filme, como é o caso da The Band, que volta a ficar de fora desta edição especial.dn
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