Os resultados da investigação, publicada na edição de Julho da revista Nature Geoscience, confirmam globalmente o intervalo de previsões do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), com sede em Genebra.
«Uma subida de 50 centímetros seria muito perigosa para o Bangladesh e todas as regiões situadas a baixa altitude», afirma o autor do estudo, Mark Siddall, do departamento de Ciências da Terra da Universidade de Bristol.
Mas «50 centímetros são uma média, já que localmente a subida poderá chegar a um metro ou mais», adverte.
Num relatório publicado em 2007, os peritos do IPCC previram um aumento do nível dos oceanos de 18 a 59 centímetros, ou mesmo 76 centímetros tendo em conta o degelo dos glaciares e da banquisa, segundo cenários que prevêem uma subida das temperaturas de 1,1 a 6,4 graus Celsius até 2100.
Basta o aquecimento da água do mar para aumentar o seu volume, mesmo sem incluir a fusão das massas de gelo, cujo impacto na subida do nível dos oceanos foi estimado em 17 centímetros pelos mesmos peritos.
A equipa de Mark Siddall usou dados fornecidos por corais fósseis e amostras de calotes glaciares para elaborar um modelo da evolução do nível dos mares durante os últimos 22 mil anos.
Os investigadores chegaram a conclusões semelhantes às do IPCC através de uma abordagem diferente, «o que reforça a confiança com que se pode interpretar os resultados do IPCC», sublinha Siddall.
«O nosso modelo indica que o impacto no nível dos mares do aquecimento no século XX prosseguirá durante numerosos séculos no futuro e constituirá por conseguinte um componente importante das alterações climáticas».LUSA
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