Uma tapeçaria que representa a chegada dos portugueses à Índia dá as boas-vindas aos visitantes da exposição Encompassing the Globe. Portugal e o Mundo nos Séculos XVI e XVII, que pode ser visitada a partir de amanhã e até 11 de Outubro no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa.
Dois anos depois da exposição original em Washington, na Smithsonian Institution, e com um orçamento de 2,8 milhões de euros, a mostra conta com 173 peças, em vez das cerca de 300 apresentadas nos Estados Unidos e a expectativa é que seja visitada por 120 mil pessoas. "Não se trata de uma réplica da exposição que esteve em Washington e em Bruxelas em 2007", salientou ontem Paulo Rodrigues, director do MNAA, na apresentação da mostra. "Esta exposição é enriquecida com tesouros nacionais - como os Painéis de São Vicente, a Custódia de Belém e os Biombos Nambam", adiantou.
Mas o conceito é o mesmo: "Uma viagem à volta do mundo através de objectos que mostra a influência das trocas comerciais e culturais desencadeadas pelas viagens portuguesas", sintetiza Jay Levenson, um dos comissários científicos da exposição.
Aliás, a ideia de fazer a primeira mostra, apresentada em 2007 no Smithsonian, foi sua. "Depois de ter organizado uma exposição em 1992 sobre Colombo para o National Gallery of Arts, na qual tínhamos uma secção sobre Portugal, apercebi-me do grande desconhecimento que existia sobre o papel dos portugueses", explicou o director do programa internacional do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
A exposição ocupa o espaço nobre do Museu, relegando a colecção de arte e escultura portuguesa para a sala de exposições temporárias durante os próximos três meses, e o modo como está organizada facilita a ideia de viagem que os comissários pretendem dar.
Organizada de forma geográfica, a viagem proposta pelos comissários científicos começa por mostrar os primeiros mapas conhecidos e Julian Raby, da Smithsonian Institution, fez questão de destacar a forma como a ideia da representação do mundo mudou em apenas 15 anos graças às viagens dos portugueses. África, com destaque para as ligações a Serra Leoa e aos reinos do Benim e do Congo, Índia, Japão, China e Brasil completam a exposição.
O orçamento de 2,8 milhões de euros é partilhado pelo Turismo de Portugal (um milhão de euros), pelo Ministério da Cultura (um milhão) e por verbas comunitárias (800 mil euros). Luís Patrão, presidente do Turismo de Portugal, explicou que o milhão de euros investido pela entidade que lidera foi dividido em 500 mil euros para o MNAA, para a realização da exposição, e os restantes 500 mil euros serviram para pagar à Smithsonian Institution, entidade que concebeu a exposição originalmente, e outra parte para a divulgação nacional e internacional, com destaque para Espanha.
dn
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