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A barreira imaginada por Larsson começa na Mauritânia, na costa Oeste de África e vai até ao Djibuti, no outro extremo. “A ameaça é a desertificação. A minha resposta é uma parede arenítica, feita a partir de areia solidificada”, disse Larsson, que diz ser um arquitecto de dunas.O método para endurecer a areia seria inundá-la com bactérias capazes de transformar o material em cimento em poucas horas. A desertificação “afecta cerca de 140 países”, disse o arquitecto à BBC News. Regiões que abarcam as repúblicas da ex-União Soviética na Ásia Central, a China e a África subsariana são zonas vermelhas que estão em risco de se tornarem desertificadas, aumentando a pressão na procura dos recursos naturais.Para a África do Norte, as nações já tinham uma proposta: plantar um corredor de árvores para prevenir a progressão das areias. Um projecto similar foi avançado para o deserto do Gobi, que abarca parte da China e da Mongólia.Segundo Larsson, a parede arenosa serviria como complemento e não como substituto a uma barreira de árvores. “Daria suporte físico para as árvores”, disse. Ainda mais importante, se as árvores fossem derrubadas continuaria de pé. “Nestas regiões as pessoas são tão pobres que cortariam [as árvores]para fazer fogueiras.” Utilizar o deserto para utar contra o desertoPara se fabricar a parede, os grãos de areia ligar-se-iam com a ajuda do Bacillus pasteurii. “É um microrganismo que produz quimicamente a calcite – uma espécie de cimento natural”, disse. O arquitecto foi buscar a ideia a uma equipa da Universidade California Davis, que tem utilizado esta bactéria para solidificar o chão em zonas que são vulneráveis a sismos. No caso das dunas, as bactérias seriam injectadas em grandes quantidades.“A ideia é parar o deserto utilizando o próprio deserto”, disse. A estrutura poderia ainda ser aproveitada de forma vantajosa para as populações, fornecendo sombras, abrigos e uma estrutura para recolher água.No entanto, o arquitecto admite que existem vários problemas práticos para serem ultrapassados. “Existem muitos detalhes que ainda faltam explorar: políticos, práticos, éticos, financeiros. O meu plano está carregado de desafios”, adiantou. “No entanto é um começo, uma visão, se mais nada, gostava pelo menos que esta ideia gerasse uma discussão.”
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