sexta-feira, 31 de julho de 2009

Extinções na Terra não foram culpa de cometas

Investigadores da Universidade de Washington avaliaram a probabilidade de as grandes extinções que ocorreram no planeta se deverem à colisão com cometas ou pedaços desses astros viajantes. Mas os seus cálculos apontam para que essa não tenha sido a causa desses episódios inexplicáveis. Para tal, os investigadores fizeram cálculos estatísticos
A colisão de um cometa, ou de um pedaço dele, com a Terra é a tese mais popular entre os cientistas para explicar a extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos. Mas houve outros momentos de grandes extinções na história do planeta, cujas causas são desconhecidas. Teriam sido maus encontros com bocados de astros que por aí tivessem vindo desencabrestados, direitos à Terra?
Este tem sido um tema de intenso debate científico e agora investigadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, decidiram responder à pergunta de forma indirecta. O resultado é um artigo publicado hoje na Science, no qual os autores adiantam que essa não foi a causa provável das tais grandes extinções.
Para chegarem a esta conclusão, os investigadores Nathan Kaib e Thomas Quinn foram à procura da origem dos cometas de longo período (que podem levar milhares de anos nas suas viagens antes de cruzarem o sistema solar) e avaliaram a possibilidade de eles serem responsáveis por essas extinções em massa. Chegaram, no entanto, à conclusão de que isso é improvável. As suas contas apontam para que apenas uma dessas extinções, que ocorreu há 40 milhões de anos, e que foi relativamente pequena, comparada com outras, teria sido devida a uma colisão desse tipo.
Neste ponto é preciso mencionar a nuvem de Oort, ou seja, o que resta da nebulosa a partir da qual se formou o sistema solar há 4,5 mil milhões de anos, e cuja dimensão é maior do que três anos-luz. Pensava-se que os cometas de longo período que cruzam os sistema solar tinham origem na região externa da nuvem de Oort. Mas Kaib e Quinn descobriram que não é assim. Alguns são originários do coração da nebulosa e muitos nunca chegarão até aqui, ao sistema solar. Mas alguns sim. Um deles foi o Hale-Bopp, visível a olho nu no céu em 1996 e 1997, e um dos mais brilhantes que surgiu durante o século XX.
Um dos motivos por que a Terra não é palco de mais colisões com estes astros viajantes é o facto de existirem Júpiter e Saturno. Com os seus campos gravitacionais, os dois planetas gigantes desviam ou atraem esses pedaços de astros que por aí passam.E se a extinção de há 40 milhões de anos foi resultado de uma colisão, então mais nenhuma outra ocorreu na história do planeta causada desta forma. É uma questão estatística, dizem os investigadores.
dn

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