Actualmente estão ameaçadas de extinção pelo menos 16.928 espécies, incluindo um terço dos anfíbios, mais de um em cada oito espécies de aves e cerca de um quarto dos mamíferos. Por comparação, a Lista Vermelha de 2004 mostrava 784 extinções desde 1500.“Isto permite-nos chegar à conclusão que a vida selvagem está em perigo. A extensão do risco de extinção varia consoante os diferentes grupos de espécies”, escrevem os autores do relatório.Em Portugal há 159 espécies ameaçadas, a maioria moluscos (67 espécies), mas também mamíferos (onze), aves (oito), peixes (38), plantas (16), invertebrados (16), répteis (dois) e anfíbios (uma).A UICN acredita que a comunidade internacional não conseguirá cumprir a meta de travar a extinção das espécies até 2010, um compromisso feito por vários Governos em 2002. No entanto, esta é uma lista que está longe ser completa. A organização estima que abranja apenas 2,7 por cento das espécies descritas. O número de extinções é uma “estimativa por baixo mas dá-nos uma útil ferramenta para compreender o que está a acontecer a todas as formas de vida na Terra”, comentaram os autores do estudo.Actualmente, as alterações climáticas não são a maior ameaça à biodiversidade do planeta. Mas isso pode mudar, avança o relatório. Ao analisar 17 mil espécies de aves, anfíbios e recifes de coral, a UICN identificou uma proporção significativa de espécies que são muito vulneráveis às alterações climáticas e que ainda não estão ameaçadas. Deste grupo fazem parte 30 por cento das aves, 51 por cento dos corais e 41 por cento dos anfíbios.Baseada em informação relativa a 2008, a UICN estabeleceu agora uma ligação entre a crise financeira e a crise ambiental, explicou o responsável por este estudo, Jean-Christophe Vie.“Não queremos escolher entre natureza e economia; apenas queremos que a natureza esteja ao mesmo nível quando chega o momento de tomar decisões”, comentou. “Os postos de trabalho são importantes mas não devem ser criados em detrimento da natureza”.A situação da biodiversidade “é muito mais grave do que a crise económica ou dos bancos”, comentou Vie. “Pode perder-se uma indústria mas também se pode reconstruí-la. Na natureza, se perdermos uma espécie, perdemo-la para sempre. Nunca mais poderemos recuperar esse capital”.
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