terça-feira, 5 de maio de 2009

Rábula sobre Salazar suscita reclamações

Houve quem se indignasse com a "A vida badalhoca de Salazar", rábula exibida domingo em "Os contemporâneos".Os 14 protestos recebidos pelo provedor do Espectador apontam o dedo sobretudo ao teor sexual das cenas.
No essencial, critica-se as imagens ousadas, segundo alguns queixosos, consideradas obscenas e pouco apropriadas a um canal público. A rábula em causa inspira-se na mini-série "A vida privada de Salazar" e, tal como a ficção exibida pela SIC, explora o lado mulherengo do estadista. No "sketch" segue-se o modelo, concentrando-se, porém, o enfoque nos actos sexuais. Pelos menos seis cidadãos - número de telefonemas recebidos pelo gabinete do provedor - não acharam graça à sátira, além dos oito que tomaram a iniciativa de escrever para o porta-voz do público. Já a Reguladora para a Comunicação Social (ERC) não registou, até ao final da tarde de ontem, qualquer queixa formal.
A presença no "sketch" de um sujeito de batina, pela alusão à Igreja, foi outro dos motivos apontados pelos queixosos, refere Paquete de Oliveira. O provedor reconhece que o campo da religião continua a ser um terreno sensível no humor nacional. O facto de o episódio ter ido para o ar imediatamente a seguir a um programa infantil, a "A febre da dança", também foi mencionado.
Maior contestação sofreu ainda a interrupção de "Conta-me como foi" . Juntaram-se cerca de 40 queixas. O público lamenta a substituição da série por um programa na linha da concorrência. No passado, a rábula ao "Magalhães" na missa, dos "Gato Fedorento", motivou mais de 50 reclamações na ERC, mas o processo acabou por ser arquivado.
JN

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